Com a pandemia, Itabira se torna, provisoriamente, polo macrorregional de saúde, diz a secretária Rosana Linhares

Somados os investimentos  historicamente investidos no passado, e mais o aporte de recursos pela Prefeitura de cerca de R$ 1,5milhão no aparelhamento dos hospitais e compra de insumos (máscaras e testes rápidos de coronavírus e influenza), Itabira se prepara para tornar, pelo menos neste momento de enfrentamento ao coronavírus, referência macrorregional para os casos de maior complexidade.

Como polo microrregional, com abrangência de 12 municípios, os hospitais da cidade já são referências para atender uma população em torno de 220 mil habitantes. Ao se tornar polo macrorregional, Itabira passa atender toda área de referência da Gerência Regional de Saúde (GRS), com mais de 500 mil moradores.

Em pronunciamento nessa sexta-feira, Rosana Linhares diz que hospitais de Itabira irão fazer os atendimentos mais complexos vindos da macrorregião

Mas esse atendimento macrorregional será somente para os casos de maior complexidade, tranquiliza a secretária municipal de Saúde, Rosana Linhares, em pronunciamento pela internet nessa terça-feira (3).

“Os casos mais graves e complexos de outras cidades virão para ser atendidos nas UTIs do Carlos Chagas e do Nossa Senhora das Dores”, informa a secretária.

Segundo ela, a macrorregionalização se tornou necessária pelo fato de Itabira dispor de melhor infraestrutura hospitalar. “Assim que o paciente estiver com o seu quadro estabilizado, ele retorna para outras enfermarias e hospitais da região para concluir o tratamento.”

Para essa segmentação ocorrer, estão sendo acertadas parcerias com hospitais de Guanhães e João Monlevade, municípios que são também referências microrregionais da GRS. E também com hospitais de Barão de Cocais e Santa Bárbara.

Com a segmentação, casos menos graves de pacientes residentes na microrregião de Itabira poderão ser atendidos em hospitais das outras cidades polos microrregionais. Essa distribuição será feita de acordo com as disponibilidades de leitos nos hospitais que irão participar desse arranjo para tornar mais eficaz o atendimento médico-hospitalar.

“As nossas estruturas são muitas e ampliam com essas parcerias”, acredita a secretária, que faz, entretanto, uma importante ressalva. “Nenhuma estrutura de saúde no mundo está preparada para atender a todos ao mesmo tempo. Para que o nosso serviço de saúde não entre em colapso, é preciso que a população faça a sua parte. Fiquem em casa”, pede veementemente a secretária municipal de Saúde.

Itabira pode ter cerca de 8 mil infectados nos próximos meses

O apelo da secretária municipal para que todos fiquem em casa nas próximas semanas virou um “mantra” repetido à exaustão por todas as autoridades responsáveis do país, sejam elas da área de saúde ou da política.

Com o amplo e maciço isolamento social, o que se espera é achatar a curva da epidemia – e assim não ter grande número de pessoas infectadas de uma só vez, o que que acarretaria o colapso dos sistemas de saúde, aumentando p número de mortos de pessoas que ficariam sem atendimento.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, projeta para as próximas semanas o avanço da pandemia no país (Foto: Agência Brasil)

Segundo Rosana Linhares, a projeção da Secretaria Municipal de Saúde é Itabira ter em torno de 8 mil pessoas infectadas pela covid-19  até o mês de julho. Esse número pode ser menor, mas também pode ser mais expressivo.

O tamanho da pandemia no país vai depender do grau de eficiência do distanciamento social e do isolamento domiciliar – e será medido já nas próximas semanas.

O diretor do Instituto Butantan e membro do Comitê de Contingência do Coronavírus, Dimas Covas, em entrevista à Agência Brasil, fez um importante alerta, com uma comparação:

“Nas duas ou três próximas semanas vamos conhecer exatamente o tamanho dessa epidemia. Estamos no começo dela e vamos saber se vamos encontrar um Everest [montanha de maior altitude do mundo] ou um monte mais suave.”

Ele também reforça o apelo para que todas as pessoas, que não têm de sair para trabalhar, que fiquem em casa. “Se isso não ocorrer, teremos notícias muito tristes nas próximas semanas.”

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