André Viana cobra da Vale sobre mineração circular para reduzir a pegada ambiental da atividade em Itabira
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O presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, André Viana Madeira, apresentou por escrito, na Consulta Pública realizada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema), nessa segunda-feira (12), vários questionamentos à mineradora Vale, buscando esclarecer sobre o projeto de mineração circular em curso em diversas unidades minerárias da empresa no país.
Nesse sentido, Viana indagou também quais formas de utilização dos rejeitos depositados nas barragens de Itabira, podem ser implementados pela empresa, para que esse material venha ser recuperado e empregado em outros fins.
Segundo o sindicalista, que também representa os trabalhadores no Conselho de Administração da Vale, o reaproveitamento desses materiais é ambientalmente desejado e necessário, eliminando risco de rompimento de estruturas de contenção, como também gerando empregos, oportunidades de negócios e impostos para o município.
“É uma forma de reduzir o volume desses materiais nas barragens e nas pilhas de estéril”, acentuou.
Para se ter ideia, em outras unidades produtivas da Vale, nos últimos anos, com o projeto de implantação da economia circular na mineradora, foram reaproveitados 12,7 milhões de toneladas de rejeito e material estéril, reutilizados para a produção de bloquetes, tijolos, cimento ecológico e pavimentação de estradas.
Com o programa de mineração circular, a projeção é alcançar, no curto prazo, o reaproveitamento de 20 milhões de toneladas.
“É possível que parte dos rejeitos depositados em nossas barragens possa ser recuperada na produção de minério de ferro de baixo teor para o mercado”, acrescentou André Viana.
O sindicalista também cobrou investimentos na manutenção de empregos na cidade, com mais investimentos no complexo minerador.
E pediu mais diálogo com as comunidades impactadas, como é o caso dos bairros Bela Vista e Nova Vista, ameaçados de remoção para a construção uma segunda estrutura de contenção a jusante (ECJ), no sistema Pontal.
Vale responde sobre mineração circular
Em resposta aos questionamentos de André Viana, o gerente de Planejamento da Vale em Itabira, Diogo Prata, afirmou que a empresa tem realizado estudos para o reaproveitamento desse material dentro do programa de mineração circular.
No entanto, Prata destacou que, para algumas aplicações, ainda não se obteve viabilidade técnica devido às características do rejeito gerado em Itabira.
Com isso, não foi possível implementar uma fábrica de blocos no município, mas garantiu que a Vale continua pesquisando formas de reaproveitamento de rejeito e estéril.
Paralelamente a isso, mencionou que a empresa tem investido na redução da geração de rejeitos, aprimorando a performance de suas usinas de concentração.
“Hoje temos em Itabira alguns programas de implantação de plantas de concentração magnéticas que estão reduzindo o teor de ferro no rejeito gerado em nossas produções. Isso gera o benefício de uma produção maior, mas principalmente uma menor geração desse material”, explicou Diogo Prata.
Sustentabilidade e os Objetivos do Milênio
O reaproveitamento de rejeitos e estéril na mineração é uma das estratégias da Vale para reduzir a pegada ambiental e contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
Entre os principais ODS relacionados à mineração circular estão o consumo e produção responsáveis, promovendo a reutilização de materiais e reduzindo resíduos.
Outro objetivo trata de ação contra a mudança global do clima, minimizando emissões de poluentes, mitigando os impactos ambientais.
Envolve também a proteção da vida terrestre, como meio de garantir a recuperação de áreas degradadas, além de reduzir a exploração de novos territórios com projetos minerários.