Carnaval descentralizado em Itabira muda palco no Pará, com agenda noturna também no Campestre, mas só matinês nos outros bairros

Foto: Carlos Cruz

Tem início nesta sexta-feira (9) o carnaval de Rua de Itabira, seguindo até terça-feira (13), com programação descentralizada. Porém com eventos noturnos somente na praça José Máximo Resende, no bairro Campestre, e na praça dr. Nelson Lima de Guimarães, no bairro Pará.

Nesses bairros haverá matinês e também programação que se estenderá até a virada da noite, com o cuidado devido para não ultrapassar o horário pré-determinado, avançando madrugada adentro.

Como no ano passado, Prefeitura e Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) acertam na intenção, mas erram na execução. Acertam ao promover um carnaval descentralizado, levando a alegria do tríduo momesco aos bairros que estão com menores índices de infestação pelo perigoso Aedes Aegypti, que todos devem combater.

Mas erram ao não promover bailes carnavalescos noturnos na avenida Mauro Ribeiro Lage, nos bairros Gabiroba, Juca Batista, Praia, além da Feira do Produtor (Esplanada da Estação). Nessas localidades a programação só prevê a realização de matinês, no horário de 13h às 16h.

Nos distritos de Ipoema e Senhora do Carmo, incluindo Serra dos Alves, haverá matinês, mas também programação noturna, seguindo mais ou menos os mesmos horários previstos para os bairros Campestre e Pará.

Sem a programação à noite nos demais bairros, assim como ocorreu nos carnavais anteriores, é certo que grande parte da população itabirana irá se dirigir aos bairros onde haverá programação noturna. ´

Resultado previsto: o que seria uma programação menor, pode virar um evento de proporção maior do que comporta um evento de bairro.

E o que é pior, se for desativada a segurança logo após o término da última marchinha carnavalesca, pode ser repetida as indefectíveis aglomerações de carros com som na maior altura, um “muvucão” que muito incomoda aos moradores, como ocorre invariavelmente no bairro Pará, onde a população, em sua maioria, é idosa.

Mudança de palco

Diferentemente do que vinha ocorrendo em anos anteriores, a FCCDA decidiu alterar a localização do palco e do espaço para a festa carnavalesca no bairro Pará. Antes, a infraestrutura era instalada em frente à escola Major Lage.

Mas para esse ano, decidiu instalar do outro lado da praça, em frente ao sindicato Rural, com o palanque bem próximo das residências da rua Trajano Procópio. Moradores vizinhos, que não foram consultados, não gostaram da alteração.

Já está causando descontentamento antes mesmo da festa momesca ter início, o que poderia ter sido evitado. Segundo Marcos Alcântara, superintendente da FCCDA, a decisão foi de toda uma equipe, que envolveu inclusive o pessoal de segurança. E que foi estudada a propagação do som, optando-se pela mudança da localização do palco. Balela.

Comunicado inócuo

Causou estranheza também o único comunicado que a FCCDA fez aos moradores do bairro Pará, e certamente no Campestre, distribuído de casa em casa na vizinhança.

Ao invés de apresentar um simpático convite aos moradores para participarem da festa momesca no bairro, com todo esquema de segurança para que tudo ocorra na maior paz e tranquilidade, limita-se a exaltar aspectos econômicos desse grande evento carnavalesco.

“O carnaval é uma ferramenta para o poder público e empresarial potencializar o desenvolvimento econômico e social, colaborando positivamente para a realização de políticas públicas no campo da indústria, comércio, educação, esporte, cultura, turismo e segurança”, diz o comunicado, como se esse fosse um grande impacto positivo de vizinhança ou algo próximo.

Diz nada aos moradores do bairro Pará, sabe-se lá a quem interessa esse inócuo comunicado.

Leia a íntegra do comunicado aqui:

https://viladeutopia.com.br/wp-content/uploads/2024/02/comunicado-fcda.pdf

Receptividade

O que os moradores vizinhos querem saber é se haverá mesmo segurança e receptividade, para que possam também participar dessa grande festa da alegria, do encontro e da confraternização nos embalos de marchinhas carnavalescas, que, quando boas e aprazíveis, não precisam ser tocadas para serem ouvidas no volume máximo.

Para os próximos carnavais, é preciso ser mais receptivo e convidativo, ao invés de apelar para esse ridículo argumento a justificar a festa momesca pelo desenvolvimento econômico.

São situações como essas, por pequenas que possam parecer, que vão se acumulando e acabam por desgastar, desnecessariamente, o conjunto da administração municipal.

Tudo isso poderia ser evitado, com o carnaval itabirano proporcionando aos moradores que aqui ficam somente alegria e folia entre confetes e serpentinas.

Quiçá isso possa acontecer, apesar das incongruências aqui relacionadas, com a vênia da crítica.

No mais é torcer para que a festa momesca ocorra com muita alegria e tranquilidade, sem violência, que é o que todos querem e almejam. Evoé Momo.

Confira a programação do carnaval de Itabira2024

 

 

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