Daniela Mercury visita aldeia Pataxó no sul da Bahia e relata violações aos direitos humanos

Foto: Ulisse Baggi

Cantora, ativista e integrante da Comissão Arns, denuncia ataques de fazendeiros, traficantes e milicianos ao povo Pataxó, da Terra Indígena Barra Velha. E pede proteção diante das ameaças

A cantora Daniela Mercury, ativista e integrante da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns, visitou a Terra Indígena Barra Velha, em Porto Seguro, na Bahia, para um encontro com lideranças locais.

A região é habitada pelo povo indígena da etnia Pataxó, vítima de frequentes ameaças e ataques por parte de fazendeiros, traficantes e milícias.  

Na ocasião, Mercury conversou com caciques e membros da comunidade local, que pedem socorro diante da precariedade da segurança pública e do atendimento em saúde na região.

“De 52 mil hectares, apenas 8 mil estão seguros. Os indígenas sofrem violência e racismo têm pedido proteção desde 2022, sem sucesso. Eles relatam que as crianças estão muito desprotegidas e têm medo das milícias que abordam os ônibus de transporte escolar. Por segurança, as aulas noturnas foram suspensas”, relata a ativista. 

Além disso, segundo ela, o povo solicita políticas públicas mais eficientes, transporte interno para enfrentar as grandes distâncias da região, além da capacitação indígena para comunicação e discussão das questões locais. Para as crianças e adolescentes, pedem, ainda, a construção de um refeitório e investimentos na ampliação para a escola de Barra Velha. 

A Terra Indígena Barra Velha foi palco de episódios de brutalidade nos últimos anos, com três assassinatos de jovens indígenas desde 2022, Esses crimes permanecem impunes, sem resolução na Justiça.    

Confira o relato de Daniela Mercury 

“Eu, como cantora e membra da Comissão Arns, visitei a Terra Indígena Barra Velha, em Porto Seguro, Bahia. Em encontro com lideranças locais, ouvi relatos sobre a situação de ameaças aos Pataxó que habitam a região. Mortes de adolescentes, presença de milícias e emboscadas são frequentes. 
 
Além disso, eles solicitam melhorias nas políticas públicas, investimentos e ampliação na escola de Barra Velha, transporte interno devido às grandes distâncias e melhor atendimento de saúde dentre outras importantes demandas. 
 
Quero que vocês conheçam a beleza da cultura do povo Pataxó e que todos que moram nessa região celebrem a importância deles e se encantem com a cultura indígena.

Fui recebida pelos jovens e crianças que me emocionaram demais. Vejam os @Marujinhospataxó. Foi uma honra ser recebida com tanto amor à arte. Hoje é dia de luta contra a discriminação racial. Que lembremos o quanto os povos indígenas sofrem com o racismo.” 

 

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