FCCDA celebra 40 anos promovendo cultura e inclusão no 51º Festival de Inverno de Itabira

Direto do manguebeat, Nação Zumbi se apresenta em Itabira, na Concha Acústica Norberto Martins, no sábado, 5 de julho, às 22h30. Imperdível

Foto: Divulgação

Com a 51ª edição do Festival de Inverno de Itabira, a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) se adapta a um novo cenário de recursos mais enxutos, priorizando a Concha Acústica Norberto Martins, no Pico do Amor, como palco principal dos shows, além do teatro do Centro Cultural.

Com isso, retoma os objetivos iniciais do festival. A proposta desta edição é valorizar artistas locais e talentos em início de carreira. Também há espaço para nomes consagrados, desde que não envolvam cachês altos ou estruturas complexas.

É assim que Itabira se prepara para este tradicional evento cultural, que acontece de 4 a 20 de julho, com uma programação diversificada.

Com o tema Ser Cultural, o festival propõe refletir sobre o papel da cultura na formação da identidade itabirana. Para a FCCDA, essa identidade é poética, criativa e está em constante transformação, mas sem perder o ideal dos antigos festivais, resgatando sua proposta original.

Arte e diversidade

Lô Borges, parceiro de Milton Nascimento, faz show no domingo, 6 de julho, às 19h30, na Concha Acústica Norberto Martins (Foto: Flavio Charchar)

O festival reúne 25 oficinas e 34 shows, entre eles a tradicional Roda de Viola e a Festa da Padroeira Nossa Senhora do Carmo.

A programação também inclui oito apresentações de teatro, três de dança, duas sessões de contação de histórias, duas palestras, um lançamento de livro e duas exposições. Haverá ainda 11 intervenções culturais e duas ações de muralismo urbano.

Os corpos estáveis da FCCDA também marcam presença com o grupo parafolclórico Tumbaitá, o Coral FCCDA, a Orquestra de Câmara e os Drummonzinhos. Alunos e professores da Escola Livre de Música de Itabira (ELMI) participarão com performances especiais.

Atrações nacionais e shows memoráveis
O revolucionário Lenine, conhecido por suas letras críticas e contundentes, se apresenta na sexta-feira, 11 de julho, às 22h30, também na Concha Acústica Norberto Martins. (Foto: Divulgação)

A banda Nação Zumbi abre os grandes shows no sábado, 5 de julho, às 22h30. O grupo comemora os 30 anos do álbum Da Lama ao Caos, misturando maracatu, rock e resistência cultural. No domingo, 6 de julho, às 19h30, Lô Borges apresenta clássicos como O Trem Azul e Tudo Que Você Podia Ser.

Na sexta-feira, 11 de julho, às 22h30, Lenine apresenta um espetáculo com sucessos como Paciência e O Silêncio das Estrelas. O encerramento será no domingo, 20 de julho, às 19h30, com o Pato Fu celebrando 30 anos de carreira. O show traz músicas como Canção Pra Você Viver Mais e releituras marcantes.

Cultura em espaços simbólicos da cidade
O grupo parafolclórico Tumbaitá também se apresenta no 51º Festival de Inverno de Itabira. Na foto, durante apresentação na Festa de Santa Cruz, no Morro Redondo, em Ipoema (Foto: Reprodução/FCCDA)

Os locais escolhidos reforçam a relação entre cultura e identidade. A Concha Acústica Norberto Martins, no Pico do Amor, será o palco principal do festival — mais aprazível, aconchegante, uma obra sob medida para valorizar os espaços culturais da cidade, construída com patrocínio da Vale como parte das condicionantes da LOC 2000.

Une tradição, paisagem e estrutura ideal para apresentações culturais de médio porte. O histórico paredão da rua Tiradentes também receberá atividades culturais.

Outros pontos da cidade contarão com eventos diversos. A proposta é descentralizar a programação e promover um acesso mais democrático à arte, levando a cultura, na medida do possível, “aonde o povo está”.

Para toda a programação, a entrada é gratuita, por ordem de chegada e sujeita à lotação.

A programação completa está disponível no site www.fccda.com.br e no Instagram @fccda.

Também na Concha Acústica Norberto Martins, Pato Fu se apresenta no domingo, 20 de julho, às 19h30, celebrando 30 anos de sucesso, no encerramento do festival (Foto: Dudi Polonis/Divulgação)
FCCDA celebra 40 anos

Neste ano, a FCCDA completa quatro décadas de atuação. “A fundação tem sua origem ligada ao Festival de Inverno, evento que consolidou nossa missão de promover e preservar a cultura em Itabira”, afirma a superintendente Vanessa Faria.

Segundo ela, o festival reforça a identidade e a memória da cidade, além de gerar impactos positivos na economia local, envolvendo artistas, produtores, comerciantes e o turismo. “A cultura é um motor essencial para o desenvolvimento e o orgulho da comunidade”, sublinha a gestora cultural.

O prefeito Marco Antônio Lage (PSB) destaca a importância do festival, bem adaptado à nova conjuntura de cortes no orçamento municipal. “O Festival é parte fundamental da identidade itabirana e representa um momento de lazer, cultura e orgulho para toda a comunidade”, ressalta.

Prepare-se e agasalhe: o fog itabirano vem com tudo no Festival de Inverno (Foto: Carlos Cruz)
Seleção democrática e atenção aos artistas locais

A programação do festival deste ano foi construída a partir de um edital de credenciamento público. A FCCDA recebeu cerca de 600 propostas culturais de diversas partes do Brasil. Foram selecionadas aproximadamente 60, priorizando diversidade e qualidade.

Houve atenção especial aos artistas locais. A escolha foi feita com base em critérios técnicos e transparência. “Isso reforça o compromisso com a valorização da arte produzida em Itabira”, diz Vanessa Faria.

Segundo ela, ao todo, 30 pareceristas avaliadores foram selecionados por meio de edital, “o que assegurou uma curadoria democrática e qualificada”.

Homenagem urgente e necessária

Já passa da hora de a FCCDA promover uma grande homenagem a Norberto Honório Martins, compositor e violonista mineiro, nascido em Serro em 1911 e falecido em Itabira em 1974. Com uma carreira expressiva na música popular brasileira, teve composições gravadas por artistas como Linda Batista, Moreira da Silva, Nelson Gonçalves e Cyro Monteiro.

Norberto mudou-se para Itabira na década de 1950, onde se casou e viveu até o fim da vida. É pai do icônico carnavalesco itabirano Beto Tutifruti, também já falecido. Além de músico, foi comerciante na cidade, proprietário de um hotel na rua Água Santa, no centro histórico.

Figura marcante da cena cultural local, teve seu nome eternizado na Concha Acústica Norberto Martins, no Pico do Amor, em homenagem ao seu legado artístico e à contribuição para a cultura itabirana.

 

 

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