Itabira não está preparada para tratar paciente com derrame cerebral, diz neurologista
Fotos: Ascom/CMI
A afirmação é do médico neurologista Tiago Camilo Eisemberg de Alvarenga, que apresentou um quadro geral da doença, em reunião da Câmara, na terça-feira (14), a convite do vereador Rodrigo “Diguerê” Alexandre Assis Silva (PTB), após participar de reunião do Comitê Itabirano de Neurociências, formado por profissionais de saúde e pacientes em tratamento.
Em decorrência da falta de tratamento adequado e em tempo hábil, disse o médico, 75% das vítimas não fatais de AVC (acidente vascular cerebral, ou simplesmente derrame), não retornam às atividades – e 35% ficam dependentes de cuidados.
Para mudar esse quadro é preciso que o paciente com AVC seja diagnosticado a tempo de começar tratamento com um medicamento chamado tPA, ou trombolítico.
Esse medicamento deve ser aplicado em no máximo quatro horas e meia após as primeiras manifestações da doença.
“É o medicamento que mais mudou o tratamento de pacientes com AVC com os melhores resultados, não tem outro”, afirmou o médico.
Mas a maioria dos pacientes não consegue ter acesso ao medicamento por meio de serviço médico especializado – e a tempo de evitar as sequelas decorrentes do derrame cerebral.
Resultado: 100% dos pacientes acabam tendo falência da membrana, ocasionando necrose e infarto, podendo levar à morte.
Segundo o médico, só com tratamento imediato às primeiras manifestações da doença, o paciente com AVC pode se recuperar, após quadro dias de internação com os procedimentos indicados e após receber alta hospitalar.
Mas não é o que tem ocorrido em Itabira.
“A grande maioria dos pacientes com AVC vai para o Pronto-Socorro, por meio do Samu (Serviço de Atendimento Médico Urbano), para depois ser internado nos hospitais Nossa Senhora das Dores ou no Carlos Chagas, isso quando encontra vaga. Se não encontra vaga, fica esperando por tratamento no Pronto-Socorro”, lamentou o neurologista.
“Isso gera exames e tratamentos sem padronização e dificulta a recuperação com mau uso de recursos públicos”, é o que ele tem constatado em sua prática médica.
Tratamento
“O meu sonho é o paciente com suspeita de AVC ser encaminhado diretamente ao Nossa Senhora das Dores para ser avaliado por neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, por terapeuta ocupacional e fazer a tomografia”, apontou o médico.
Para isso, disse ele, já existe diretriz do Ministério da Saúde destinando recursos para esses procedimentos. “O que precisamos o é aplicar essa diretriz em Itabira. O tratamento ocorre em 72 horas e de forma bastante eficaz.”
Além disso, após o tratamento inicial o paciente, ao ter alta hospitalar, deve receber uma série de cuidados para não haver recorrência.
O médico sugeriu que se faça convênio com a Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi), onde tem cursos de fisioterapia e enfermagem, para que seja dada continuidade ao tratamento.
“A realidade hoje é que o paciente sai do Pronto-Socorro sem condições de fazer consultas e avaliações neurológicas. E acaba voltando com AVC muito mais grave”, lamentou o médico itabirano.
De acordo com ele, fazendo o tratamento prescrito, o paciente pode se recuperar, tornando-se novamente capaz para executar as suas tarefas, sem precisar de apoio. “É possível voltar ao seu trabalho e às atividades corriqueiras.”
“Com todos os procedimentos recomendados é o mínimo que se espera para salvar vidas e desenvolver ainda mais a área de saúde em Itabira”, prescreveu o médico neurologista.
Campanhas
É preciso também desenvolver campanhas educativas de prevenção da doença, divulgando os fatores de riscos, sinais e sintomas. E fazer o tratamento da forma aguda com protocolos bem definidos, com acompanhamento ambulatorial e de reabilitação.
“Um estudo realizado em 32 países, em 2016, mostrou que 90% dos AVCs são preveníveis com redução do colesterol, fim do tabagismo e com outros cuidados preventivos.”
Sem isso, um paciente em cada grupo de quadro um dia vai sofrer um derrame cerebral, apontam as estatísticas. É a segunda causa de mortes no país e a primeira a causar incapacidades. A cada seis segundos morre uma pessoa por AVC no mundo.
Em Itabira, 25 pacientes são atendidos mensalmente no Pronto-Socorro por derrame cerebral. “Só hoje (terça-feira passada) atendi quatro pacientes vítimas de AVC”, revelou o médico neurologista.
Protocolos
Mas ele acredita ser possível mudar esse quadro com os protocolos médicos já definidos e que precisam ser colocados em prática em Itabira. “Joinville (SC), por exemplo, conseguiu reduzir em 28% o índice de mortalidade mensal”, citou como exemplo.
“Com todos os procedimentos indicados é possível recuperar a saúde do paciente, tornando-o capaz de executar as suas tarefas cotidianas sem precisar de apoio, voltando ao trabalho e às suas atividades.”
Daí que se Itabira tem mesmo vocação para se tornar polo macrorregional em saúde, como há anos vem propagandeando políticos e os próprios médicos, criar as condições para o tratamento adequado para recuperar pacientes com AVC deve ser parte da tão propalada diversificação econômica do município, hoje quase totalmente dependente da mineração.
“Peço o apoio dos senhores para que esses procedimentos possam ser colocados em prática em Itabira”, reivindicou o médico neurologista, dirigindo-se aos vereadores ao final de sua palestra na Câmara Municipal.
Sintomas do AVC/derrame cerebral
- Fraqueza de um lado do corpo.
- Alteração ou perda de visão.
- Dificuldade para falar.
- Desvio de rima labial (sorriso torto)
- Desequilíbrio e tontura.
- Alterações na sensibilidade.
- Dores de cabeça fortes e persistentes.
- Dificuldade para engolir.
Como prevenir um AVC
Aproximadamente 80% dos casos de AVC poderiam ser evitados por meio do controle de fatores de risco, com mudanças de hábitos mudanças nos hábitos de vida.
- Controle da Hipertensão Arterial;
- Tratamento do Diabetes;
- Redução nos níveis de Colesterol;
- Redução de peso;
- Prática regular de exercícios físicos;
- Não fumar ou parar de fumar;
- Tratamento da Síndrome da Apneia do Sono;
É importante também manter um acompanhamento médico regular e realizar exames de acordo com cada caso.
Fonte: Neurologie
Não seria uma novidade a constatação técnica do médico Tiago Alvarenga. Se o elementar das doenças eles não dao conta… o legista não faz necropsia e as outras especialidades são infames. Por exemplo um cara de Itabira aportou no Rio com pneumonia grave, desidratado e outras doenças ou seja destruído por dentro e por fora. Gente, vamos cair na real: Itabira é um campo de mineração e concentração da colonização estadunidense.
Itabira já necessita de um Neurocirurgião.Precisa também de um Radiologista especialista em Ginecologista.