Estudantes da Unifei não gastam com motel
Com mais de 2 mil alunos, além de 300 professores e servidores vivendo e consumindo bens e serviços na praça de Itabira, já é grande o reflexo da Unifei na economia local. “Fizemos um estudo desse impacto no ano passado e devemos divulgar brevemente. Já é bastante positivo em diversas áreas”, assegura o diretor do campus de Itabira, professor Dair José de Oliveira.
“Recebemos alunos de várias partes do país. Muitos ressentem a falta de alguns serviços ou mesmo reclamam da qualidade. Isso faz parte do processo de melhoria. E novos serviços já começam a ser implantados para suprir a demanda desse público”, diz o diretor.
Ele cita como exemplo a precariedade do transporte coletivo, que demanda uma linha permanente entre a cidade e o campus. “O serviço atualmente é precário e não atende à demanda dos alunos.” Em consequência, a saída para muitos tem sido recorrer ao carro próprio. Praticam a carona solidária, dividindo os custos. Aliás, o setor de combustível é outro que se beneficia com a instalação do campus.
Entretanto, diz o professor Oliveira, muitas melhorias já se fazem notar, principalmente na área de lazer. Como exemplo, pode-se citar os serviços de bares e restaurantes, que começam a aprimorar o atendimento para suprir a clientela estudantil e de professores, um público exigente. “Nas férias, alguns setores já sentem a ausência de nossos alunos”, observa.
O segmento imobiliário é um dos que mais tem-se beneficiado. “Já são mais de 500 imóveis alugados na cidade para alunos da Unifei só nas imobiliárias”, conta o empresário Sydney Almeida Lage. “A venda de imóveis para professores da universidade também tem crescido. Isso indica que muitos estão se estabelecendo em Itabira com os seus familiares”, acrescenta.
Segundo o empresário, um dos poucos setores que não tem sido beneficiado com essa clientela é dos motéis. “A maioria divide apartamentos com poucos colegas e tem o seu quarto individual. Eles não precisam gastar com motel. Já a venda de carne para churrasco e de bebidas cresceu bastante”, observa o agente imobiliário.
O empresário concorda que há muito que se avançar para Itabira virar uma cidade universitária de repercussão nacional. “Isso demanda tempo. A Unifei em Itabira tem pouco mais de oito anos. Mas caminhamos para isso.”
Para se desenvolver com qualidade de vida, concorda Sydney Almeida, a cidade precisa melhorar a sua infraestrutura urbana. “Falta água e energia elétrica para a cidade crescer. Precisamos de mais uma ‘planta’ da Cemig para que a expansão da cidade não fique comprometida”, reivindica.
“Não temos também um planejamento estratégico de longo prazo. E que seja executado pelas sucessivas administrações municipais, para não ficar só no papel”, acrescenta.