“Hoje é dia de celebrar o privilégio de ter uma pessoa com Síndrome de Down em nossas vidas”, afirma o luthier Cássio Martins

Fotos: Reprodução/
Álbum de família

Nesta terça-feira (21), comemora-se o Dia Mundial da Síndrome de Down, como forma de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome. É também um dia para não se esquecer de lembrar que as pessoas com a síndrome são sujeitas de direitos, que devem gozar de liberdades e oportunidades como todas as outras pessoas.

A data é oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas desde 2012 e não foi por acaso: representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome.

“Hoje é um dia para comemorar as conquistas e para pensar e discutir o que ainda é preciso avançar. Mas antes de tudo é um dia para celebrar o privilégio de ter uma pessoa com a Síndrome de Down em nossas vidas”, testemunha o luthier itabirano Luiz Cássio Martins Cruz, pai de Luiza Rodrigues, que estuda, trabalha, namora e tem uma vida feliz, cercada de carinho e respeito.

Luiza com o pai Cássio Martins: convivência com muita música e conquistas

O que é a Síndrome de Down

A Síndrome de Down (SD) é uma alteração genética presente na espécie humana desde sua origem. Foi descrita há 150 anos, quando John Langdon Down, em 1.866, se referiu a ela pela primeira vez como um quadro clínico com identidade própria.

Desde então, se tem avançado em seu conhecimento, ainda que existam mecanismos íntimos a descobrir. Em 1958, o francês Jérôme Lejeune e a inglesa Pat Jacobs descobriram a origem cromossômica da síndrome, que passou a ser considerada genética.

A SD é a primeira causa conhecida de discapacidade intelectual, representando aproximadamente 25% de todos os casos de atraso intelectual, traço presente em todas as pessoas com a síndrome.

Estima-se que no Brasil ocorra 1 em cada 700 nascimentos, o que totaliza em torno de 270 mil pessoas com Síndrome de Down; no mundo, a incidência estimada é de 1 em 1 mil nascidos vivos.

É necessário destacar que a SD não é uma doença e, sim, uma condição genética inerente à pessoa, porém, está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança.

Existe um conjunto de alterações associadas à SD que exigem especial atenção e necessitam de exames específicos para sua identificação. São elas: cardiopatia congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neurológicas, hematológicas e ortodônticas.

Estudos nacionais revelam também, alta prevalência de doença celíaca (5,6%) em crianças com SD, que em caso de suspeita devem ser acompanhados por especialistas.

Não há relação entre as características físicas e um maior ou menor comprometimento intelectual – o desenvolvimento dos indivíduos está intimamente relacionado aos estímulos e aos incentivos que recebem, sobretudo nos primeiros anos de vida, e a carga genética herdada de seus pais, como qualquer pessoa.

Luiza com amigas, em Cabo Frio (RJ)

Entendendo a trissomia:

Em cada célula do indivíduo existe um total de 46 cromossomos, divididos em 23 pares. A Síndrome de Down é gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo (trissomia). Isso ocorre no momento da concepção de uma criança.

As pessoas com trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.

Cromossomos são as estruturas biológicas que contêm as informações genéticas; na espécie humana essa formação está distribuída em 23 pares, totalizando 46.

Características

Entre as características físicas associadas à trissomia do 21 estão: olhos amendoados, maior propensão ao desenvolvimento de algumas doenças e hipotonia muscular. Em geral, as crianças com Síndrome de Down são menores em tamanho e seu desenvolvimento físico, mental e intelectual pode ser mais lento do que o de outras crianças da sua idade.

É essencial que bebês e crianças com Síndrome de Down sejam acompanhados desde cedo, com exames diversos para diagnosticar o quanto antes quaisquer anormalidades cardiovasculares, gastrointestinais, endócrinas, auditivas e visuais. Muitas vezes, o tratamento precoce pode até impedir que esses problemas cheguem a afetar a saúde do indivíduo.

Crianças com síndrome de Down precisam ser estimuladas desde o nascimento para que sejam capazes de vencer as limitações que essa alteração genética lhes impõe. Como têm necessidades específicas de saúde e aprendizagem, exigem assistência profissional multidisciplinar e atenção permanente dos pais. O objetivo deve ser sempre habilitá-las para o convívio e a participação social.

Para as comemorações do Dia Mundial da Síndrome de Down no Brasil, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down traz uma série de eventos em comemoração da data! Confira aqui!

Fontes:

Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde

Down Syndrome International

Dr. Dráuzio Varella

Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down

Fundação Síndrome de Down de Campinas

Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down

Movimento Down

 

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4 Comentários

  1. sr. editor,

    diga pro nosso melhor luthier e sua Catarina guerreira e militante de muitas causas (os dois assim)…

    …e a Luiza, que a ciência e o amor garantiram integridade, beleza e inteligência

    digo tudo isso meio que de longe, mas sabendo dos tantos passos dados por todos. até ser uma concreta, porque poeta, realidade.

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