Laços de sangue e de crime em Itabira do Matto Dentro – Uma tragédia na família Drummond
Fotos e Pesquisa: Cristina Silveira
Desventura
Escrevem-nos da cidade de Itabira de Matto Dentro em data de 23 do cadente: Deu-se nesta cidade, ontem às 9 horas da noite, pouco mais ou menos, um fato horroroso e que muito impressionou o espirito publico.
A senhora do sr. Orozimbo Getúlio Drummond, achando-se só em casa, fechou se num quarto, com seus três filhos menores, aos quais tentou matar desferindo sobre eles diversas machadadas, ficando todos três gravemente feridos.
Em seguida a infeliz tentou suicidar-se, disparando dois tiros de revolver no ouvido! A hora em que escrevemos mãe e filhos acham se em estado desesperado.
Ignora-se o motivo que levou a desventurada senhora à prática desse ato, presumindo-se, porém, que tem questões íntimas.
É grande aqui a desolação.
[Jornal do Brasil (RJ), 29/1/1902. BN-Rio]
Uma mordidinha só não dói
O Correio de Itabira esteve representado por dois de seus redatores, estando o Tira-Prosa representado por todo o seu corpo de redação e O Pharol pelo seu correspondente.
No dia 12 foi julgado o réu Antônio Valladares da Silva, de 60 anos de idade e acusado de ter ferido com dentadas a Maria dos Reis.
Ao terminar o dr. promotor de justiça a acusação, leu uns versos de Gonçalves Crespo, análogos ao caso e que causaram hilaridade no tribunal.
São este s os versos:
– Dona do riso alegre, oh! meu tormento!
– Dona de olhos azuis, oh! minha amada!
Já me bastava o doce juramento,
foi demais a dentada!
Por sua vez o advogado do réu, sr. Antônio de Paula Câmara, ao terminar a defesa que foi negando o fato, improvisou as seguintes quadras que também produziram hilaridade:
Dá dentada quem tem dentes;
O Valladares não os tem.
Morder com força – faz mal,
devagar – é querer bem.
Histórias conta a Maria,
ela quer se defender.
O Valladares, coitado!
Não pode jamais morder.
O que diz seu Valladares
da moça o dito destrói;
Embora dentes tivesse,
dentada de amor não dói.
[Jornal do Ceará (CE), 9/8/1905. BN-Rio]
1905 A garrucha falhou fogo na Água Santa
No dia 6 corrente, por causa de ajuste de contas, o comerciante Leovigildo Silverio da Silva tentou matar o carpinteiro José Lino de Freitas, com uma garrucha que, felizmente, por diversas vezes falhou fogo. O crime deu-se dentro do próprio negócio de Leovigildo, sito à rua d’Agua Santa desta cidade.
[O Pharol (OP), 13/8/1905. BN-Rio]
1905 A maldição da paca
Quando na manhã de 13, caçavam pacas na fazenda de Santa Catharina do distrito do Carmo deste município os irmãos José, Rodrigo, Manoel, Afonso, Christiano e Odaro, filho do coronel José Moreira Teixeira Penna, aconteceu que no momento que uma paca corria perseguida pela cachorrada; o de nome Manoel de Carvalho Moreira Penna; atirando, verificou que a carga de sua espingarda foi alojar-se na perna esquerda de seu mano Rodrigo Penna que, caindo por terra deu alarma.
Rodrigo conduzido carregado para a fazenda que ficava perto, foi medicado pelo dr. Câmara e farmacêutico, tenente José Luciano Coelho de Moraes, que para ali foram chamados.
Tomando conhecimento do desastre, o subdelegado de Polícia, dr. Alfredo Martins da Costa mandou escrever as declarações do ofendido submetendo-o a corpo de delito, verificando-se então que o fato foi todo casual e que o estado do ofendido é lisonjeiro.
[O Pharol (JF), 13/8/1905. BN-Rio]
1905 Carlos Andrade promete castigar
Muito justamente o sr. Carlos de Paula Andrade, pelo Correio de Itabira, protesta contra o abuso criminoso dos lenheiros que, sem sua autorização, invadem diariamente as matas de sua fazenda denominada Pontal, não só devastando e destruindo os matos e capoeiras, como lançando fogo para prepararem lenha.
Prevenindo, promete o sr. Carlos Andrade castigar com a lei penal aqueles que continuarem a devastar os ditos matos. Muito bem! [O Pharol (Juiz de Fora), 13/8/1905. BN-Rio]
1912 – Insultos pelas tavernas
Serro – Ao palhaço do Chaveco avisa-se que não continue a insultar pelas tavernas de lojas desta cidade a homens sérios, que estão em tudo e por tudo muito acima dele; lembre-se que o papel de garoto não convém mais a um velho de setenta anos, que não tendo meios conhecidos de vida fica por isso mesmo sujeito a malévolas apreciações do público curioso, e mais que tudo quem tem tantas mazelas na sua vida não deve meter-se a querer fazer jogo de espirito contra qualquer; é conselho que lhe dá a Alma de Nhonhô Torresmo.
[A Voz do Serro (MG), 31/7/1912. BN-Rio]
1914 A criança linguaruda
Crime horrível. Prisão dos assassinos. Em um dos últimos dias de fevereiro findo, três trabalhadores empreiteiros da fazenda de Marcos Giardini fizeram contas com este e, trocadas as despedidas, puseram-se a caminho para Itabira de Matto Dentro, provavelmente em busca de novos trabalhos.
Em viagem, satisfeitos, chegaram ao arraial de Soberbo, distrito do Rio Doce. Cansados, entraram em uma venda aí existente, e corroborando a fibra enfraquecida pela longa caminhada, “mataram o bicho”. Todos três quiseram pagar a despesa, a um só tempo, cada qual tirando dinheiro do bolso.
Na venda se achavam o seu proprietário e mais dois indivíduos, verificaram logo que os trabalhadores estavam “armados”, isto é, em condições de ser “mordidos”.
Um convite para um joguinho não se fez esperar, e os viajantes o aceitaram, abancando-se com aqueles três sujeitos. Desta vez iam todos matar o tempo. O “serviço” correu na melhor ordem, limpo, pendendo a sorte para o lado dos trabalhadores, que deixaram os outros parceiros a “nenhum”.
Terminado o jogo, despediram-se os seis homens, prosseguindo na viagem os três ex empreiteiros de Giardini.
O vendeiro e os seus companheiros, não se conformando com o azar de que foram vítimas, conversaram alguns minutos e tomaram depois uma resolução inabalável. A poucos passos de distância dos primeiros seguiram os segundos.
Vejamos agora o que houve, por uma carta recebida do Rio Doce:
A autoridade policial deste lugar acaba de descobrir um crime que, pela sua hediondez, torna os seus autores dignos de pena última do nosso código.
Apareceu nas imediações do arraial de Soberbo, dentro do rio, o cadáver de um homem que não pode ser reconhecido. Estava em adiantada decomposição.
A digna autoridade, sr. João Augusto da Silva Martins, a quem nos referimos, e vem, desde vinte anos, prestando ao Rio Doce um número incalculável de importantes serviços policiais, ciente da descoberta, compreendeu logo que aquele corpo putrefato tinha relações com um grande crime a ser apurado.
Tratando imediatamente das pesquisas, que julgou necessárias, eis que descobre no mesmo rio, a 500 metros de distância do primeiro estranho encontro, um outro cadáver de homem, em pior estado de decomposição, quase nú e muito comido pelos peixes.
Pasmo, continuou a pesquisar.
A poucos metros do segundo corpo, um terceiro cadáver, em terra, a uma das margens do referido rio!
Estava claro que a autoridade, agora, ainda mais surpresa, tinha que deslindar três medonhos assassinatos.
A empresa era dificílima; mas o sr. João Martins que, pelo seu comprovado tino e pela sua constante dedicação ao serviço da repressão de toda sorte de crimes, honra a polícia mineira, meteu, resoluto, mãos à obra.
Foi, certo, ao covil dos ladrões e assassinos, e de lá arrancou três facínoras ou feras humanas chamados José Alves, Antonio Raymundo e Querino de tal, enfiando-os no xadrez do distrito do Rio Doce, cuja população, horrorizada com os bárbaros assassinatos, mais uma vez testemunhou, em meio de geral admiração, os seus agradecimentos à ativa e competente autoridade policial por mais um serviço de inestimável valor.
Interrogados, os facínoras negaram, cínica e obstinadamente, que fossem eles os autores das mortes. Não desanimou o sr. João Martins. Indo novamente ao covil, interrogou três mulheres, que também cínica e obstinadamente lhe responderam nada saber. Um menino, porém, afilhado de uma delas, censurou a sua madrinha por estar faltando à verdade.
Inquirida cautelosamente, pela autoridade, essa criança pôs a nú todo o mistério, de que as mulheres tinham completo conhecimento, dizendo que elas viram, como o informante, os assassinos atirarem dois cadáveres ao rio.
Uma das vítimas, antes de morrer, pediu pelo amor de Deus aos seus algozes que não a jogassem à água, no que não foi atendida pela crueldade dos grandes criminosos.
Outra vítima, muito ferida, corria por uma ponte, fugindo, e aí recebeu, pelas costas, um tiro de Antonio Raymundo. Foi desta o cadáver que se encontrou fora do rio.
Os crimes foram praticados a facadas e a tiros.
Conhecidas as declarações da criança, as mulheres confessaram e juraram a verdade, dizendo que não tinham feito prontamente porque estavam ameaçadas de morte.
Ainda assim os monstros continuaram a declarar-se inocentes; mas, as mulheres e a criança sustentaram as suas palavras acusadoras, e eles afinal se revelaram, em confissão clara e completa, os bandidos, os assassinos miseráveis que a polícia tinha prendido.
Estão atualmente recolhidos à cadeia desta cidade as três feras humanas.
[O Pharol, 22/4/1914. BN-Rio]
1914 A Cidadezinha na capital federal
Teatros e Salões, Apollo. A revista Chuá! que ruidoso êxito obteve no Rio, foi levada à cena, nas três sessões de ontem, justificando por completo os garbos que lhe teceu a imprensa carioca. Não nos surpreendeu, porém, esse sucesso, porque os autores da engraçada revista, srs. Alvarenga Fonseca e Armando Oliveira, são dois experientes carpinteiros desse gênero teatral, além de que o seu musicador, sr. Costa Junior, tem dedo para tais arranjos, em que, não raro, entra algo de sua lavra.
Mas será mesmo uma revista a peça que se intitula Chuá? Cremos que não. Em todo caso, de revista burlesca ou opereta tem o Chuá! alguma coisa, e não se pode negar que o seu molde foi a Capital Federal, do saudoso mestre Arthur Azevedo, como se pode ver pelo seu enredo.
André (Torres), fazendeiro de Itabira do Matto Dentro, acompanhado de sua mulher Generosa (Antonieta Olga), sua filha Angelita (Belmira de Almeida), e uma crioula da fazenda, Clarinha, desembarca na estação da Central, pois vem receber no Rio um prêmio de 20 contos da loteria.
Encontra-se com o Lopes (Asdrúbal), tipo escovado, que se faz intimo da família. André cai então na pandega com esse rapaz e lhe confia dezoito dos vinte contos que recebe, visto depositar no seu amigo, o moço bonito, absoluta confiança.
Lopes, o moço, faz a corte à Angelita, filha de André, e acaba raptando-a. Por seu turno, Generosa, a esposa de André e mãe de Angelita, encontra um tal Romão (Alfredo Silva), com quem, em Itatiba, onde residia, não pudera casar, enquanto moça. A propósito, há cenas muito cômicas.
Tudo, porém, acaba bem: Lopes e Angelita casam-se, pagando aquele, a André, o dinheiro gasto e Generosa consegue a reconciliação de André. Este acredita, em virtude do que consegue apurar, que a fidelidade conjugal não sofreu sequer o mais leve arranhão. É o Romão quem o afirma, valha a verdade.
Não há dúvida que os compadres da revista Chuá! Lembram as principais personagens d’A Capital Federal.
Que o roceiro André senão o seu Euzébio, que vai ao Rio, acompanhado da família, e é logo contaminado pelo micróbio da pandega? Que é a d. Generosa, esposa de André, senão a d. Fortunata? Que é a Angelita senão a Quinota? N’A Capital Federal há também a mulata Benvinda que no Chuá!, mais retinta, é a crioula Clarinha; o Lopes lembra o Figueiredo, e o Juquinha…
Só o Juquinha é que não tem símile na revista Chuá! Tal semelhança, porém, não desacredita em nada a revista levada ontem no Apolo.
Basta dizer que o Chuá! tem espirito interessantes números de música arranjados habilmente pelo maestro Costa Junior. Entre estes podemos destacar o terceto das zonas e os couplets na Hospedaria e Jogatina, no 1⁰ ato, as coplas e danças do maxixe brasileiro, a valsa dos cabeleiras de cor, e o duelo de Lopes e Angelita, escrito sobre motivos do dueto dos lábios colados do conde de Luxemburgo, no número dos reformistas, e modinhas, no 3⁰ ato.
Além disso, a revista exibe duas belas apoteoses de efeito.
Antes de subir o pano, a atriz Laura Godinho disse bem o prologo em verso, dando uma explicação do que quer dizer o título da revista. A explicação é engenhosa, mas ficamos in albis quanto à etimologia do termo chuá.
Os demais interpretes, Pepa Delgado, Antonieta Olga, Luiza Caldas, Belmira de Almeida, Trindade, Dolores Lopes, Alfredo Silva, Asdrúbal Miranda, G. Pedroso, Carlos Torres, Franklin de Almeida, Bernardino Machado e outros deram correto desempenho às suas partes.
[Correio Paulistano, 31/12/1914. BN-Rio]
1916 Só entra mineiro! No Correio
O sr. Camillo Soares é de força. O nosso serviço postal positivamente não tem sorte. Anda sempre à revelia e cada diretor que lhe dão é para complica-lo mais. Agora está à testa do Correio o sr. Camillo Soares, que inaugurou ali o regime do filhotismo, da proteção escandalosa, às escancaras.
O sr. Camillo Soares, entre outras coisas, resolveu que só quem for mineiro é que pode trabalhar na repartição que lhe confiaram, e tendo resolvido assim, embora existam vagos vários cargos naquela repartição, não os preenche porque não tem, no número dos pretendentes aptos para o exercício, nenhum mineiro a colocar.
E o sr. Camillo quer a reforma do nosso celebrizado correio, quer a reforma porque, como se sabe, a reforma dá ensejo à entrada ao funcionalismo sem concurso. O sr. Camillo gosta de proteger a parentela, que vai colocando sem cerimônia alguma na importante repartição federal.
Imaginem que, sendo demasiado escândalo nomear um seu filho para ali, o sr. Camillo fez uma viagem rápida e o sr. Lyra, que já havia recebido instruções executou o escândalo e o moço foi colocado em manifesto prejuízo de antigos pretendentes que tendo cumprido todas as exigências da lei, passam anos e anos à espera dos empregos que o curioso administrador reserva para os seus parentes e amigos que tiveram a felicidade de nascer em Itabira do Matto-Dentro.
Em face da ligeira exposição que aqui damos, fica evidentemente provado que a ação do atual diretor é por demais odiosa, reclamando uma séria, uma eficaz providencia.
[O Século (RJ), 31/1/1916. BN-Rio]
1916 Absolvido o garrucheiro Trajano Procópio
Telegrama de Itabira de Matto Dentro comunicando que o júri daquele município absolveu unanimemente o farmacêutico Trajano Procópio, chefe político do distrito de Santa Maria. Foram defensores do farmacêutico Procópio os drs. Camillo Filho, Caio Monteiro de Barros e Olynto de Andrade.
[O Pharol (Juiz de Fora), 14/6/1916. BN-Rio]
1916 Chico Sargento, o coletor respeitável
Um foragido. Consta que está foragido no Rio de Janeiro o sr. Francisco Sargento, coletor de Itabira, que deu um desfalque naquela repartição.
[Correio Paulistano, 3/7/1916. BN-Rio]
1916 – O coletor Estadual de Itabira deu desfalque superior a 80:000$000
A polícia mineira procura-o. Conheceis a criatura representada na gravura abaixo?
A sua fisionomia é franca, respirando confiança, bonomia, bondade, inteligência e energia. Não obstante todas essas qualidades reveladas pela fotografia, o fotografado está sendo procurado pela polícia de Minas.
Trata-se do ex coletor Estadual de Itabira. Francisco de Almeida Oliveira, conhecido na roda de seus íntimos pela alcunha de Chico Sargento, o qual fugira do Estado do sr. Delphin Moreira depois que a Secretaria das Finanças verificou em suas contas um alcance contra o Estado superior a 80:000$000.
Supõe a polícia mineira que o criminoso fugiu para esta capital, motivo pelo qual pediu a sua prisão às nossas autoridades. Isso, pelo menos, é o que nos informa a pessoa que de Minas nos enviou a fotografia e as notas acima.
[A Rua (RJ), 15/8/1916. BN-Rio]
Notas & Novas
Está verificado que monta a sessenta contos de reis o desfalque dado pelo coletor estadual de Itabira, Francisco de Oliveira, vulgo Chico Sargento.
[O Pharol (OP), 2/9/1916. BN-Rio]
Telegramas
Informam de Belo Horizonte que a polícia mineira procura o sr. Francisco de Oliveira, coletor Estadual em Itabira, acusado de um desfalque de sessenta contos de réis na respectiva coletoria.
[Jornal Pequeno (PE) 11/9/1916. BN-Rio]
Notas & Novas
Francisco Cândido de Almeida Oliveira, ex coletor estadual em Itabira de Matto Dentro, demitido por ter dado um desfalque de 55 contos, entrou para o cofre com a respectiva importância, tendo, por isso, obtido quitação.
[O Pharol (JF), 28/2/1917. BN-Rio]
Coitado do Orozimbo, sofreu muito com a tragédia familiar.
Já o Carlos de Paula Andrade, tentou, tentou preservar a mata da Fazenda do Pontal, também conhecida por Doze Vinténs, passado um século depois que a vendeu e aquilo lá virou um nada, uma mera visão de planície lunar. Que triste…
Já os filhos do Coronel José Penna, brincando de pontaria e não tomaram as devidas precauções, a sorte foi o farmacêutico José Luciano estar por ali perto. José Penna era sobrinho do Presidente Afonso Penna e o José Luciano era pai do Amynthas, o qual foi o antigo dono da fazenda Cubango.
E a sina do Trajano Procópio, que triste, farmacêutico formado em Ouro Preto, figura distinta em Santa Maria de Itabira e por conta de passar a não frequentar as missas da Igreja Católica, o padreco de lá na época criou algum caso e incentivou uma cruzada católica contra ele e o irmão. Algum seguidor mais entusiasmado e com as bênçãos do padreco deu uma facada no Trajano em alguma noite de festa católica e este, resistindo à ferida da lâmina, acompanhado de seu irmão (agora não recordo o nome de qual deles), perseguiram o agressor até o quintal de sua casa e o assassinaram com tiro de clavinote, mais conhecida como a garrucha dos garrucheiros. Como defesa, deve ter sido utilizado o argumento da autodefesa, o que é muito normal, pois ninguém merece ser esfaqueado assim livremente por algum insano qualquer.
Isto dessa tentativa de assassinado do Trajano Procópio ocorreu em 1916, considerando que a santa inquisição católica foi decretada extinta no mundo português por decreto do rei Dom João VI a 31 de Março de 1821, portanto, esse padreco desrespeitou uma lei quase cem anos após a sua publicação. Considerando ainda que em 1821 o Brasil ainda era colônia de Portugal, portanto, fazia parte do mundo português.
Passado uns poucos anos, Trajano Procópio se transfere para a sede do município, para Itabira, e ali, com demais amigos, fundam o Ginásio Sul Americano, ginásio este de grande memória na cidade.
Em 1930, Trajano Procópio, figura ilibada que era, ocupou o cargo de prefeito municipal de Itabira, lembrando que foi neste ano que o Brasil alterou os nomes os órgãos públicos municipais, passando de Câmara para Prefeitura e a Assembleia Municipal ou Senado Municipal herdou o nome de Câmara de Vereadores.