Brasil perde Cacá Diegues, o contador de histórias do Cinema Novo

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Frame/TV Brasil

Cacá Diegues, um dos mais renomados diretores do cinema brasileiro, faleceu na madrugada dessa sexta-feira (14), aos 84 anos, em decorrência de complicações durante uma cirurgia no Rio de Janeiro. Seu falecimento marcou o fim de uma carreira repleta de obras que refletiram a riqueza cultural e a diversidade do Brasil.

Desde o início de sua trajetória, Cacá Diegues foi um dos fundadores do movimento Cinema Novo, ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman e Paulo Cesar Saraceni. Esse movimento revolucionou o cinema brasileiro, trazendo à tona temas sociais e culturais com uma sensibilidade única.

Seu primeiro longa-metragem, Ganga Zumba (1963), foi um marco histórico ao ser o primeiro filme brasileiro a ter protagonistas negros, interpretados por Antonio Pitanga e Léa Garcia.

Diegues se destacou por sua habilidade em contar histórias que refletiam a realidade brasileira. Ele explorou diversas nuances da vida no Brasil, abordando questões sociais e culturais.

Por isso, é chamado de o contador de histórias do Cinema Novo. Sua abordagem narrativa e sensibilidade única permitiram que suas obras se conectassem profundamente com o público.

Trajetória

Ao longo de sua carreira, Diegues dirigiu mais de 20 longas-metragens, entre eles Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980), Quilombo (1984) e Tieta do Agreste (1996). Seus filmes abordaram a história brasileira, destacando a cultura negra e a periferia, além de homenagearam artistas e temas sociais com uma brasilidade inconfundível.

Cacá Diegues também foi um cineasta inovador, conhecido por seu cinema musical e por dar espaço à manifestação concreta do som em filmes como Quando o Carnaval Chegar (1972) e Veja Esta Canção (1994). Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade e poesia.

Homenagem

Em sua homenagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Ancine (Agência Nacional do Cinema) emitiram notas de pesar, destacando a importância de sua contribuição ao cinema brasileiro.

“Ganga Zumba, Xica da Silva, Bye Bye Brasil e, mais recentemente, Deus é Brasileiro mostram muito bem nossa história, nosso jeito de ser, nossa criatividade”, afirmou o presidente.

Cacá Diegues deixou um legado imenso, não apenas na história do cinema brasileiro, mas também na cultura e na sociedade. Seu falecimento é uma grande perda para o cinema e para todos aqueles que foram inspirados por sua obra.

*Com informações do Estadão, Globo, Agência Brasil e Folha de S.Paulo

 

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