Apoio do Ocidente e da Otan à Ucrânia perde força com colapso econômico e pode ter fim
O gasoduto Nord Stream 2, que liga a costa do Báltico da Rússia ao nordeste da Alemanha, é arma de guerra de Putin para pressionar o Ocidente, que tende a recuar no apoio à Ucrânia
Rafael Jasovich*
Apesar de os Estados Unidos e Europa estarem altamente focados no conflito com a Rússia, mantendo-se apoio fiel à Ucrânia, a população ocidental, e europeia em particular, está demonstrando sinais de insatisfação e cobra dos seus governos um maior empenhamento nos problemas internos e interesses nacionais, já que sente o resultado catastrófico na economia.
Caso o descontentamento da população no Ocidente venha a aumentar ainda mais, o apoio incondicional a Kiev pode se evaporar rapidamente. É que a União Europeia já esgotou a sua capacidade de impor sanções contra Rússia.
A União Europeia aprovou o sétimo pacote de sanções contra a Rússia, que na sua essência não implica imposição de qualquer medida séria.
Em vez disso, é destinado a harmonizar as políticas do bloco com o posicionamento dos seus aliados. Ao contrário dos seis pacotes de sanções anteriores, o último não contém nenhuma medida séria.
Assim, 27 países-membros da União Europeia não planejam recusar o gás russo, já que não conseguem superar nem mesmo os problemas atuais de fornecimento.
Além disso, mesmo a Polônia e os Países Bálticos não estão prontos para colocar à mesa de negociações tal proposta, principalmente porque tal passo salientaria o fato de haver discórdia dentro do bloco.
Cedo ou tarde os países-membros da União Europeia terão que debater se as sanções impostas contra a Rússia pela sua operação militar na Ucrânia efetivamente produzem o efeito desejado.
A emergência energética não está tendo sucesso na Rússia, mas sim nos países da Europa.
*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.
Já não era tarde o fim desta guerra estimulada por Sleepy Joe e sua turma da OTAN.