Estudante de Itabira concorre a vaga para participar do Parlamento Juvenil do Mercosul, em agosto, em Foz do Iguaçu (PR)

Foto: Carlos Cruz

Nesta quarta-feira (26), teve início o período de votação, que se estende até sexta-feira (28), para a escolha de representantes que irão participar do Parlamento Juvenil do Mercosul (PJM), que será realizado no período de 11 a 13 de agosto, em Foz do Iguaçu (PR).

De Itabira, concorre o estudante João Ricardo Nunes Zeferino, 17 anos, aluno da Escola Estadual Professor Emílio Pereira de Magalhães, com a proposta inovadora intitulada Corredores Verdes e Dia Verde no Mercosul, uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC), que promove o protagonismo juvenil em discussões sobre os sistemas educacionais e temas relevantes da América Latina.

Para votar e conhecer a apresentação do projeto, basta acessar o site oficial aqui: https://www.gov.br/mec/pt-br/pjm. Podem votar eleitores com idade entre 14 e 29 anos. O projeto do MEC reúne 81 estudantes de todo o Brasil, com seis representantes de cada estado.

Os três candidatos que receberem o maior número de votos não apenas representarão seus estados no PJM, em Foz do Iguaçu, mas também participarão, em julho, de um curso de formação em Brasília, quando serão capacitados para atuar como parlamentares juvenis.

João Ricardo é ex-aluno da escola do legislativo da Câmara Municipal de Itabira. Participou do Parlamento Jovem de Minas Gerais em 2024, representando a sua terra natal na etapa final do projeto.

Atualmente, ele é Diretor Social e de Eventos da Interassociação dos Moradores dos Bairros de Itabira. Para elaborar o projeto selecionado, o estudante contou com a orientação da professora Gabriela Lhorrana Ribeiro Ferreira, da Escola Estadual Professor Emílio Pereira.

Corredores Verdes e Dia Verde no Mercosul

O projeto de João Ricardo propõe a criação de Corredores Verdes e Dia Verde no Mercosul como meios para melhorar a realidade ambiental em cidades mineradas, assim como a implementação do Dia Verde, um evento anual de plantio de árvores nativas com a participação de estudantes, comunidades e governos locais.

Essa iniciativa busca integrar educação ambiental com ações práticas de preservação, fortalecendo a biodiversidade e a resiliência urbana, além da participação juvenil em ações ambientais que mudam as vidas das pessoas.

“Regiões que enfrentam intensa exploração mineral e expansão urbana sofrem com a destruição de habitats naturais, aumento das temperaturas urbanas, piora na qualidade do ar e elevação do risco de enchentes. A ausência de áreas verdes compromete a resiliência das cidades frente às mudanças climáticas”, defende o jovem estudante itabirano.

“As mudas devem, preferencialmente, serem adquiridas de produtores da agricultura familiar, fortalecendo a economia local”, defende João Ricardo.

A ação proposta pelo estudante inclui ainda a produção de materiais educativos sobre a importância das áreas verdes, com foco em botânica, biodiversidade e ciclos biogeoquímicos, para educar as gerações atuais e futuras sobre preservação ambiental.

“O projeto visa também recuperar áreas degradadas, fortalecer a cultura da sustentabilidade, melhorar a qualidade do ar, regular o clima urbano e promover um ambiente mais saudável e resiliente para todos”, explica João Ricardo.

Desafios das cidades mineradas

Segundo salientou o estudante em seu projeto, com base em ampla bibliografia e publicações em jornais e portais de notícias, inclusive neste site Vila de Utopia, a degradação ambiental em cidades mineradas, como é o caso de Itabira, é também consequência da expansão urbana desorganizada, sem os cuidados paisagísticos e ambientais necessários nestes tempos de mudanças climáticas.

As cidades mineradas sofrem também com a grande devastação de áreas verdes, como ocorreu em Itabira, na Serra do Esmeril, para abertura de frentes de lavras, em meados da década de 1980, alterando profundamente o microclima em toda a cidade. E não foi executada compensação ambiental por essa devastação, que provocou o corte raso de milhares de árvores nativas, remanescentes da Mata Atlântica.

Passados todos esses anos, a cidade de Itabira continua sendo uma das menos arborizadas do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), com apenas 25,2% de suas vias públicas arborizadas. Em decorrência, a cidade ocupa a 4.980º posição entre os 5.570 municípios brasileiros no ranking dos mais arborizados. A falta de áreas verdes contribui para o aumento das temperaturas urbanas, piora da qualidade do ar e eleva o risco de inundações.

“Sem vegetação, o solo perde a capacidade de absorver a água da chuva, elevando o risco de enchentes e erosão. A falta de conscientização e educação ambiental entre a população local dificulta a preservação desses espaços”, observa criticamente o estudante.

Propostas urgentes

Segundo João Ricardo, “o projeto visa também recuperar áreas degradadas, fortalecer a cultura da sustentabilidade, melhorar a qualidade do ar, regular o clima urbano e promover um ambiente mais saudável e resiliente para todos”.

Ele defende a criação de hortos florestais em áreas verdes nos bairros da cidade, promovendo mais arborização de praças e canteiros centrais com espécies adequadas, com menos cimento e asfalto.

São medidas que, se implantadas desde já, tornarão o clima na cidade mais ameno, uma urgente necessidade nesses tempos em que o mundo se depara com ondas de calor devastadoras e eventos climáticos extremos.

Assista ao vídeo de apresentação do estudante itabirano 

 

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