Itabira deve adotar medidas mais restritivas para conter o avanço da Covid-19

Para conter o avanço da pandemia com a disseminação em larga escala do novo coronavírus (Sars-Cov2) no município, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) reuniu nesta tarde de segunda-feira (11) com o comitê de enfrentamento, quando deve ser baixado decreto, ainda nesta semana, com medidas mais restritivas ao funcionamento do comércio e dos serviços não essenciais.

Como a microrregião de Itabira ainda está na onda amarela, mesmo pertencendo à regional macro Centro de Saúde, que vive situação de grande risco de colapso do sistema de saúde, as novas medidas restritivas no município não devem incluir o fechamento do comércio – mas certamente terá funcionamento mais restritivo.

Por exemplo, pode ser adotado escala de funcionamento, com horários escalonados para o funcionamento do comércio. Outras medidas devem ser definidas para o transporte coletivo. É inadmissível que os ônibus continuem circulando com pessoas em pé. Daí que é preciso aumentar o número de linhas e reduzir o tempo de espera, para acabar com as aglomerações nos pontos de embarques.

Barreiras e consumo de bebidas

Outra medida imprescindível deve ser a instalação de barreiras sanitárias nos trevos de acessos à cidade. A preocupação é com a grande movimentação de pessoas vindas de outras cidades para trabalhar nas obras de reforço e descomissionamento de barragens da Vale no município. Os hotéis da cidade estão com ocupação total com a movimentação.

Bares e restaurantes devem continuar abertos enquanto persistir a onda amarela. Entretanto, pode ser proibida a venda de bebidas alcóolicas para consumo nesses locais. É bem possível que se permita somente a venda para servir em domicilio. O horário de funcionamento também deve ficar mais restritivo.

A aglomeração nesses estabelecimentos (bares, restaurantes e hotéis) tem sido uma constante. E o mais grave, sem que os frequentadores observem os cuidados profiláticos imprescindíveis, como o distanciamento social, limpeza frequente das mãos, além do indispensável uso de máscara.

Mudança de onda pode ocorrer com aumento do número de casos e ocupação de leitos

Projeção é que mais de 6 mil pessoas devem infectar pelo novo coronavírus nos próximos 14 dias (Fonte: Painel de Monitoramento da Covid-19/SMS/PMI)

Se Itabira e região ainda não estão na onda vermelha, a distância que separa da atual amarela pode deixar de existir nos próximos dias, no caso de as medidas restritivas não surtirem os efeitos preventivos esperados. A mudança é avaliada semanalmente e o resultado saí sempre nas quintas-feiras, com validade para o sábado seguinte.

De acordo com o boletim epidemiológico de domingo (10), já são 6.092 casos confirmados em Itabira, com registro de 73 novas pessoas testadas positivas em 24 horas, sem contar as subnotificações.

Do total de pessoas infectadas, 5.732 já estão recuperadas da doença, mas podem sofrer com algum tipo de sequelas, muitas ainda desconhecidas. E 298 seguem em isolamento domiciliar e estão sendo monitoradas.

A grande maioria das pessoas testadas positivas é formada por jovens com idade entre 20 e 49 anos, com 4.364 (71,6%) pessoas nessa faixa etária– e a maior incidência está entre os homens.

A maioria não desenvolve doenças mais graves em decorrência da infecção. Em muitos casos são assintomáticos – e são os que mais aglomeram e negligenciam com as medidas preventivas.

Como vetores do vírus, levam a doença para casa e infectam parentes mais velhos, que podem ter complicações mais severas. Podem também levar o vírus para os locais de trabalho e disseminar ainda mais com as aglomerações. Com isso, é grande o risco de aumentar o número de pessoas internadas e também de óbitos no município.

O sistema de saúde em Itabira ainda tem suportando a demanda, conforme tem sido divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde. Mas isso pode deixar de ocorrer com a confirmação crescente de novos casos e das demandas por internações.

Índices preocupantes

Aumento da taxa de ocupação de leitos é outro indicador preocupante com o avanço da pandemia (Fonte:SMS/PMI)

O painel de monitoramento da Covid-19 em Itabira, informa que a taxa de isolamento social no município está próxima de 30%, quando o ideal é que estivesse acima de 50%.

E a taxa de transmissão (RT) até 4 de janeiro foi de 1.19, o que significa que, para cada grupo de 100 pessoas infectadas, outras 119 podem ser contaminadas.

Com isso, a projeção para os próximos 14 dias é de mais 6 mil novos casos confirmados com o vírus. Confira aqui no painel de monitoramento da Covid-29 em Itabira.

Regionalização

Importante salientar que os hospitais de Itabira atendem aos moradores de 13 municípios da microrregião, com mais de 200 mil habitantes.

 Em todos os municípios da região a pandemia tem avançado com celeridade, ainda que em proporção menor que a que se tem verificado em centros urbanos maiores. Daí que todo cuidado é pouco.

É preciso manter a vigilância epidemiológica e que todos tenham os cuidados individuais e coletivos para conter o avanço da pandemia. Isso deve ocorrer até que cheguem as vacinas para imunizar, no menor espaço de tempo, o maior número de pessoas.

Só quando o país atingir a tão propalada imunidade coletiva (ou de rebanho, que soa à passividade), quando o vírus perde força de propagação, é que se poderá dizer que a pandemia virou página virada da história. Por enquanto ainda é realidade que assusta e mata.

E a pandemia no Brasil vive o seu ápice. A previsão é  que até março seja alcançado o trágico e triste número de 300 mil mortes causadas por complicações decorrentes da contaminação por esse vírus que assusta e mata, desafiando a ciência e os profissionais de saúde.

 

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