Covaxin, o imunizante contra Bolsonaro

Rafael Jasovich*

Não bastassem as revelações comprometedoras da CPI da Covid no Senado, agora arde nas mãos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma granada sem pino, prestes a explodir.

As denúncias do deputado originariamente bolsonarista Luís Miranda (DEM-DF) e do seu irmão Luís Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde, parecem irrefutáveis.

Espanta a rapidez com que o governo, com a intervenção direta do presidente da República, entabulou a compra de uma vacina, a Covaxin, ainda não aprovada pela Anvisa, por valores que ultrapassam 1000% em sobrepreço.

Estamos frente a formação de um tsunami político que pode ser o estopim da saída de Bolsonaro do governo.

A covaxim não foi aprovada por nenhuma organização cientifica e até na Índia se suspeita de sua ineficácia.

Um bilhão e seiscentos milhões reservados (empenhados) para uma vacina duvidosa, aprovação do contrato em 24 horas, farta documentação que demonstra prevaricação.

A defesa do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, foi mentirosa e ainda ameaçou os denunciantes numa clara demonstração do pavor que a denúncia se faz sentir no Planalto.

A CPI acertou ao seguir a trilha do dinheiro, sempre foi assim que se descobriram as grandes falcatruas.

E caso curioso é que seis dias após a assinatura do contrato o filho do presidente compra uma mansão de 6 milhões. Coincidência?

O tsunami está se formando. Resta saber se não acaba numa marolinha.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional

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