Buscas por escala 6×1 disparam em 1200% nos últimos sete dias

A assessoria da deputada Erika Hilton diz já ter obtido 195 assinaturas de parlamentares para a PEC começar a tramitar na Câmara dos Deputados

Foto: Lula Marques/
Agência Brasil

A proposta para o fim da escala 6×1 e de redução na carga de trabalho tem pautado o debate na política brasileira nas últimas semanas, despertando grande interesse público

O debate sobre o fim da escala 6×1 vem ganhando força na política brasileira, atraindo a atenção da população. Segundo a autora do projeto, deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a mudança visa melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) visa o fim da escala 6×1, que permite uma folga a cada seis dias trabalhados. A proposta é de três de folga por semana para quatro dias de trabalho, mantendo-se uma jornada diária de até 8 horas, incluindo a possibilidade de horas extras.

A justificativa é melhorar a qualidade de vida do trabalhador, dando-lhe tempo para o “ócio criativo”, necessário para o descanso, entretenimento, educação e cultura, motivando-o ainda mais para o trabalho.

O projeto da PEC ganhou enorme repercussão nos últimos dias na mídia, rede social e também na Câmara dos Deputados. De acordo com a assessoria da parlamentar, o número mínimo de assinatura para o projeto começar a tramitar na Câmara dos Deputados já foi alcançado.

Segundo a Folha de S.Paulo, 195 parlamentares já tinham assinado o projeto até 10h desta quarta-feira (13). O número necessário é de 171 dos 513 deputados.

O projeto de lei, que já virou movimento, se reflete no aumento nas pesquisas no Google. De acordo com um levantamento da Hostinger, plataforma de provedor e hospedagem de sites, com dados do Google, as buscas sobre o tema dispararam em 1200% nos últimos sete dias.

Como funciona a escala de 6 por 1

A escala 6×1 é um formato vigente, pela qual o trabalhador atua seis dias por semana, garantindo um dia de folga. Esse modelo está de acordo com a legislação atual, desde que a jornada não ultrapasse 8 horas diárias ou 44 horas semanais.

Para cumprir o limite legal, algumas empresas adotam jornadas de 7 horas e 20 minutos por dia. Outras utilizam turnos de 8 horas em alguns dias e horários reduzidos em outros para equilibrar a carga semanal.

Uma das principais críticas a esse regime é a restrição de folgas. Muitos trabalhadores acabam abrindo mão de fins de semana, pois o dia de descanso é ajustado conforme o funcionamento da empresa, sendo muitas vezes em dias úteis.

O que diz a PEC sobre a escala 6 por 1

A PEC para diminuir a jornada de trabalho, apresentada pela deputada Erika Hilton, surgiu de uma proposta do vereador Rick Azevedo, também do PSOL, que sugere uma redução para 36 horas semanais.

O projeto também propõe a adoção de uma escala 4×3, com quatro dias de trabalho e três dias de folga por semana, mantendo uma jornada diária de até 8 horas, incluindo a possibilidade de horas extras.

Os defensores apontam que essa mudança poderia melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e aumentar a produtividade. Já os críticos alertam para possíveis impactos negativos na economia para adaptação ao novo modelo.

Pesquisa mostra que brasileiros trabalham, em média, 55 horas semanais

O limite de 44 horas semanais é o máximo permitido por lei no regime CLT, mas essa carga horária pode se estender quando o trabalhador busca complementar a renda com alternativas de trabalho.

Em pesquisa encomendada pela Hostinger, dados apontam que o brasileiro pode trabalhar até 55 horas semanais, tanto por necessidade quanto na busca de metas pessoais. Nesses casos, muitos optam por formas mais flexíveis, como a contratação por pessoa jurídica (PJ).

A PEC para reduzir a jornada semanal visa ajustar o regime CLT para uma carga menor. Nesse cenário, os trabalhadores ainda teriam a opção de dedicar mais horas a outras fontes de renda.

Custo de vida e a busca por renda extra

O aumento da inflação e as incertezas econômicas têm elevado o custo de vida dos brasileiros, motivando a busca por renda extra. Segundo a Hostinger, muitos estão optando por trabalhos freelancer e autônomos como alternativas, por exemplo.

Uma prática comum nesse cenário é a venda de produtos ou serviços online, já que o meio digital facilita o contato com clientes e permite que as pessoas utilizem suas habilidades para gerar renda.

A pesquisa revela que a maioria busca essa renda extra visando maior segurança financeira. Em contrapartida, especialistas alertam para a importância de equilibrar a rotina profissional, a fim de evitar impactos negativos na qualidade de vida.

Quais outras escalas alternativas podem vigorar

A proposta de Emenda à Constituição (PEC) sugere a adoção da escala 4×3 no Brasil, em que o trabalhador atuaria no máximo quatro dias por semana, com direito a três dias de descanso e lazer.

Por outro lado, há quem defenda a escala 5×2, que já é comum em diversos setores no país. Nesse formato, os profissionais trabalham cinco dias e têm duas folgas, geralmente no fim de semana, mas que podem variar de acordo com a empresa.

 

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