Com monitoramento integrado e ações dos agentes de combate a endemias, Itabira registra o menor índice de infestação de Aedes aegypti

Agentes de combate a endemias agiram mesmo na época da Covid-19, sendo fundamentais na orientação da população para prevenir também a proligeração do mosquito Aedes aegypti

Foto: Carlos Cruz

LIRAa de agosto registra 0,3%, o menor índice já registrado no município de Itabira, considerado ideal pelo Ministério da Saúde. A estiagem prolongada também contribui, daí que é preciso manter a vigilância permanente, principalmente ao começar o período chuvoso

Com maior controle e ações preventivas desencadeadas pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE) e da estratégia integrada de combate às arboviroses, aliado ao Sistema de Monitoramento Integrado do Aedes (MI-Aedes) para acompanhar, em tempo real, a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti, Itabira registra índice de 0,3%, o menor já registrado no município, conforme Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado no início deste mês.

Índices inferiores a 1% são considerados de risco ideal, indicando uma situação controlada. Em Itabira, esse controle mais eficaz foi possível com o inovador sistema de monitoramento, adotando medidas eficazes de prevenção e controle do vetor pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Para isso tem sido imprescindível o trabalho dos ACEs, ao orientar a população para que faça a sua parte, com medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito.

Ajuda também, neste período do ano, a estiagem prolongada, uma vez que o vetor prolifera botando os ovos em água parada, o que não se tem nesta época sem chuvas.

Daí que a população deve se manter atenta e vigilante assim que as chuvas retornarem, que serão muito bem-vindas, mas com os cuidados que a nova temporada requer para que o mosquito não prolifere descontroladamente, como ocorreu em períodos anteriores em Itabira e em Minas Gerais, assim como em outras regiões do país.

Para isso, recomenda a Diretoria de Controle de Zoonoses, é necessário a participação efetiva da população para impedir o surgimento de surtos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti como Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela.

Outros arboviroses

A vigilância epidemiológica em Itabira não fica apenas no combate ao mosquito da Dengue. Os ACEs devem ser treinados nos próximos dias com foco na prevenção da Febre Oropouche, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis (maruim ou mosquito-pólvora) e Febre Mayaro, que pode ser transmitida pelos mosquitos Culex sp. (pernilongo comum) e outras espécies do gênero Aedes.

O treinamento é necessário para garantir que esses profissionais estejam preparados para lidar com os novos riscos e manter a eficácia das medidas de controle.

Ainda antes do período chuvoso, a SMS vai intensificar as ações de combate e conscientização a fim de assegurar que o baixo índice atual de infestação pelo mosquito da Dengue seja mantido.

Para isso, é preciso também que a população aja preventivamente, eliminando em casa todos os meios que possam facilitar a proliferação do mosquito. É com essa participação de todos que Itabira previne novos surtos.

Inovação

O Sistema de Monitoramento Integrado do Aedes (MI-Aedes) implantado em Itabira para acompanhar, em tempo real, a proliferação do  mosquito vetor do Aedes aegypti, otimiza as medidas eficazes de prevenção e controle, reduzindo a propagação.

Para isso, o sistema de monitoramento dispõe de software, sistema de georreferenciamento. Para essa ação, a armadilha chamada de MosquiTRAP foi instalada em 320 pontos da cidade para a captura do vetor.

Feito isso, são realizadas conferências semanais pelos ACE e análise de amostra biológica. A partir daí, é possível mensurar o grau de infestação de mosquitos e qual sorotipo viral está em circulação em cada microárea abrangida pelas armadilhas.

A armadilha MosquiTRAP é constituída por um vaso plástico preto, com uma abertura em formato de funil, túnel revestido por um cartão adesivo e água ao fundo, simulando um criadouro perfeito para a proliferação do mosquito.

Dentro do recipiente é depositado o AtrAedes – produto que libera ao entorno da armadilha uma substância atraente para a fêmea adulta do mosquito. Ao entrar na armadilha para a postura dos ovos, o inseto fica preso no adesivo.

Dessa forma é possível mensurar semanalmente o grau de infestação da microárea e enviar os mosquitos capturados para análise laboratorial.

A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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