Vila de Utopia

Assim como ocorre no país, caí o número de óbitos de idosos em Itabira, enquanto aumentam as mortes de jovens

Já se faz sentir no país, e em Itabira também, o impacto da vacinação na redução do número de mortos entre idosos por Covid-19. O resultado poderia ser mais significativo se não fosse a demora do Ministério da Saúde em adquirir os imunizantes disponíveis mesmo antes da aprovação da Anvisa, como fez a maioria dos países enquanto aguardava o sinal verde de suas respectivas agências reguladoras.

Em decorrência, essa mesma queda não se observa entre as pessoas mais jovens, com a agravante de que ainda está distante o dia em que serão imunizadas. A consequência tem sido o aumento das internações e mortes de quem tem menos de 60 anos, incluindo os que não tinham comorbidades (doenças anteriores).

Essa nova realidade já reflete nos boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde. Só nos dois últimos dias, das cinco pessoas mortas em Itabira por agravos da Covid-19, duas tinham idades abaixo de 60: um homem com 57 anos, sem comorbidades, e uma mulher de 54 anos com comorbidades.

No ano passado, o registro foi de sete óbitos de itabiranos com menos de 60 anos, sendo que um sem comorbidades. Já neste ano, o balanço é mais trágico e preocupante: até a presente data já ocorreram 49 mortes de pessoas com menos de 60 anos, sendo que dessas, 24 não tinham doenças preexistentes.

Isso ocorre por motivos óbvios. Além de não terem sido ainda vacinados, são os mais jovens que saem mais de casa, aglomeram e não tomam os cuidados necessários para não se infectarem e propagar o vírus entre as pessoas que estão ao seu redor.

É assim que as consequências dessa postura negligente e nada altruísta têm-se refletido no aumento de casos neste ano – e tragicamente no número de mortos. Esse crescimento vertiginoso ocorre com o surgimento das novas cepas (variantes), que estudos preliminares já indicam que são mais infectantes e letais.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde/Prefeitura Municipal de Itabira

Imunização

É assim que graças às vacinas, a taxa de incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que são os casos graves, tem também caído entre idosos. Isso tanto pela imunização contra o novo coronavírus (Sars-Cov2), como também pela H1N1, ocorrida no ano passado e que deve ser retomada em breve.

Outra boa notícia é que, com a imunização, tem diminuído também o número de infectados entre os profissionais de saúde. Isso, além de salvar vidas, reduz o estresse e dá segurança aos que estão na linha de frente no combate à pandemia nos hospitais, pronto-socorro e nas demais unidades de saúde.

Alerta roxo

O sinal de alerta já foi dado. Itabira, assim como a maioria dos municípios mineiros, permanece na onda roxa mesmo depois de domingo (11), conforme determinação do Comitê Extraordinário Covid-19 e que será publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira (8).

Somente a macrorregião de Saúde Triângulo do Sul e as microrregiões de São Gotardo, Montes Claros/Bocaiúva e Taiobeiras devem avançar para a onda vermelha do plano Minas Consciente. A região Central, à qual Itabira pertence, permanece na onda roxa.

Uma nova avaliação dos indicadores será feita nesta sexta-feira, informa o comitê. Porém, o mais indicado, principalmente depois do surgimento de uma nova variante em Belo Horizonte e região, é que as restrições dessa faixa mais restritiva permaneçam por pelo menos mais uma semana.

Esse lockdown, ainda que parcial, é considerado pelas autoridades de saúde, como imprescindível para diminuir a velocidade da propagação do vírus e o consequente aumento do número de óbitos.

Com isso, as únicas flexibilizações em relação ao decreto estadual anterior, ocorrerão com o fim das proibições de circulação de pessoas no horário de 20h e 5h, e das reuniões familiares, mas que só devem ocorrer com os cuidados necessários (distanciamento, uso de máscaras e sem aglomerações).

As demais medidas restritivas, como o fechamento do comércio não essencial, devem continuar valendo para reduzir a propagação do vírus e o número de mortes.

E que podem ser evitadas com os cuidados que todos devem ter para com a sua saúde e com quem está próximo. É preciso que todos estejam juntos no enfrentamento dessa terrível pandemia que parece não ter fim – e que só acaba quando todos estiverem imunizados.

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