Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas é celebrado neste domingo (16) com um chamado à ação

Foto: Gustavo Mansur/
Palácio Piratini

As inundações no Rio Grande do Sul têm sido associadas a mudanças climáticas, que intensificam eventos climáticos extremos. Especialistas apontam que o aquecimento global contribui para o aumento da temperatura dos oceanos e da atmosfera, gerando mais energia para a formação de chuvas intensas

Antônio Eleutério Braga e Silva*

Neste domingo (16), o Brasil celebra o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, uma data que nos convida a refletir sobre os impactos das alterações com eventos extremos no planeta e a urgência de adotar medidas sustentáveis.

Instituído pela Lei nº 12.533, sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2 de dezembro de 2011, o dia busca mobilizar a sociedade para enfrentar um dos maiores desafios da humanidade: a crise climática que já caminha para uma emergência climática.

Transição energética

A transição para matrizes energéticas mais limpas é um dos pilares para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Atualmente, a matriz energética mundial ainda depende fortemente de fontes não renováveis, como carvão, petróleo e gás natural, que são os principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa.

No entanto, o Brasil se destaca no cenário global, com cerca de 47,4% de sua matriz energética composta por fontes renováveis, como energia hidrelétrica, solar e eólica.

A transição energética não é apenas uma questão ambiental, mas também econômica e social. Investir em fontes renováveis reduz a dependência de combustíveis fósseis, promove a geração de empregos verdes e melhora a qualidade de vida das populações mais vulneráveis.

Além disso, é uma oportunidade para o Brasil liderar globalmente na busca por um futuro sustentável.

Reprodução: Unipar

Alerta global

O avanço das mudanças climáticas já colocou o mundo em um estado de emergência climática. O aumento da temperatura média global, impulsionado pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento, intensifica eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e inundações.

No Brasil, enchentes históricas no Rio Grande do Sul e recordes de incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal são exemplos recentes dos impactos devastadores da crise climática.

Em todo o mundo, os eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos. Em 2024, o mundo registrou o ano mais quente da história, com temperaturas ultrapassando 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. No Brasil, enchentes, secas severas e incêndios florestais causaram prejuízos econômicos e sociais significativos, afetando milhões de pessoas.

Degelos e elevação do nível do mar ameaçam cidades litorâneas

O derretimento acelerado de geleiras e calotas polares é um dos efeitos mais visíveis das mudanças climáticas. Esse processo contribui significativamente para a elevação do nível do mar, colocando em risco cidades litorâneas ao redor do mundo.

No Brasil, cidades como Rio de Janeiro, Recife, Santos e Salvador já enfrentam os impactos desse fenômeno, com inundações mais frequentes e erosão costeira ameaçando comunidades e infraestrutura.

Globalmente, regiões como Jacarta, na Indonésia, e áreas costeiras da Flórida, nos Estados Unidos, também estão entre as mais vulneráveis. Estudos indicam que, se as tendências atuais continuarem, o nível do mar poderá subir até um metro até o final do século, deslocando milhões de pessoas e causando prejuízos econômicos e sociais significativos.

Consumo consciente

A conscientização da população sobre a redução do consumo de produtos nocivos ao meio ambiente é essencial para reduzir os impactos ambientais.

O consumo consciente envolve escolhas responsáveis, como optar por produtos duráveis, apoiar marcas sustentáveis e reduzir o desperdício.

Pequenas ações, como a redução do uso de plásticos descartáveis e o incentivo à reciclagem, podem ter um impacto significativo quando adotadas em larga escala.

Daí que é fundamental que governos, empresas e cidadãos unam esforços para enfrentar a crise climática.

A adoção de políticas públicas eficazes, o investimento em tecnologias limpas pelas grandes corporações econômicas e a mudança de hábitos individuais são passos cruciais para garantir um futuro habitável para as próximas gerações.

A luta contra as mudanças climáticas é um desafio coletivo que exige ação imediata. Afinal, proteger o planeta é proteger a nós mesmos.

“Antônio Eleutério Braga e Silva é engenheiro florestal e ambientalista

 

 

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