Mais um itabirano morre por Covid-19. Pandemia avança para o interior de Minas Gerais

O terceiro óbito em Itabira é de um homem de 68 anos, que praticava esportes – e até então gozava de boa saúde. Morreu no domingo (5), depois de ser testado positivo para a Covid-19.

Inicialmente ele recebeu atendimento em Itabira. Mas foi levado pela família para Santa Bárbara, onde foi internado. Com a piora de seu quadro clínico, foi transferido para Belo Horizonte, em 17 de junho. Na capital mineira o seu quadro de saúde sofreu outras complicações e evoluiu para o óbito.

Com esse óbito é mais um itabirano que sucumbe a esse vírus que assusta todo o mundo – e que avança com grande força de dispersão para o interior de Minas Gerais.

Em Itabira, o segundo óbito foi confirmado na quinta-feira (2), de uma paciente idosa com comorbidades (duas ou mais doenças que podem levar ao óbito).

A primeira morte associada ao novo coronavírus foi de um rapaz de 24 anos, no dia 6 de abril, também com comorbidades. Mas todos poderiam continuar vivos se não fosse a pandemia e a facilidade de dispersão do vírus.

Nas últimas 24 horas, Itabira registrou dez novos casos positivos, fora as subnotificações. Já são 792 casos confirmados, com 153 pessoas em isolamento domiciliar – e nenhum paciente testado positivo hospitalizado, informa o boletim epidemiológico desta segunda-feira (6), divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde.

O boletim informa também que 636 pacientes já estão recuperados da doença. E 125 casos suspeitos ainda estão sendo monitorados, com seis pacientes hospitalizados com síndromes respiratórias, com um óbito suspeito para a doença. Além desses, 123 casos suspeitos foram descartados.

Dispersão para o interior é preocupante, diz professor da UFMG

A dispersão do coronavírus no estado de Minas Gerais é grande e tem assustado as autoridades de saúde, principalmente depois que ocorreu o relaxamento das medidas restritivas na maioria das cidades, com a reabertura do comércio e de outras atividades não essenciais.

Já são mais de 58,2 mil casos confirmados, com mais de 1,2 mil mortes no estado. No Brasil são 1,6 milhão de casos confirmados e 64.900 mortes, com registro de 978.615 pacientes recuperados.

Em Minas Gerais, o índice geral de ocupação dos 2.964 leitos de terapia intensiva do Sistema Único de Saúde está acima de 75%. A situação mais grave se encontra na regiões do Jequitinhonha, Leste, Nordeste, Noroeste, Triângulo do Norte e Vale do Aço, com mais de 90% de ocupação dos leitos UTI.

O avanço do novo coronavírus pelo interior é preocupante pela precariedade dos sistemas de saúde na maioria das cidades. Não é o caso de Itabira, que conta com dois hospitais bem equipados – e sem paciente hospitalizado confirmado com o novo coronavírus, só um caso suspeito em investigação.

Mas isso não pode ser motivo para negligenciar com as medidas restritivas e de isolamento social. “Minas Gerais tem baixo índice de testagem, é um dos estados com maior número de hospitalizações por síndrome respiratória aguda e pequeno número de casos confirmados”, diz o professor Leonardo Costa Ribeiro, da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para quem os números oficiais estão subestimados. “A soma desses três fatores é um indício de que se tenha um alto grau de subnotificação.”

De acordo com o professor, para cada caso confirmado haveria 16,5 outros casos que não aparecem nos relatórios epidemiológicos. Com isso, a projeção é que Minas Gerais esteja com mais 960 mil pessoas infectadas por esse vírus que ainda não tem vacina para impedir a sua contaminação, proliferação e mortes.

Uma das causas para esse avanço é a baixa adesão às medidas de distanciamento social, aponta o mesmo professor. Daí que é preciso manter os cuidados de profilaxia, com o uso permanente de máscaras ao sair de casa.

“Se todos não cuidarem de si e dos que estão próximos, o pior da pandemia ainda pode estar por acontecer nas cidades do interior de Minas Gerais”, adverte o professor da UFMG.

 

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