CRM-Itabira comenta publicação sobre a não existência de tratamento preventivo para a Covid-19

Roberto Sampaio de Barros*

Inicialmente quero destacar que os Conselhos Regionais de Medicina tem como missão principal a fiscalização do exercício da profissão, tendo como base o código de ética Médica, tanto as condições de trabalho nos hospitais e clínicas, bem como fiscalizar a atuação dos médicos garantindo a qualidade e oferecer segurança ao paciente no atendimento.

É a entidade que concede o registro profissional que é obrigatório para a prática da profissão. O CFM (Conselho Federal de Medicina) é o órgão máximo e é representado nos Estados pelos Conselhos Regionais de Medicina.

No Estado de Minas Gerais existem as Delegacias Regionais que estão localizadas em 25 cidades no estado.

Itabira pelo número de profissionais é uma das 25 do Estado que centraliza uma Regional composta por vários municípios.

Dependendo do número de médicos, outras cidades podem ser Delegacia Seccional e se tiver um número menor de médicos terá um representante. Porém as delegacias seccionais e os representantes estão subordinados à Delegacia Regional.

Represento a Delegacia Regional de Itabira, como delegado titular. E o delegado-adjunto é o doutor Marcelo Fontana Monteiro.

O parecer do CFM que citarei se refere especificamente ao tratamento de Covid-19. Este parecer foi emitido por estarmos diante de uma doença nova, pandêmica e de pouco conhecimento da comunidade científica e por extensão médica.

O CFM no parecer número 04/2020 deliberou que é decisão do médico assistente realizar o tratamento que julgar adequado, desde que, com a concordância do paciente infectado, elucidando que não existe benefício comprovado no tratamento farmacológico dessa doença e obtendo o consentimento livre e esclarecido.

O parecer número 04/2020 não apoia nem condena o tratamento precoce. Respeita a autonomia do médico e do paciente, para que ambos, em comum acordo, estabeleçam qual tratamento será realizado.

Importante ressaltar que todo ou quase todo medicamento tem efeitos adversos, principalmente em casos de comorbidades, em uso prolongado e/ou doses elevadas.

Existem na literatura médica dezenas de trabalhos científicos mostrando benefícios com o tratamento precoce com drogas tais como: hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina, Annita.

Outros trabalhos apontam que elas não possuem qualquer efeito benéfico contra a Covid19.

Em outras palavras, a ciência ainda não cravou conclusão de maneira definitiva se existe algum benefício ou não com o uso desses fármacos.

*Roberto Sampaio de Barros é médico, delegado regional de Itabira do CRM-MG

Leia mais também aqui.

No destaque, foto ilustrativa: tratamento intensivo de paciente em Manaus (Reprodução)

 

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2 Comentários

  1. E o que dizer dessa materia? Não existe tratamento preventivo para a covid-19, reafirmam especialistas
    Por VILADEUTOPIA 19 de fevereiro de 2021
    E quer dizer que se o médico for bolsonarista o paciente ta na mão do calango. E o paciente tem conhecimentos para numa situação dessa dizer se aceita ou não o embuste?

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