Itabira vive situação de risco de surto de dengue, zica e chikungunya
Mesmo com toda campanha de prevenção e cuidados necessários para erradicar os focos do mosquito transmissor da dengue, zica, chikungunya, todos os anos, com o período chuvoso, a história se repete: é grande o número de infestação na cidade, o que tem preocupado as autoridades de saúde pelo risco que essa proliferação representa.
De acordo com o primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) deste ano, realizado entre os dias 7 e 11 deste mês, o índice médio de infestação é 5,9%, que soa como um alerta à população e autoridades – e indica que há risco de surto na cidade. De acordo com o Ministério de Saúde, para se ter condições satisfatórias na cidade esse índice não deveria ultrapassar 1%.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), índices inferiores a 1% são considerados satisfatórios. Já as ocorrências de 1% a 3,9% indicam situação de alerta. E índices superiores a 4% representam risco de surto.
O primeiro levantamento deste ano não é o maior já registrado na cidade, mas preocupa da mesma forma. Em janeiro do ano passado, o índice de infestação foi de 6,7%, tendo caído para 2,8% em outubro.
Essa queda pode ser um indicador de que a população está atenta, eliminando os focos de proliferação do Aedes aegypti. E é essa vigilância que deve ser mantida permanentemente.
Bairros mais afetados
A pesquisa foi realizada em 1.718 domicílios, em 35 localidades, mapeando toda a cidade. E em todas as regiões pesquisadas foram registrados índices superiores a 1%.
As localidades com maior quantidade de focos são: Valério e São Francisco (100%), Juca Batista (33,33%), Abóboras (29,41%), São Geraldo (26,66%), Conceição (22,22%), Novo Amazonas (21,43%), Ribeira de Cima (21,42%), Juca Rosa (15,29%), Santa Ruth (14,06%), Santa Marta (12,90%), São Pedro (12,69%), Pedras do Vale (12%) e Boa Esperança (10%).
“Quando temos um índice de 100% em um determinado bairro ou localidade, significa que foram encontrados focos do Aedes aegypti em todas as amostras coletadas”, explica a diretora de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura, Natália Franco Barbosa de Andrade.

O levantamento é feito por amostragem, utilizando-se um programa do Ministério da Saúde. Por esse programa são sorteados os bairros, quarteirões e imóveis que serão vistoriados.
A Secretaria Municipal de Saúde pede à população que permaneça atenda e elimine todos os focos com água parada por onde o mosquito pode proliferar. A recomendação é para que sejam tampados todos recipientes que podem conter água.
Daí que é importante manter as caixas d’água sempre fechadas, assim como as calhas limpas, lixeiras bem tampadas – e nunca deixar garrafas com a boca virada para cima.
Os ralos por onde escorrem a água devem estar sempre limpos, inclusive, coberto por telas. Os pratos sob vasos de plantas devem ser limpos periodicamente ou até mesmo cobertos por areia. Outra recomendação é para que sejam mantidos sempre limpos os vasilhames com água para a dessedentação de animais.
É preciso eliminar a água acumulada atrás da máquina de lavar e da geladeira, que também podem facilitar a proliferação do mosquito. Somente assim, com a participação da população, que se pode evitar uma situação de surto dessas doenças na cidade, com graves consequências para os moradores.
A população pode ajudar também informando à Secretaria Municipal de Saúde a existência de focos do mosquito pelo Disque Dengue: 3839-2600.
Muito interessante a notícia, mas é sempre bom lembrar que dados epidemiológicos mostram mais um problema coletivo, por exemplo de saneamento básico, do que de indivíduos que “não limpam a calha”. Seria interessante a prefeitura cruzar os dados sobre o tratamento de esgoto, captação de águas de chuva e outras informações de i infraestrutura urbana com os principais focos dessas doenças. Por exemplo, menos de 50% do esgoto é tratado, isto pode o real motivo de campanhas nos bairros serem pouco eficientes.