Itabira vive situação de emergência por falta de água e vai ter rodízio no abastecimento a partir desta terça-feira
No destaque, córrego da Pureza, abaixo da ETA: seca prolongada (Foto: Carlos Cruz)
Enquanto a mineração não libera os prometidos legados dos aquíferos, que garantiriam o abastecimento de água em Itabira para a populacao e para atrair indústrias após a exaustão das Minas do Meio (que já ocorreram) – e enquanto não se busca a água da tranposição do rio Tanque, o itabirano vai continuar sofrendo por mais alguns anos com a falta do precioso líquido nas torneiras de suas residências.
Neste ano, com a estiagem mais severa, a situação está próxima da calamidade pública. É gravíssima a crise no abastecimento, com os já raquiticos mananciais superficiais disponíveis (Pureza, Gatos e Pai João) próximos do esgotamento, afetando os moradores dos bairros abastecidos pelas ETAs Pureza e Gatos, principalmente.
Sem solução de curto prazo, a saída emergencial é o racionamento com rodízio no abastecimento.
Cortes alternados
Por meio de decreto, a Prefeitura de Itabira publica decreto nesta terça-feira (5) autorizando o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) adotar racionamento de água na cidade.
Com a medida, vai ocorrer rodizio no fornecimento de água na cidade. A medida vale até o dia 20 de outubro, quando se espera o início do período chuvoso. Se houver atraso, é certo que o racionamento deve ser extendido por mais tempo.
Para equalizar o racionaento, técnicos do Saae mapearam a rede de abastecimento de água em Itabira, distribuida em seis regiões. E criaram tabela que será amplamente divulgada (leia abaixo).
Prevê a interrupção diária em cada um dos grupos, distribuindo da forma mais equânime possível o corte no fornecimento em cada região. Aos domingos não haverá cortes.
Hospitais não estão incluidos no racionamento. A promessa é também de não deixar que falte água em serivços essenciais como são os PSFs, centros de referências sociais (Cras) e outros endereços que demandam atenção especial.
A divisão regional leva em consideração critérios como capacidade de reservatórios, população e extensão geográfica do bairro. “Os critérios são técnicos e as manobras buscam equilibrar a distribuição de água na cidade”, explica o gerente-operacional da autarquia, Júlio Saldanha.
Uso racional
Com o cenário grave aumenta ainda mais a importância do uso racional da água. O decreto municipal autoriza o Saae estabelecer restrições de uso de água tratada em atividades consideradas não essenciais.
São as seguintes atividades que podem sofrer restrições:
– Lavagem de veículos automotores de qualquer espécie com água potável distribuída pelo Saae;
– Irrigação de gramados, jardins e floreiras;
– Reposição total ou troca de água de piscinas de clubes, entidades ou residências;
– Lavagem de calçadas de prédios comerciais e industriais, condomínios ou residências.
Ainda durante a vigência do decreto, os estabelecimentos industriais, comerciais e residenciais devem restringir o uso da água potável ao mínimo indispensável para suas atividades consideradas essenciais, conforme as especificidades de cada imóvel.
“O descumprimento dessas medidas pode acarretar em advertência e, em caso de reincidência, aplicação de multa conforme legislação municipal”, adverte a Prefeitura.
Cronograma do racionamento: