Carro elétrico e a diesel, em breve você verá circulando no Brasil
Mauro Andrade Moura
Tem-se falado muito dos carros movidos à energia elétrica com base em baterias de lítio, o que tem movimentado todo o mercado automobilístico mundial e a procura por reservas minerais está cada dia mais acirrada.
Há muita especulação quanto às reservas minerais existentes no mundo e, obviamente, as do Brasil são as maiores conhecidas.
Atualmente no Brasil a carência de energia elétrica é alta, a demanda é crescente e a falta de geração é absurda, pois as energias renováveis conhecidas aqui já estão no limite tecnológico disponível.
Normalmente no meio do ano, que é o período seco nas regiões Sudeste, Sul e Centro-oeste, invariavelmente as contas de energia aumentam por ser aplicado o sistema da bandeira vermelha. Isso pela geração de energia a partir de motores movidos a diesel, base das tais usinas termoelétricas.
A geração de energia pelos moinhos de vento no Nordeste segue com a interligação no sistema nacional de maneira precária ou inexistente. E, assim, faz-se pouco aproveitamento da geração daquela energia renovável.
Quanto à energia solar produzida nas próprias residências, prédios e galpões industriais, segue praticamente inexistente no Brasil, de tão pouca geração que é.
Os governos federal e estaduais não adotam uma política de incentivo e muito menos eliminam os impostos aos interessados que queiram instalar um mero e pequeno sistema desse em casa ou em condomínio residencial.
Com os sistemas eletrônicos passou a ser viável ter a própria geração de energia e a sobra ser liberada ao sistema geral. É assim que se têm várias possibilidades de novas gerações de energia.
Fato esse que os gestores parecem não perceber e muito menos os gestores financeiros dos governos estão dispostos a ceder na arrecadação dos impostos com as vendas das placas solares.
Ocorre em Itabira queda e picos de energia constantes. São praticamente semanais em alguns bairros da cidade. Isso se deve à insuficiente oferta de energia elétrica, apesar de haver algo em torno de cinco usinas hidrelétricas em funcionamento na região e uma pequena desativada há algumas décadas, a de dona Rita.
Com o advento do carro movido a energia elétrica e a pressão pela redução da emissão de monóxido de carbono pelos motores a combustão (gasolina), há toda uma expectativa da chegada desses veículos e para passarem a ser comercializados no Brasil.
Mas, como temos toda essa carência de energia elétrica no país, sendo a atual geração e oferta de energia renovável insuficiente para as moradias e indústrias, fatalmente, se você leitor adquirir um carro movido à energia elétrica com as baterias de lítio, em algum momento utilizará energia elétrica gerada a partir de um motor a diesel, que é ainda mais poluente do que um motor a gasolina.
Também, pelo estado constante de vandalismos nas cidades, não consigo imaginar um abastecedor de energia elétrica como o que vimos em uma rua qualquer de Lisboa – Portugal.
Discrepância
Há pouco tempo na Austrália, foi montado um gerador elétrico com motor movido a diesel (foto em destaque), citado como meio de fornecer àqueles usuários de veículo elétrico como meio de poderem cruzar uma grande extensão territorial daquele país.
Considerando a dimensão territorial do Brasil, superior ao da Austrália, com suas insuficiências de atendimento nas precárias rodovias, quantas dessas engenhocas a diesel serão necessárias aos usuários de um carro elétrico?
Ademais, como em Minas Gerais não se faz vistoria nos veículos automotores, temos um infindo número de veículos movidos a diesel, leia-se caminhões e pick-up cabines duplas, com funcionamento precário e sempre soltando aquela fumaça cinza no cano de descarga dos motores.
Nas rodovias, estando você atrás de um veículo desse movido a diesel, ou fecha as janelas ou sofre com a fumaça poluente.
Chegamos ao absurdo de ter na frota dos órgãos ambientais do estado de Minas Gerais veículos movidos a diesel, com a manutenção precária também, assim como ocorre com os veículos particulares. A precariedade de manutenção também ocorre com os veículos movidos a diesel da frota pública do município de Itabira.
Outro dia, estando na porta de uma padaria aguardando minha vez de entrar no estabelecimento, conforme normas municipais em tempo de pandemia, estaciona ao lado uma viatura da Polícia Militar Florestal e deixa ali sua fumaça expelida pelo motor a diesel que a move.
Após a detonação do diesel no motor, sua fumaça contém enxofre, que é cancerígeno.
Expectativa
Fica ainda a dúvida do que fazer com tanta bateria a ser sucateada nos próximos anos. A vida útil de uma bateria de íon-lítio é de aproximadamente dez anos.
Sem contar que no Brasil não se consegue dar fim a meras garrafas plásticas ou de PET, as quais invariavelmente são lançadas nas calçadas, ruas, entupindo a rede de água pluvial e rios.
As usinas atômicas para geração de energia elétrica simplesmente não deveriam existir. Prezo o fim do uso delas o mais breve possível.