Denes Lott diz que licenças ambientais para captar água do rio Tanque e asfaltar estrada de Carmo a Ipoema devem ocorrer pela Supri

Fotos: Carlos Cruz/
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“Estamos trabalhando para agilizar o licenciamento ambiental para captar água do rio Tanque. Para isso, já conseguimos que seja analisado pela Supri (Superintendência de Projetos Prioritários), pela urgência que temos para o abastecimento em Itabira.”

A afirmação é do secretário municipal de Meio Ambiente, Denes Lott, por ocasião da prestação de contas de sua pasta na reunião das comissões temáticas, nessa terça-feira (15), antes da sessão ordinária Câmara Municipal de Itabira realizada no distrito de Senhora do Carmo.

Denes Lott: captação de água no rio Tanque é projeto prioritário

Com o licenciamento ambiental tramitando pela Superintendência de Projetos Prioritários (Supri), a Prefeitura de Itabira espera antecipar o início e o término de conclusão da captação de 600 litros por segundo (l/s) de água do rio Tanque para abastecer a população de Itabira e atrair novas indústrias.

Pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela mineradora Vale, que bancará o custo das obras, a capatação só teria início a partir de 2026. “Com a mudança na tramitação do licenciamento,  o início da captação já foi antecipado para 2024 e esperamos adiantar ainda mais a conclusão das obras.”

A justificativa para dar celeridade ao licenciamento ambiental se deve à urgência para solucionar a crônica falta de água na cidade. Mas que não seja a toque de caixa, “passando a boiada”.

De acordo com o projeto original, a transposição seria de l/s, volume considerado necessário pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) para regularizar as atuais outorgas do município, suprir a demanda da população para os próximos 30 anos, somando-se o que for captado aos atuais mananciais.

Entretanto, o projeto de captação foi ampliado para 600 l/s. O excedente, que no início será de 400 l/s, será aproveitado pela mineradora em seu processo de beneficiamento do minério, reduzindo-se na medida em que cresce a demanda na cidade. Ou seja, a transposição atende também aos interesses da mineração.

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Sem transposição de bacias

A captação de água no rio Tanque, a 25 quilômetros de Itabira, segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) não constitui transposição de bacias, conforme certidão já obtida pela mineradora.

A informação é do engenheiro Aloísio Maia de Freitas, coordenador do grupo que na Vale trabalha com a implantação do projeto que inclui, além da captação, a adução, recalque, além da construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA) no bairro Campestre, na subida para o Alto do Pinheiro, onde já está instalado um grande reservatório.

A certidão põe fim à dúvida de quem via na captação de água do rio Tanque, afluente do Santo Antônio, como transposição de bacias, uma vez que, após o tratamento e o abastecimento na cidade, a “sobra” seguirá para o rio de Peixe, afluente do Piracicaba.

“São todos rios da bacia do Doce, por isso não há transposição”, explicou Jorge Borges que preside o Comitê da Bacia do Rio Piracicaba. “O Igam não entende essa captação como sendo uma transposição”, confirmou.

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“Enquanto a Vale fizer uso dessa água, os custos operacionais, inclusive com energia, serão dela”, informou o engenheiro Jorge Borges em recente reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema). Ele coordena o grupo do Saae que acompanha a implantação do projeto.

Revitalização

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Para revitalizar o rio Tanque e seus afluentes, a Prefeitura lançou o programa Águas de Itabira, que substitui o Preservar para não secar, extinto pela administração passada. O edital convocando sitiantes e fazendeiros para participar da iniciativa deve ser publicado em 20 de março, informou Denes Lott.

O programa prevê remunerar os participantes, desde que façam o cercamento e proteção de nascentes, além de recomporem as matas ciliares dos cursos d’água que passam pelas suas propriedades. Inclui ainda o tratamento de efluentes, por meio de fossas sépticas.

Para dar suporte ao programa, Lott anunciou a instalação de um viveiro de mudas na fazenda São Lourenço, no Posto Agropecuário, com capacidade de produzir entre 25 a 30 mil mudas.

Com isso, o município não fica dependente das raquíticas mudas fornecidas pelo Instituto Espinhaço. É que essas mudas não têm desenvolvido como foi propagandeado, segundo testemunho de produtores rurais que plantaram as mudas em suas propriedades.

Asfaltamento de rodovia 

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Denes Lott disse ainda, na mesma reunião das comissões temáticas no distrito itabirano, que a Prefeitura espera que corra pela Supri o processo de licenciamento do projeto de pavimentação asfáltica do trecho da rodovia municipal que liga os distritos de Senhora do Carmo e Ipoema.

O secretário municipal adiantou que para o processo de licenciamento já estão sendo feitos os levantamentos necessários dos impactos decorrentes, principalmente com supressão de vegetação, que terão de ser mitigados e ou compensados. “Possivelmente a compensação florestal ocorrerá no parque do Limoeiro”, adiantou.

“As propostas de condicionantes estarão incluídas no projeto executivo que será licitado. A nossa expectativa é de o licenciamento sair em seis meses”, disse ele. Mas para isso acontecer, o asfaltamento terá de ser considerado prioritário pelo órgão ambiental estadual.

Recursos

O vereador Neidson Freitas (MDB) disse considerar importante o asfaltamento da rodovia municipal e espera que seja dada celeridade no licenciamento ambiental.

Ele recordou o que levou a Câmara a não aprovar, no ano passado, um empréstimo da Prefeitura de R$ 75 milhões junto à Caixa Econômica Federal, que seria, em parte, alocado na pavimentação desse trecho da rodovia municipal.

“A Câmara rejeitou o empréstimo, mas não o asfaltamento desse trecho. A Prefeitura dispõe de recursos não vinculados da ordem de R$ 210 milhões, suficientes para assegurar a execução dessa obra e de outros projetos de interesse da população”, defendeu o parlamentar oposicionista.

“O recurso já está no caixa da Prefeitura e acredito que a pavimentação asfáltica será executada. Será a maior obra a ser entregue por este governo”, ele projeta já como grande trunfo da administração municipal ao final da atual gestão.

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