Balaiada histórica à vista em Itabira: Marco Antônio lidera pesquisa da Itatiaia/Ver com 63%; João Izael fica com 14%, Neidson 8% e Teteco 2%

Foto: Reprodução

As ruas de Itabira já há muito vêm indicando o que agora registra a pesquisa realizada pela rádio Itatiaia, em parceria com o Instituto Ver, divulgada nesta sexta-feira (27): o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), candidato à reeleição, lidera a corrida eleitoral com larga vantagem.

Se as eleições fossem hoje, o prefeito seria reeleito com 63% dos votos, mas ele tem chance de superar a votação histórica do ex-prefeito Damon Lázaro de Sena (2013-16), eleito em 2012 com 47.794 votos (70,20% dos votos válidos).

Foi quando ele sucedeu João Izael, com forte rejeição, derrotando o então candidato Ronaldo Magalhães, que ficou com minguados 13.513 votos (22%).

Marco Antônio Lage lidera com folga a corrida sucessória em Itabira, segundo pesquisa Itatiaia/Ver (Foto: Carlos Cruz)

De acordo com a pesquisa Itatiaia/Ver, João Izael (PMN) aparece em segunda colocação na corrida sucessória deste ano com 14% das intenções de voto. Em terceiro está Neidson Freitas (MDB), com 8%. E na sequência vem Ronaldinho “Teteco”, do PRTB, com 2%.

O ex-prefeito João Izael está em segundo lugar, bem distante do primeiro colocado na pesquisa Itatiaia/Ver (Foto: Rodrigo de Oliveira)

Pelo andar da corrida eleitoral, a balaiada de Marco Antônio nas urnas pode ser ainda maior que a de Damon. É que, segundo a mesma pesquisa, 10% dos entrevistados ainda estão indecisos, sem saber em quem votar e 3% pretendem votar em branco ou anular o voto.

Além disso, a pesquisa indica que, considerando apenas os votos válidos, Marco Antônio já tem 72% das intenções de votos, enquanto João fica com 16%, Freitas 9% e Teteco 3%.

Neidson está em terceiro lugar na corrida sucessória, indica a mesma pesquisa (Foto: Rodrigo de Oliveira)

A consolidação das intenções do voto fica mais evidente pelo levantamento espontâneo, quando aos eleitores não são apresentados uma lista das candidaturas.

Nesse caso, 57% dos pesquisados disseram que pretendem votar em Marco Antônio Lage, enquanto apenas 10% ficam com João Izael, Neidson tem 7% e Teteco 2% das intenções espontâneas de voto.

O candidato Ronaldo “Teteco” fica em quarta colocação na mesma pesquisa (Foto: Rodrigo de Oliveira)

E mais: 22% disseram espontaneamente que ainda não sabem em quem votar, o que indica potencial de crescimento para a campanha que lidera a corrida sucessória em Itabira.

A pesquisa Itatiaia/Ver ouviu 400 eleitores na cidade, entre os dias 20 e 22 de setembro. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 4,9 pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi registrado junto à Justiça Eleitoral sob o registro MG-00623/2024.

Fonte: pesquisa Itatiaia/Ver

Análise conjuntural e histórica

O prefeito Marco Antônio Lage enfrentou durante todo o seu primeiro mandato, que vence em 31 de dezembro, forte oposição principalmente de vereadores na Câmara Municipal, cujas reuniões são transmitidas ao vivo por duas emissoras de rádio de grande audiência na cidade, inclusive no período eleitoral.

A oposição não foi apenas verbal, mas real ao criar inúmeros obstáculos à sua administração e à modernização pretendida. A dez dias das eleições em 6 de outubro, a bancada oposicionista na Câmara corre risco de amargar uma fragorosa derrota nas urnas também na eleição proporcional.

Pelo que a pesquisa indica, de nada adiantou a campanha de desconstrução da imagem do prefeito.

Nessa campanha, chegou-se ao cúmulo de o candidato Neidson Freitas tentar vincular o nome de Marco Antônio ao comunismo, dizendo que ele está criando um grupão comunista em Itabira, por ter apoio de partidos de centro-esquerda, o que inclui o PT e Psol.

Repete assim o que tem feito o tresloucado candidato da extrema-direita em São Paulo, o coach Pablo Marçal.

Como também não tem tido resultado pretendido pelos oposicionistas ao propagandearem que Marco Antônio apoiou a candidatura de Lula em 2022. Isso de fato aconteceu, inclusive com o prefeito se encontrando em Ipatinga com o então candidato presidencial vitorioso no país e em quase todos os municípios mineiros.

Em Itabira, o petista sagrou-se vitorioso com 38.302 (53,77%) dos votos válidos, enquanto o candidato negacionista ficou com 30.302 (50,16%).

Na eleição presidencial, assim como agora tudo indica que vai se repetir no município, pouco efeito teve a campanhas das oposiões às candidaturas progressistas desencadeadas pelos fundamentalistas conservadores católicos e evangélicos, liderados por uma tal Conselho Municipal dos Pastores, o mesmo que promoveu recentemente a marcha da família, com Deus e a propriedade privada, com participação dos candidatos Neidson e João Izael.

Itabira sempre teve viés histórico progressista. Foi derrotada em 1910 ao apoiar a campanha civilista de Rui Barbosa, na República Velha, que perdeu a eleição presidencial para o marechal Hermes da Fonseca, apoiado pelos militares e pelo presidente Nilo Peçanha, notório reacionário.

Foi uma das primeiras cidades brasileiras a eleger prefeitos pelo MDB durante a ditatura, que era o único partido de oposição consentido pelo regime militar. Elegeu Virgílio Gazire em 1972, Jairo Magalhães em 1976 e novamente Virgílio Gazire em 1982.

Com a redemocratização do país, deu uma guinada à direita com a eleição de Luiz Menezes, em 1988, pelo PFL, partido que sucedeu a Arena, de sustentação da ditadura. Mas retornou ao centro-esquerda com a eleição em 1992 de Li Guerra, pelo PDT de Leonel Brizola. Em seguida, elegeu Jackson Tavares (PT), em 1996.

Ao tentar se reeleger, Jackson foi derrotado pelo ex-prefeito Ronaldo Magalhães. Foi quando Itabira passou por um longo período governada por partidos de direita, com cortes de políticas sociais e valorização de políticas públicas voltadas a interesses econômicos inconfessáveis, como se viu com o escândalo das empreiteiras superfaturando obras e recebendo por obras fantasmas na administração de Luiz Menezes.

Foi só nas eleições municipais de 2020, com a eleição de Marco Antonio Lage, que Itabira retorna à sua vocação histórica de uma cidade culta e progressista, com politicas sociais voltadas para a melhoria das condições de vida das pessoas que antes eram excluídas e deixadas de lado, só lembradas nas campanhas eleitorais.

O resultado dessas politicas de inclusão social será colhido nas urnas em 6 de outubro.

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