Itabira debate as suas raízes históricas no Memorial Drummond
Parte da programação do 43º Festival de Inverno de Itabira, a mesa de debates “Nossas Raízes”, realizada ontem (26/7) no Memorial Drummond, procurou apresentar de forma sucinta as origens históricas itabiranas.
Contando com a participação de historiadores e pesquisadores de nossa comunidade, “Nossas Raízes” trouxe ao conhecimento público a história em várias épocas passadas até os nossos dias.
Com mediação do professor José Carlos Fernandes Lima, o debate transcendeu da genealogia, cultura e ao religioso.
A primeira a falar foi a historiadora Ana Alvarenga. Ela apresentou informações sobre sua pesquisa da Irmandade das Mercês da cidade de Ouro Preto, em que era designadamente uma irmandade de pretos. Falou de sua criação e dificuldades.
Danilo de Souza, historiador dissertou sobre a Caravana de 1924, em que os participantes da Semana de Arte Moderna de 1922 resolvem partir para o interior do Brasil para apresentar esse novo conceito cultural de nosso povo. E encontraram com Carlos Drummond de Andrade em Belo Horizonte.
Stael Azevedo, historiadora, busca as raízes das manifestações religiosas no município de Itabira e discorreu sobre a criação das Guardas de Marujos. O trajeto que percorreu, os descaminhos da pesquisa até conseguir uma síntese e a permanência dos grupos de marujada em Itabira.
Mauro Moura, pesquisador, abre a sua genealogia a qual nos remonta às primeiras famílias que chegaram na região. Os Alvarenga Andrade Lage, Martins da Costa Bueno, Drummond Telles de Meneses, dentre muitas que se interligaram pelos interesses econômicos e especificamente pela ancestralidade judia, que se fará predominante no Quadrilátero Ferrífero.
Marconi Ferreira, pesquisador, escritor e poeta, apresentou estórias e histórias antigas, permeadas da realidade e subjetividade dos causos históricos da formação do povo itabirano.
Solange Alvarenga, pesquisadora e diretora do Memorial Drummond, fez o percurso da Itabira antiga à atual. Sua riqueza patrimonial e cultural, a perda ocorrida com o advento da mineração e deixa o pedido para que a pesquisa não cesse para que história permaneça viva.
No final dos debates, o presidente da Associação das Congadas de Itabira, Antônio Beato, questionou as discriminações que as Guardas de Marujo sofreram por ocasião da reabertura da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Protestou com veemência. Afinal, foram os seus antepassados que construíram não só a igrejinha do Rosário, mas todo o patrimônio arquitetônico da cidade. Assim como são eles que mantêm viva a tradição secular das marujadas e das congadas no município.
Merecem, portanto, respeito e reconhecimento da comunidade itabirana pelo esforço em preservar a cultura dos afrodescendentes, que é também de todo o povo brasileiro. Afinal, com eles estão as nossas raízes, mantendo vivas as tradições seculares.
Viva São Benedito! Viva Nossa Senhora do Rosário dos Pretos! Viva Itabira do Matto Dentro!