Concentração em Itabira de itabiritos de outras localidades é boa solução para a Vale, mas nem tanto para o município
Pilha de estéril/Foto Ilustrativa Reprodução/BrasilMineral
Por Carlos Cruz
A mineradora Vale busca alternativa técnica para processamento de minério de ferro por meio de filtragem a seco, sem utilização de água, como é o caso de Brucutu.
Já para Itabira, que dispõe de estruturas mais antigas, a alternativa apresentada é a disposição a seco de rejeitos das usinas em pilhas depois de filtrados, à semelhança com o que já ocorre com o material estéril retirado das minas.
Mas mesmo essa alternativa não é totalmente segura e pode representar graves riscos. Isso porque, embora os rejeitos possam ser dispostos em pilhas – e não mais em barragens – elas hidratam com as chuvas, com risco também de ocorrerem liquefação e deslizamentos.
Viram lamas que podem deslizar pelas encostas, a exemplo do que ocorreu com o material que transbordou do dique da Vallourec, em Nova Lima.
Portanto, também essa opção precisa ser mais bem formulada e discutida com a sociedade itabirana, que ainda não encontrou alternativas econômicas à mineração.
E que se apega ao prolongamento do horizonte de exaustão não das minas, que já têm prazo de validade, embora possa ser prolongado por mais alguns anos, mas do complexo industrial para o processamento de minérios mais pobres, que virão para Itabira com grande volume de rejeitos.
E que para serem concentrados demandarão grande quantidade de água, ainda que boa parte possa ser reaproveitada no processo.
Para isso, a Vale já entrou com pedido de licenciamento para construir um ramal ferroviário entre Conceição do Mato Dentro e Itabira, que é para escoar o itabirito da mina de Serpentina para ser concentrado nas plantas de Cauê e Conceição.
A medida tem sido anunciada como importante para a continuidade das operações da Vale no complexo de Itabira, uma panaceia para se fazer frente à exaustão das minas e manter as suas plantas industriais em operação – que são ativos de grande valor para serem sucateados.
Pode ser ótima alternativa para a mineradora e seus acionistas, pois mantém em operação o complexo industrial local. Mas nem tanto pra Itabira.
Sem descomissionamento
Não é bom para Itabira, entre outras razões, por postergar indefinidamente o descomissionamento das minas locais, deixando de implementar muitas das medidas ambientais mitigadoras de reabilitação do que foi degradado pela mineração, além das compensaões sociais e econômicas previstas em lei.
Para isso, a alegação da empresa é a de sempre, ao sustentar que as atividades minerárias não serão encerradas em Itabira, mesmo depois de exauridas as principais minas, mantendo-se apenas uma extração residual de minérios remanescentes.
A vinda de minério da mina de Serpentina para ser processado em Itabira é uma ótima alternativa para a Vale. Mas transformará Itabira em uma grande pilha de rejeitos.
Ainda que dispostos a seco, haverá sempre riscos de liquefação com as suas previsíveis e conhecidas consequências, por mais que técnicos da mineradora possam sustentar que isso não ocorrerá com a instalação de drenos internos e superficiais.
Portanto, mesmo que essa alternativa possa gerar algumas centenas de empregos diretos e indiretos no município, além de royalties residuais, é certo que Itabira pode ter mais um grande problema ambiental, caso se contente com tão pouco, como historicamente tem ocorrido.
Aceitar nesta altura do campeonato se transformar em um depósito é o fim da picada . Mesmo se o retorno fosse compensatório , aceitar isso seria ruim . Já num bastam as barragens . Itabira num tem que se apoiar nisso, é pensar em outras alternativas econômicas. A Vale dadas as devidas proporções entregou ao longo dos anos de exploração, muito pouco pra Itabira , e ainda os políticos consumiram não se sabe como com estes recursos .
Por isso que Itabira não vai pra frente , rejeito tem solução pra depósito dentro da cava da mina que não vai ser mais explorada , mais um ramal ferroviário pra Itabira representa progresso ,alguém se lembra o tanto de carga que era carregada na antiga estação de Itabira ? Pois é de tanta briga política na época deixaram a vale acabar com a estação acabaram as cargas acabou circulação de dinheiro e emprego que ali gerava , hoje só resta carregamento de minério , o povo e políticos tem que deixar as coisas acontecerem naturalmente mas claro de olho no meio ambiente, se a mentalidade do Itabirano não mudar Itabira continuará uma cidade retrógrada e nas mãos de um pequeno grupo que todo mundo sabe quem são eles.