Homenagem póstuma: vereadores apoiam campanha por jazigo de Nandy Xavier no cemitério da Paz

Último show de Nandy no pré-carnaval de Itabira de 2024, depois de participar do cortejo em sua homenagem com os Filhos de Nandy

Foto: Agnaldo Ferreira/
FCCDA

Amigos e parentes se mobilizam para garantir memória digna ao artista que marcou a cultura itabirana

A Câmara Municipal de Itabira manifestou apoio à campanha colaborativa que busca arrecadar recursos para a construção de uma lápide no túmulo do músico Fernando “Nandy” Antônio Xavier de Souza, sepultado no Cemitério da Paz.

O artista itabirano faleceu em 8 de março de 2024, aos 61 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), deixando filhos, netos e um legado musical que atravessa gerações.

A iniciativa partiu do ativista social José Carlos “Cacaio” Gomes, amigo de infância de Nandy, que, ao visitar o seu túmulo, percebeu que não havia qualquer identificação.

“Foi doloroso ver que não havia sequer uma placa com o nome dele. Nandy merece uma homenagem à altura de sua história”, afirmou Cacaio, que levou um cartaz à sessão legislativa pedindo apoio dos parlamentares.

Cacaio em campanha na Câmara Municipal: “Foi doloroso ver que não havia sequer uma placa com o nome dele.” (Foto: Félipe Jacome/Diário de Itabira

Mobilização institucional e cultural

A vereadora Dulce Citi Oliveira (PDT) informou que encaminhou a campanha à Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), solicitando apoio para ampliar a divulgação entre servidores e agentes culturais. “Nandy é uma pessoa muito especial para Itabira. Sua memória vai ficar sempre pertinho da gente”, declarou.

Os vereadores Rodrigo “Diguerê” Alexandre Assis Silva (MDB), Hudson “Yuyu da Pedreira” Junior Diogo Santos também reforçaram a importância da campanha.

“É uma causa justa, que reconhece a relevância cultural de Nandy para nossa cidade. Seu legado permanece vivo”, disse Diguerê. Yuyu da Pedreira completou: “A população itabirana certamente vai se mobilizar para garantir essa homenagem merecida”.

Para colaborar com a campanha, basta doar qualquer valor por meio da “vakinha on line”, que pode ser acessada aqui. Construção da Sepultura do Nandy Xavier | Vaquinhas online

Além da lápide, Cacaio propõe que a Prefeitura de Itabira designe com o nome do músico uma praça no bairro Alto Pereira, onde Nandy aprendeu os primeiros acordes no violão e compôs suas primeiras canções.

 

Um artista múltiplo e muito querido

Nandy Xavier foi cantor, compositor, dançarino e skatista. Autodidata, aprendeu a tocar violão aos 12 anos, inspirado pelo pai, o baterista Serginho.

Participou da banda Cor, com a qual gravou dois discos e excursionou pelo Nordeste. Suas músicas “Banho de Iemanjá” e “Água de Coco” se tornaram sucessos regionais, sendo a primeira gravada pela banda Axé Blond, da Bahia.

Após uma temporada em São Francisco do Sul (SC), Nandy retornou a Itabira a convite do amigo Carlos “Cabeça” Moura Andrade.

Trabalhou como produtor cultural na FCCDA, onde era querido pelos colegas. “Nandy cantava com entusiasmo, fosse para dez pessoas ou para três mil. O que ele mais gostava era de cantar e fazer amigos”, relembra Carlos “Cabeça”.

Últimos acordes e despedida

Em fevereiro de 2024, Nandy foi homenageado no pré-carnaval de Serra dos Alves com o bloco Filhos de Nandy, criado por Carlos “Cabeça”. No ano seguinte, o bloco desfilou novamente na praça do Expedicionário, onde o músico fez seu último show, ovacionado por jovens e antigos admiradores.

Pouco depois, sofreu o AVC em casa. Foi socorrido após colegas da FCCDA notarem sua ausência e acionarem familiares. Internado no Hospital Municipal Carlos Chagas, não resistiu às complicações.

Uma homenagem que transcende o túmulo

A campanha pelo jazigo e pela nomeação da praça não é apenas uma ação simbólica. É um gesto de reconhecimento à contribuição de Nandy Xavier para a cultura popular de Itabira.

Trata-se de um artista que, como disse Carlos “Cabeça”, “foi referência de um cara legal, de um amigo fraterno e de um músico criativo”.

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