Atlético sofre para se classificar, mas segue na Sul-Americana e na vice-liderança do Brasileirão
Luiz Linhares*
Os dias falam por si só, frase essa que tenho a certeza quem me lê já a viu sendo pronunciada em alguma ocasião. A Copa Sul-Americana ganhou na semana que se encerrou, nesse fim de semana último, uma nova conotação para o Atlético, após a sofrida e apaixonante disputa com o time chileno do Union La Calera, no Independência.
Entre amor e ódio o time se classificou. Garantiu assim mais R$ 2 milhões nos cofres e pensa daqui para a frente que a quantia pode lhe ser bem rentável e com boas possibilidades de chegar à final.
No chaveamento tem apenas o Botafogo como time de tradição. Historicamente, tem sido pedra no sapato, quando se trata de mata-mata. Já foram oito disputas entre esses alvinegros, sendo que o Galo só conseguiu levar vantagem em uma oportunidade. É hora de quebrar mais esse tabu.
Até o ano passado, essa competição continental era tratada como uma segunda divisão de Libertadores. Agora ganhou força com uma premiação no seu todo bem mais robusta e pode levar o time atleticano de volta a Libertadores, sem contar com o sabor de uma conquista continental.
No outro lado do chaveamento estão os times tradicionais como Corinthians, Fluminense, o Atlético Nacional da Colômbia, Independiente, Peñarol e a Lau, Universidade Católica.
Na síntese, focar firme na disputa, traçá-la como objetivo real de conquista e lutar por isto será um feito e tanto. O objetivo para o Galo deve ser estar em Assunção, capital do Paraguai, no fim do ano, palco para a grande decisão.
Vice-liderança embala o Galo para a disputa contra o Santos, em São Paulo
Já no Brasileirão, o Atlético conquistou nesse domingo (2) a quinta vitória em sete jogos disputados. Só não fica à frente do Palmeiras, que por sua vez vem de trinta jogos de campeonato brasileiro sem saber o que é uma derrota.
O Atlético fez ontem a sua melhor partida do ano. Pelo que apresentou, envolvendo seu adversário e fazendo com que o jogo fluísse de forma ofensiva, fez quatro gols e criou outras tantas chances. Teve oportunidade de conquistar uma goleada ainda maior.
Verdade que o adversário é um dos piores times do campeonato Brasileiro deste ano. Verdade também que o CSA das Alagoas tirou ponto do Santos e do Palmeiras nesta competição.
Mas vou escrever sobre o jogo em si. O time alagoano teve uma performance abaixo da crítica, jogou aberto e foi totalmente envolvido.
O Independência faz os jogadores se sentirem bem à vontade quando desde o apito inicial as coisas caminham positivamente. Neste jogo contra o CSA deu para sentir esse casamento perfeito entre torcida e time. A sequência tem fácil previsão: a criatividade aflora o talento individual e o jogo acontece.
A semana promete ser proveitosa para o Galo. Chega a hora de decisão na Copa do Brasil e o jogo é contra o Santos, no Pacaembu. O Atlético vive o seu melhor momento e chega para a decisão embalado pela classificação gigante na Sul-Americana – e pela vitória calorosa contra os alagoanos. Diz o atleticano que para si tudo é sofrido, difícil. É chegada a hora de mais um capítulo.
Cruzeiro vive momento delicado, com reflexos negativos entre jogadores e torcida
Que momento difícil vive o Cruzeiro, dentro e fora de campo, com tempestades em cima de tempestades. Nos bastidores, denúncias conta a diretoria caíram como uma bomba – e ainda há muita coisa para acontecer, com consequências futuras indefinidas.
Conversei domingo com o Fabiano que é o proprietário da Multimarcas Consórcio e um dos tantos patrocinadores da camisa do Cruzeiro. Na conversa, eu o indaguei de como ele e os outros estão vendo a situação.
Ele me disse que a situação é séria, que todos estão acompanhando o desenrolar dos fatos. Disse ainda que existe a possibilidade de rescisão contratual diante do patamar que as denúncias apresentadas pela televisão e pelas investigações que seguem em curso.
O torcedor vem alheio a tudo, mesmo sabendo que membros que compõem o atual curso diretivo do time celeste não gozava de respaldo popular, em especial o Itair Machado, que se tornou o homem todo poderoso do futebol azul.
Em campo, depois de três derrotas consecutivas conseguiu um empate em são Paulo contra o tricolor local. Se não é fantástico, sem ironias, é um ponto conquistado contra um grande time – e um oxigênio para reencontrar a estabilidade que o time e o grupo precisam.
O momento é delicado com perda de força e foco. Mas torço para que seja passageiro e a crise bem administrada possa resultar em uma menor perda. Buscar o melhor encaixe nas peças é a missão de Mano Menezes, atento a tudo dentro do retângulo do futebol, para que nessa fase negativa o time celeste não o deixe por demais distante dos demais.
O meio de semana chama a atenção pela decisão na Copa do Brasil, contra o Fluminense, após o empate no Rio. Uma vitória simples garante a permanência do time celeste.
A vitória tornou-se obrigatória a vitória, até para que o time tenha uma melhor afirmação, pela melhora de rendimento – e também para apagar a vexatória derrota para o mesmo Fluminense, pelo Brasileirão.