Diálogo com a Câmara é imprescindível na busca de consensos para Itabira alcançar a independência econômica, diz prefeito eleito
Para obter maioria na Câmara e assim aprovar os seus projetos para os próximos quatro anos, o prefeito eleito Marco Antônio Lage (PSB) disse que já deu início às conversações com os vereadores eleitos. Mas ele assegura que as negociações não serão na base do toma lá dá cá, mas em torno de ideias e projetos.
“Estou ligando para os vereadores, os novos e os reeleitos, chamando atenção para a necessidade de estabelecer consensos em torno de projetos. Sinto que eles estão com esse mesmo desejo de mudanças na forma de a Prefeitura relacionar com a Câmara. É o que o eleitor cobra e deixou claro nas urnas”, afirma o prefeito eleito, que pretende estabelecer canais permanentes de conversação com os vereadores.
“O que eu disse na festa da vitória não é frase de efeito. Temos que fazer 40 anos em quatro. Precisamos ousar e para isso temos de construir uma unidade em torno de projetos que terão de passar pela aprovação da Câmara”, propõe Marco Antônio Lage.
Mas ele disse, em entrevista à Vila de Utopia, que não se preocupa com o fato de, pelos resultados das urnas, só contar inicialmente com uma bancada de apenas cinco vereadores que o apoiaram nas eleições. Leia aqui.
“Vamos discutir projeto a projeto e construir maioria em cima de propostas”, adianta. Para isso, ele pretende expor e explicar os programas e projetos, sem a pretensão de obter unanimidades. “O vereador que for contra irá apresentar os seus argumentos em plenário e à sociedade. Que seja com bons argumentos até para melhorar o que for proposto.”
Não ao fisiologismo
O que é inadmissível, diz o prefeito eleito, é continuar com a nefasta prática de vereadores negociarem apoio em troca de emprego de parentes e ou de cabos eleitorais – ou por outras formas fisiológicas e nada republicanas de barganhar políticas inconfessáveis.
“Sinto nas conversas com os vereadores que eles também querem inaugurar uma nova forma de relacionamento, sem abrir mão do papel de fiscalizar o Executivo.”
Lage acredita que isso é reflexo do recado que o eleitor deixou nas urnas. “Itabira está evoluindo em muitos setores e a política precisa evoluir também”, sinaliza Marco Antônio Lage, que diz ter pressa, pois o município não tem mais tempo a perder.
“Temos de ter foco estratégico e perseguir os objetivos para tornar Itabira referência no serviço público prestado à população em todas as áreas. E criar as condições para atrair novos empreendimentos que geram emprego e renda”, afirma o prefeito eleito.
Se não for assim, a cidade vai estagnar, ele prevê. E toda expansão urbana em curso, com abertura de novas avenidas, pode não ter a ocupação planejada. “Sem atrair novas indústrias e serviços, Itabira vai encolher. E se isso acontecer, a Câmara seguirá pelo mesmo caminho, podendo ficar com apenas 11 vereadores nas próximas legislaturas.”
Acenos
O ainda líder do prefeito na Câmara, vereador Neidson Freitas (MDB), também já acenou para a necessidade de uma repactuação política no município.
Mas para isso acontecer, é preciso estabelecer uma pauta mínima em prol de um projeto sustentável, que assegure o futuro do município sem a mineração em larga escala como existente nas condições atuais.
“Esperamos que as expectativas geradas com a campanha eleitoral sejam cumpridas. Enquanto vereadores, devemos acompanhar e cobrar para que elas ocorram em benefício da população”, discursou o vereador na tribuna da Câmara, na terça-feira (17).
Para o parlamentar, que deve liderar a bancada oposicionista na Câmara, o diálogo do prefeito com a Câmara não é uma cortesia, mas obrigação. “Precisamos ter humildade para disputar uma eleição e humildade também para perder. E mesmo assim continuar buscando o melhor para a nossa cidade na próxima gestão”, comprometeu-se. Leia também aqui.
A participação do povo , lideranças de bairros e uma imprensa sadia poderá ser imprescindível na construção desta nova mentalidade e atitudes no legislativo municipal . Oposição sempre foi e sempre será importante em uma democracia construtiva. Mas como foi dito , os argumentos terão que ser satisfatórios , e mostrem o porque dos porquês .