Guia de Urbanismo Social orienta ações de gestão urbana em territórios vulneráveis

Foto: Carlos Cruz

Insper e Diagonal lançam o Guia de Urbanismo Social, primeiro do gênero no país, com o objetivo de orientar ações para melhorar a qualidade de vida nos territórios vulneráveis

A publicação gratuita Guia de Urbanismo Social traz uma visão multidisciplinar do tema e é voltada a gestores públicos, lideranças comunitárias e agentes do terceiro setor, sem perder de vista a academia.

EcoDebate – O Insper, uma das principais instituições de ensino superior e pesquisa do Brasil, e a Diagonal, consultoria pioneira em gestão socioambiental, estão lançando o Guia de Urbanismo Social. O material, elaborado de modo colaborativo por diversos autores que atuam como pesquisadores, técnicos, gestores e lideranças comunitárias, está disponível gratuitamente, em versão digital, ao público interessado.

O Guia contém quinze capítulos, que abordam temas como o conceito de urbanismo social, planos de ação local, modos de governança compartilhada e sustentabilidade urbana. Também são exploradas questões de formas de financiamento, políticas públicas integradas, saúde urbana, mulheres e territórios, cidade e crianças, monitoramento e avaliação de impacto — sempre com o foco nos territórios periféricos e suas comunidades.

Profissionais que lidam diretamente com gestão urbana e territórios vulneráveis podem consultar o Guia como um material de referência para estruturar suas ações, realizar diagnósticos, construir políticas públicas locais e priorizar intervenções nas comunidades sob um enfoque mais inclusivo e sustentável.

O conceito de urbanismo social, consagrado mundo afora a partir da bem-sucedida experiência de Medellín, na Colômbia, traz como premissa que intervenções nos territórios em vulnerabilidade social ou carentes de infraestrutura urbana devem partir de uma compreensão holística de suas demandas e necessidades, em um planejamento participativo e deliberativo com as comunidades locais.

Trata-se de uma ferramenta essencial para o avanço da Agenda 2030 da ONU, que impulsiona o poder público em parceria com entidades da sociedade civil e a população para melhorar indicadores de objetivos de desenvolvimento sustentável.

“O Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo, com cerca de 85% da população morando em cidades e milhões de pessoas vivendo em territórios de vulnerabilidade social nas periferias dos centros urbanos. Assim, é nelas que problemas emergem e que as políticas públicas devem ser integradas e territorializadas. Nosso Guia traz os principais conceitos para entender e qualificar esses territórios, propiciando maior qualidade de vida às comunidades locais”, afirma Carlos Leite, coordenador do Núcleo de Urbanismo Social do Laboratório Arq Futuro de Cidades do Insper e organizador da obra.

“Tratamos não só dos principais conceitos e desafios a serem superados nos territórios de vulnerabilidade social, tais como as condições de infraestrutura, moradia e mobilidade, mas também dos processos robustos que emergem das comunidades locais, das ações culturais e sociais e do empreendedorismo que precisam ganhar maior visibilidade. Abordamos o imenso desafio da construção de modelos compartilhados e perenes de governança. Por fim, o Guia soma e traz inovações e complementações aos processos de urbanização de favelas no Brasil”.

guia de urbanismo social

“Publicado pela Bei Editora, o Guia, que inaugura a nossa ‘Coleção Urbana’, é outra iniciativa pioneira do Laboratório, que em 2020 criou o primeiro curso de pós-graduação lato sensu em urbanismo social do Brasil — e que já está em sua terceira turma. Ambos, obra e curso, visam contribuir para a promoção de cidades desenvolvidas, justas, inclusivas e sustentáveis”, diz Tomas Alvim, coordenador-geral do Laboratório.

“O Guia vem suprir a lacuna de um referencial que une teoria e experiência de campo. A sua abordagem fornece um passo a passo inédito, que vai apoiar equipes no planejamento de intervenções que afetem comunidades diretamente. A Diagonal tem mais de 32 anos de expertise em gestão social com atuação interdisciplinar e olhar humanizado, e compartilhou boa parte da sua metodologia de ação nos territórios em vulnerabilidade”, ressalta Kátia Mello, copresidente da Diagonal.

José Guilherme Schutzer, responsável técnico da Diagonal, complementa: “Acreditamos que, com esse Guia em mãos, as equipes poderão partir de um mesmo referencial para discussões que abram os caminhos e ajudem na tomada de decisão sobre as etapas que devem ser planejadas, organizadas e executadas em cada projeto de transformação territorial”.

 

 

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