Mais uma vez o paredão da rua Tiradentes teve um pré-carnaval Altamente animado com dobrados e batidas fortes dos tambores
Saiu como programado, inclusive com o público ficando na medida para a apresentação do bloco Altamente, nesse sábado (15), no paredão da rua Tiradentes.
Antes o público curtiu as apresentações da Annda Sonora, com DJ Set e caiu no forró pé de serra com o Trio Conceição, seguindo depois em cortejo para o paredão da rua Tiradentes com os dobrados carnavalescos do bloco Marrom Bombom, formado por músicos da banda Euterpe Itabirana.
Como parte do espetáculo, o bloco cênico Careta pros caretas apresentava com máscaras especialmente confeccionadas para o desfile com o Bloco Altamente, indo até aonde o povo estava.
O som alto do funk estridente em frente ao Clube Atlético não foi suficiente para abafar o rufar dos tambores e tamborins. Já mais à noite, a grande massa da juventude itabirana, vinda e todos os bairros, se divertiu na praça Nico Rosa, na avenida Daniel Grisolia.
Essa concentração já é recorrente ao som do funk, o que ocorre enquanto o “biscoito fino” do bloco Altamente não chega até essa juventude ávida de cultura e entretenimento tão raro em Itabira.
A apresentação do Altamente neste ano repetiu o sucesso de sábado passado, com o já tradicional cortejo carnavalesco do Bloco Madalena não Gosta de Poema – mas só durante o carnaval.
Isso porque no carnaval as atenções se voltam para as provocativas e atuais letras dos enredos das escolas de samba e das irônicas marchinhas carnavalescas, politizadas e com muito humordaz.
E que certamente farão sucesso no Carnaval 2020 em todo o país, menos Itabira que só deve contar com a festa momesca no bairro Campestre e nos distritos de Ipoema e Senhora do Carmo.
Aprovação
O comerciante Luís Rosa, o Lous, morador da rua Tiradentes, no paredão onde ocorreu as apresentações de Madalena e do Altamente, aprovou as apresentações desses blocos. “Carnaval não é bagunça, é alegria. E foi o que vimos aqui nesses dois sábados.”
São para ele exemplos de organização que devem ser levados a outros bairros, para que Itabira tenha um carnaval descentralizado. “Como já ocorre em Belo Horizonte, é possível reativar o carnaval itabirano com blocos populares, com horário para começar e para terminar, pois assim fica bem com a vizinhança e todo mundo se diverte”, defende.
O comerciante só lamenta que muitos foliões não fizeram uso de banheiros químicos. Resultado: o Beco do Zé Rosa, por exemplo, ficou com o cheiro fétido de urina, um mau odor insuportável.
Mas nada disso, nem a urina fora de lugar e muito menos o funk alto nas proximidades, foi suficiente para atrapalhar o pré-carnaval altamente animado no paredão da rua Tiradentes.
Festa pré-carnavalesca teve explosões de alegria e animação
Juninho Ibituruna vê com satisfação que esse movimento pré-carnaval está reacendendo a vontade de organizar mais blocos e assim reativar o carnaval itabirano.
Ele conta que esteve conversando com músicos que tocavam nos carnavais de clube, e que estão vendo a possibilidade de retorno de um carnaval descentralizado, acontecendo em vários bairros da cidade.
Isso ainda não é realidade, mas uma possibilidade, como já ocorre com o tradicional carnaval do Campestre. “Os músicos do bloco Marrom Bombom, da banda Euterpe, irão se apresentar no Campestre”, conta.
De acordo com Ibituruna, toda essa movimentação pré-carnavalesca está incentivando a velha-guarda do carnaval itabirano a afinar os seus instrumentos e promover bailes carnavalescos.
“A Prefeitura pode ajudar, mas o movimento tem que nascer independente, como algo que vem da cultura, do costume, para se tornar uma autêntica manifestação popular”, preconiza o percussionista.
“O carnaval é um evento de rua, um palco ideal para explorar vários ritmos”, defende como forma de não homogeneizar a diversão. “Temos uma diversidade rítmica e de estilos gigantesca, não existe só samba no Brasil.”
Ainda segundo ele, a diferença do cortejo e da apresentação do Bloco Altamente deste ano foi a organização, além da diversidade nas apresentações.
“Tínhamos o sonho de formar o bloco e acabou sendo resultado das oficinas de percussão que venho ministrando”, diz, animado com o movimento pré-carnavalesco que está crescendo na cidade.
“No ano passado foi uma coisa de explosão. Íamos sair no bairro Pará, mas não foi possível”, lamenta o percussionista o fato de o tradicional bairro itabirano não ter virado palco do cortejo do bloco Altamente.
Ao que parece, um “figurão” do bairro tem tido força conservadora suficiente para impedir que o carnaval e outras manifestações artísticas aconteçam no Pará, que tem histórico de manifestações culturais intensas. “Fomos abraçados pela Amacentro e todo o nosso movimento carnavalesco migrou para o centro histórico e ganhou maior adesão do público.”
Com a banda Altamente, o bloco fará uma sequência de apresentações nesta semana pré-carnavalesca em escolas municipais e particulares. E ainda com a banda, Juninho Ibituruna participa do carnaval em Nova Era, onde irão tocar no tríduo momesco.
“Em Itabira, infelizmente, não iremos tocar no carnaval.” Mas o percussionista projeta retornar ao Brasil, depois de passar os próximos meses na Europa, para participar do Festival de Inverno de Itabira. “Vamos ver se incluímos na programação a apresentação do bloco com um convidado especial”, adianta.
Bloco é sazonal e retorna no próximo verão
O promotor cultural Fernando Sampaio, um dos coordenadores do coletivo Altamente, diz que após o carnaval os ensaios do bloco serão interrompidos. “O bloco é sazonal e só deve voltar no próximo verão”, afirma.
Isso porque Juninho Ibituruna, que ministra as oficinas de percussão, seque após o Carnaval para Portugal, onde ministra aulas de percussão – e também para Zurique, na Suíça.
Mas a inspiração e o exemplo de como organizar um cortejo carnavalesco continuam como estímulos para o surgimento de novos blocos.
“Assim como Madalena nos serviu de estímulo, queremos também incentivar a formação de novos blocos carnavalescos em Itabira”, diz o promotor cultural, para quem carnaval deve ser um evento horizontal, democrático.
“Um carnaval com palco de dois metros de altura torna-se distante do povo. Carnaval é uma festa popular, feito pelas pessoas e não para as pessoas”, advoga, já com a experiência acumulada de organização de eventos artístico-culturais na cidade.
Para ele, o movimento cultural precisa tornar-se independente do poder municipal, mesmo reconhecendo que a prefeitura tem ajudado na infraestrutura (palco, banheiros). “Sem esse apoio não teríamos feito as apresentações neste ano e também no ano passado”, admite.
Sou muito feliz em fazer parte do Bloco Altamente! Pelo segundo ano, pudemos viver a boa energia do pré carnaval Itabirano.
Viva a folia, viva a alegria, viva a BALBÚRDIA ,Viva o CARNAVAL.
Nota 10 (dez) para o evento, pela educação e comportamento dos foliões. Nota 0 (zero) para quem abriu o trânsito de veículos em pleno auge, em que haviam muitos foliões nas ruas, irresponsabilidade, falta de bom senso, lembrem se antes de tomarem atitudes gorsseiras que haviam pessoas afim de apenas se divertirem em uma cidade sem nenhuma atração. Sendo um local morto como se transformou as ruas Água Santa, Tiradentes e outras próximas após uma das obras mt mau planejada pelo governo do Lí.