Cauê
Cauê, contextura de ferro, indestrutível!
Por medusa encantado Atlante, em Deus Tupan.
Potente, formidável, soberbo, invencível;
Em valor, força, em tudo, és o maior Titan!
Monte gigantesco sómente perecível,
Se houver um horrível cataclisma amanhã.
Fato p’ra nós colocado acima do nível,
Do saber e sentir de nossa alma cristã.
Filho de Itabira, imperador nordestino!
Por que não mudas tu, teu fado, teu destino,
Empunhando o teu espirito de real grandeza?
Ergue tua cabeça, estende este teu braço,
Que p’ra dominar, Deus, te deu ferro e aço;
Ao mundo mostra o poder de tua riqueza!
Jornal de Itabira, 30 de outubro de 1932*
“… há mais de 5 mil anos, já se fabricavam objetos de ferro no Egito… Supersticiosos ao extremo os egípcios e babilônios apelidaram o ferro de Pedra do Céu, julgando-o, talvez, proveniente dos espaços siderais, sob a forma de meteorito. O próprio vocábulo siderurgia está vinculado à existência de uma estrela, conhecida por Sidus. E o metal mesmo, inspirou em 1717, ao padre Xavier de La Sante, um belíssimo poema – Ferrum – que finaliza com linda alegoria a dois irmãos pastores – Sidério e Siderito – e deixa descrita a lenda que a Deusa da Estrela Polar, descendo do firmamento, tornou-se enamorada de um pastor – Siderito – que a repele. Encolarizada, a Deusa transforma Sidério em ferro e Siderito em pedra magnética.”
[In.: A solução do problema do ferro, de Durval Bastos de Menezes, Companhia Editora Nacional, 1938]
*Poema, nota e foto compartilhados por Cristina Silveira, do Rio
E ficou a memória indestrutível deste Pico
sempre buscada em nossos sonhos perdidos
que era antes de ser lavado, levado, tragado…