Festival de Cultura da Serra dos Alves reúne grande número de artistas com programação voltada para a comunidade

Fotos: Paulo Fonseca, 
Carlos "Cabeça" e Divulgação

Por Carlos “Cabeça” Moura Andrade*

Nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, aconteceu no aprazível povoado itabirano o III Festival de Cultura da Serra dos Alves, uma produção do Serra dos Alves Hostel, idealizado por este que escreve esse relato do que foi esse acontecimento cultural.

O festival contou com uma programação diversificada entre música, teatro, feiras, cultura popular e oficinas. É assim que se firma como um grande acontecimento que tem tudo para entrar para o calendário anual de eventos do município de Itabira.

A sua proposta visa atender à comunidade local, os moradores da região e também os turistas e visitantes que já criaram laços com a nossa comunidade. E principalmente, às crianças. Para tanto a divulgação foi feita de forma discreta, priorizando os residentes na região.

Em todos os eventos anteriores a tratativa foi a mesma. E após o festival, conforme foi constatado pelos presentes, percebemos que essa abordagem funciona plenamente. Isso por atingir um público regional sem “lotar” a nossa comunidade de visitantes, o que muitas vezes inibe os próprios nativos de saírem de suas casas.

Foi montada uma estrutura diferenciada e nunca vista na nossa região. Três tendas de 10×10 metros foram erguidas de maneira diferenciada, dando uma forma geométrica com uma abertura para o céu na parte central.

O tempo ajudou muito. Foi, até o momento, o único fim de semana do mês de dezembro sem chuvas. Exceção para as chuvas que estiveram presentes até a quinta-feira e retornou no domingo exatamente no final da última oficina da programação. Deixou a sensação de lavar a alma de todos os presentes e de abençoar o evento como um todo.

Os trabalhos de infraestrutura foram iniciados na quinta-feira (9), com a instalação da Provisória da Cemig (com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Juventude – SMELJ), com palco, sonorização e iluminação contratados pela nossa produção.

Os trabalhos de infraestrutura foram iniciados na quinta-feira (9), com a limpeza das áreas comuns da comunidade  através da Itaurb.

Primeiro dia

Já na sexta-feira (10), pela manhã, recebemos os banheiros químicos e mais duas tendas com o apoio da Secretaria Muncipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico. E em seguida toda a estrutura estava completa para o início das festividades, por volta das 17h.

A ambientação sonora com a atração da Casa de Jah teve início às 18h. Desde então o malabarista Diego Fernando fazia intervenções entre os participantes. E às 19h, Walisson Turíbio, Carlos Wagner e seus convidados assumiram o palco principal com muita música de cunho popular até às 23:00h – horário limite previsto para eventos ao ar livre, definido pela comunidade da Serra dos Alves.

Segundo dia

No sábado (11), as atividades começaram logo cedo, às 8h com a oficina de Yoga com Joana Camilo, estendendo-se até 9h20. A oficina contou com a participação de Carlos Wagner e seus Tubos Sonoros. Em seguida teve início a sua oficina de Tubos, deixando o instrumento o instrumento instalado no campo para que todos tivessem acesso à sua sonoridade, virando mais um atrativo do festival.

Já às 13h, Laura Gomes iniciou as pinturas faciais nas crianças. O sucesso foi tanto que ela só conseguiu parar o seu trabalho na última luz do dia, após pintar o rosto de todas as crianças presentes. No mesmo horário se deu o início de uma feira de produtores locais.

Às 14h recebemos a apresentação da Guarda de Marujos da Serra dos Alves. Foi sem dúvida um grande momento. A apresentação se estendeu até quase 16h quando se deu início ao grande espetáculo da Cia Circunstância, de Belo Horizonte. O espetáculo Circo Família abrilhantou os olhos de toda a criançada e também dos adultos. Foi a primeira vez que a Serra dos Alves recebeu um espetáculo de palhaços.

Ao final da apresentação da Cia Circunstância, o Casa de Jah reiniciou a ambientação sonora que se estendeu até as 19h30. Foi quando se deu início à apresentação da dupla Dan e Duca, de João Monlevade, encantando a todos com o bom e velho samba e também com algumas músicas baianas dos anos 80.

As 21h Diego Fernando subiu ao palco para a sua apresentação com malabares e muito mais, fazendo, mais uma vez, os olhos das crianças brilharem de admiração.

As 21h30 chegou a vez do Trio Conceição com apresentação de canções nacionais focadas no patrimônio cultural do nosso país. O repertório consistiu, em sua maioria, com canções de domínio público. O público “arrastou” o pé até por volta das 23h fim às atrações da noite.

Terceiro dia

No domingo (12), Joana Camilo retornou com a oficina de Yoga, às 8h com mais adesão da comunidade. Em seguida. Luciana Azevedo ministrou a oficina de Aromas, que teve foco também nos moradores locais em uma troca de experiências com a aromaterapia.

Já às 13h, Laura Gomes iniciou a oficina de Copos, Pontos e Mandalas, outra atividade que teve adesão surpreendente de moradores e visitantes.  Nessa oficina ela ensinou técnicas para o reaproveitamento de vidros descartáveis e os participantes produziram seus próprios copos e enfeites. Ao mesmo tempo deu-se o início da oficina de Malabares, ministrada por Diego Fernando e Cia Circunstância.

Agradecimentos e parcerias

Sem dúvida o festival foi um sucesso, dessa vez viabilizado pela Lei Aldir Blanc por meio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade

Salientamos ainda o agradecimento pela presença do Corpo de Bombeiros Civil de Itabira, da Polícia Militar e outras autoridades.

Esperamos que, futuramente, essa parceria não seja apenas pública, por meio das leis de Incentivo à Cultura. Que possa ter também patrocínios privados, uma vez que em Itabira temos empresas em condições de viabilizar projetos como Festival de Cultura da Serra dos Alves, previsto para julho.

Não é possível explicar a sensação de realização por reunir uma grande quantidade de artistas em um só evento, por vários dias. A dimensão do que isso representa é muito grande. É uma família que se forma entre os artistas, ajudantes e todos aqueles olhares surpresos que se despertam na comunidade.

Muito obrigado a cada um de vocês!

*Carlos Henrique Moura Andrade é presidente do Instituto Bromélia, produtor cultural e proprietário do Serra dos Alves Hostel

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