Mais um Dia Mundial da Árvore sem ter o que comemorar

 Foto: Arq. EcoDebate

Vanessa Puglielli da Costa*

 Flávia Grecco Giacomin**

A necessidade da preservação das árvores não se deve apenas pela sombra ou pelo gás oxigênio que elas produzem, mas por serem essenciais para a manutenção da vida na Terra.

EcoDebate – A importância das árvores para os seres vivos é inquestionável. Fornecem frutos e sementes que os alimentam, servem de abrigo para os animais e fungos e são fundamentais para o equilíbrio ecológico. De suas mais diversas partes, extraímos substâncias que são utilizadas para a fabricação de remédios, cosméticos, tecidos e diversos produtos.

Preservar árvores e florestas contribui para a conservação da biodiversidade, para a redução da poluição do ar, para a diminuição da temperatura, especialmente em áreas urbanas, e para a manutenção do regime de chuvas.

São inúmeros os benefícios que as árvores promovem ao meio ambiente e quase todos estão relacionados ao processo fotoquímico realizado por elas — a fotossíntese — que consiste, resumidamente, na produção de matéria orgânica e gás oxigênio a partir da absorção e metabolização de água, gás carbônico e luz.

Ao realizar a fotossíntese, as árvores retiram gás carbônico da atmosfera, um dos gases de efeito estufa que contribui para o aumento do aquecimento global.

A temperatura das cidades também é influenciada pela quantidade de árvores. De acordo com os pesquisadores da área, a sombra que elas projetam pode reduzir a temperatura do asfalto em até 2°C, e do interior dos carros, em até 8°C. Esse efeito pode até ser comparado ao ar-condicionado em um ambiente fechado.

Além disso, os espaços arborizados colaboram para a valorização de imóveis, pois é crescente o número de famílias que buscam por maior qualidade de vida, e está comprovada que a exposição a esses ambientes melhora a saúde mental, além de favorecerem a prática de atividades físicas.

As árvores são fundamentais para a manutenção do ciclo de chuvas, devido ao grande volume de vapor d’água liberado por suas folhas, durante o processo de transpiração. Suas raízes absorvem água dos solos, diminuindo o risco de contaminação dos lençóis freáticos, além de mitigar os processos erosivos.

Apesar de sua incontestável importância para todos os seres vivos, as árvores e as áreas florestais estão sob grande ameaça. De acordo com o relatório da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, apenas na América do Sul, entre os anos de 2010 e 2018, cerca de 68 milhões de hectares de florestas tropicais foram destruídos por queimadas e desmatamento, principalmente, para a expansão de terras agrícolas e para a criação de áreas de pastagens para o gado.

No mundo todo, já são mais de 157 milhões de hectares de florestas tropicais desmatados, o que equivale a aproximadamente o tamanho da Europa Ocidental.

Com o objetivo de conscientizar a população da importância das árvores para o meio ambiente, inclusive para a vida dos seres humanos, no dia 21 de setembro celebramos o Dia Mundial da Árvore, período escolhido para coincidir com a chegada da primavera no hemisfério Sul.

A data comemorativa surgiu, no final do século XIX, quando um jornalista de Nebraska, Estados Unidos, Julius Sterling Morton decidiu plantar uma grande quantidade de árvores em seu estado. O evento ficou conhecido como Day Arbor, e foi um marco ecológico da conscientização e preservação das espécies arbóreas.

Outros países também celebram esse dia, mas as datas variam, pois, em geral, sempre precedem o início da primavera em cada região.

Dessa forma, além dessa necessária reflexão, essa data também tem como objetivo colocar em pauta a discussão de práticas e políticas relacionadas à preservação ambiental de modo geral, principalmente no que se refere ao desmatamento.

De acordo com o relatório da FAO, para ampliar o potencial de preservação das nossas florestas, é necessário interromper o desmatamento, restaurar terras degradadas e expandir métodos agroflorestais a partir do uso sustentável de florestas.

*Vanessa Puglielli da Costa professora do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) São Paulo. Licenciada em Ciências Biológicas.

**Flávia Grecco Giacomin é professora e orientadora pedagógica do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) São Paulo. Licenciada em Ciências Biológicas e especialista em Metodologias ativas de aprendizagens.

 

 

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *