Artesanato mineiro ganha vitrine nacional em Belo Horizonte e fortalece identidade cultural
De todos os cantos do estado, artesãos trazem sua simplicidade e cuidado nos detalhes de cada peça
Fotos: Roger Dias/ Divulgação
Feira Nacional, em Belo Horizonte, reúne tradição, inovação e oportunidades para milhares de artesãos
Com técnicas transmitidas de pais para filhos, criatividade sem limites e paixão pela arte manual, o artesanato mineiro se consolida como expressão cultural e motor econômico.
Segundo dados do Governo de Minas, cerca de 12 mil artesãos movimentam a economia em diferentes regiões do estado.
Essa riqueza está em evidência na 36ª Feira Nacional de Artesanato, no Expominas, em Belo Horizonte, que teve início na quarta-feira (3) e vai até domingo (7).
No estande de 400 m² do projeto Origem Minas, iniciativa do Sebrae Minas com apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, visitantes encontram peças que traduzem a “mineiridade” em formas, cores e histórias.
O objetivo é valorizar pequenas empresas do artesanato e da gastronomia, promovendo competitividade e exclusividade dos produtos regionais.

Vozes dos artesãos
A feira é mais que vitrine. É oportunidade de renda, autoestima e reconhecimento.
A artesã Bonifácia Santos, de Pirapora, relembra que aprendeu o ofício aos 8 anos com os pais, que produzem carrancas, santos e gamelas. “A aceitação do público foi ótima. Voltaremos satisfeitos para o Norte de Minas”, afirma.
A marca Urucuia Sertão Veredas, lançada em parceria entre Sebrae e Central Veredas, também marcou presença.

Bordados e mantas produzidos por mulheres da região chamam atenção pela cadeia produtiva que começa no plantio do algodão e termina nas mãos das artesãs.
“Temos muitas mãos representadas nesses produtos”, destaca Jéssica Soutto, auxiliar de coordenação.
Do Vale do Jequitinhonha, Maria da Conceição Aparecida Ferreira apresentou peças de capim-dourado e flores naturais.
Para ela, a feira amplia contatos e negócios. “O trabalho do Sebrae Minas tem sido fundamental para levar nossa arte a mais pessoas”.

Reconhecimento e legado
Entre os visitantes, o antropólogo Ricardo Lima, professor da UERJ, ressaltou a relevância econômica e cultural da feira. “É uma das ações de políticas públicas mais significativas para a sobrevivência dessa atividade e do legado em todo o estado”, disse.
Lima foi curador da mostra Dona Izabel: 100 anos da Mestra do Vale do Jequitinhonha, realizada no Rio de Janeiro, que reuniu 300 obras e resgatou o legado de uma das maiores bonequeiras do Brasil.









