Estiagem em Itabira ainda nem começou e as queimadas já se propagam: sem esclarecimento e punição, dias piores podem se repetir

Fotos: Carlos/

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As queimadas e os incêndios florestais provocam impactos profundos e devastadores, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente

Nem bem começou o outono, ainda com as chuvas molhando o solo e distante do período mais crítico da estiagem, as queimadas criminosas – por serem não autorizadas e, portanto, ilegais – já deram início em Itabira. Mesmo com o término das poucas “águas de março” que, neste ano, encerraram o verão, essas ocorrências persistentes já impactam negativamente a população.

Ano após ano, os moradores de Itabira enfrentam os efeitos devastadores das queimadas, além da poeira gerada pela atividade mineradora da Vale. Ambas as fontes de poluição começaram mais cedo neste ano, o que sinaliza uma possível piora na qualidade do ar nos meses seguintes, caso o crescimento dessas ocorrências continue.

Este cenário ambientalmente preocupante também acarreta sérias consequências para a saúde da população, aumentando a demanda sobre os serviços públicos de saúde. O bairro mais afetado em Itabira é o Gabiroba, embora toda a cidade sofra com os impactos das queimadas.

Campanha ampla, geral e irrestrita contra as queimadas
Queimadas podem virar incêndios florestias com consequências ambientais e à saúde ainda mais danosas

Diante dessa situação, é imprescindível que o governo municipal lance uma campanha de forte impacto contra as queimadas, abrangendo todo o período de estiagem e que deve ser permanente até que as chuvas retornem em outubro.

Além disso, a mineradora Vale – que deveria cumprir condicionante permanente da Licença de Operação Corretiva (LOC) de 2000, vencida desde 2016 – deveria retomar a ampla campanha de conscientização que promovia no passado, quando existia o Centro de Educação Ambiental (CEA), que oferecia cursos e oficinas com foco em disseminar conceitos de conservação ambiental.

Além disso, uma campanha eficaz precisa ir muito além das ações tímidas realizadas no ano passado pela Prefeitura, que se restringiram às redes sociais e alcançaram poucas pessoas. Itabira, já tão afetada pela poeira da mineração, tende a sofrer ainda mais com as queimadas, que frequentemente evoluem para incêndios florestais.

Se a campanha de conscientização e esclarecimento não gerar efeitos positivos, ações coercitivas serão necessárias, incluindo a punição dos responsáveis por essas práticas ilegais e ambientalmente poluidoras.

Essa campanha ampla e contundente deve ser iniciada imediatamente. Aliás, já deveria estar pronta para alcançar as ruas, escolas, bairros, distritos e povoados, estendendo-se até o retorno das chuvas de outubro, que decretam o fim da estiagem.

Para o sucesso dessa campanha, é fundamental utilizar todos os meios disponíveis, não só as redes sociais, mas também as escolas urbanas e rurais, igrejas, associações de moradores, emissoras de rádio, jornais, revistas, portais de notícias, busdoors, outdoors.

É essencial também que a Prefeitura mobilize seus fiscais de Meio Ambiente e de Posturas Urbanas para monitorar e penalizar aqueles que realizam queimadas não autorizadas ou descontroladas.

Malefícios das queimadas e dos incêndios florestais
As queimadas e os incêndios florestais provocam impactos profundos e devastadores, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente

Para os seres humanos, a fumaça resultante das queimadas contém partículas tóxicas e gases nocivos que causam doenças respiratórias, como asma e bronquite, além de aumentar o risco de condições cardiovasculares.

Crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde preexistentes são particularmente vulneráveis. Além disso, a poluição atmosférica reduz a qualidade de vida e sobrecarrega o sistema público de saúde, gerando custos adicionais ao erário público.

Para o meio ambiente, os prejuízos são igualmente alarmantes. As queimadas destroem a biodiversidade, exterminam a fauna e flora e eliminam micro-organismos essenciais à saúde do solo. Isso leva à sua degradação, tornando-o menos fértil e mais propenso à erosão.

Os incêndios florestais liberam grandes quantidades de dióxido de carbono, agravando o efeito estufa e acelerando as mudanças climáticas. E mais: alteram os ciclos hidrológicos, prejudicam a absorção de água pelo solo e geram desequilíbrios ecológicos severos.

Participação popular

A população pode colaborar deixando de fazer queimadas e denunciando aqueles que as praticam, utilizando um futuro serviço de disque denúncia que precisa ser criado

Para o sucesso da campanha contra as queimadas, a participação da população é indispensável. Além de eliminar a nociva prática das queimadas, os moradores devem contribuir denunciando atividades ilegais.

Recomenda-se que a prefeitura de Itabira implemente um disque-denúncia, por telefone, e também um canal pela internet, vinculado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente ou à Polícia Florestal, ou ambos. Se esses canais já existem, que sejam então mais divulgados para conhecimento geral.

É hora de agir com consciência coletiva, engajamento e punição rigorosa contra aqueles que promovem queimadas criminosas. Nunca é aceitável colocar fogo na mata ou incendiar florestas.

Denuncie essas ações, não proteja os irresponsáveis que assim agem, pois somente assim eles aprendem a importância de preservar o meio ambiente e a saúde da população.

 

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