Alzira de Souza Umbelino Cardillo: uma voz que não clama no deserto
Fotos: Divulgação
Por Graça Lima
Na terra em que se destacam o engenho de Carlos Drummond de Andrade e a genialidade de Luiz (Eu)gênio “Genin” Quintão Guerra, há de se dar espaço ao talento da também itabirana Alzira de Souza Umbelino Cardillo.
Estamos diante de uma tríade em que letras, formas e sons se mesclam por força da sensibilidade e do gosto pela Arte em suas manifestações mais genuínas.
Alzira é graduada em Letras pela Faculdade de Ciências Humanas de Itabira (FACHI) e mestra em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).
Viveu em Itabira até o ano 2000, quando se mudou para Milão, onde lecionou Língua Portuguesa e estudou canto natural e canto lírico com o professor particular maestro, arranjador, produtor e cantor Stefano Ferrari.
Mas essa história começou muito antes. O canto entrou cedo na vida de Alzira por influência de uma família composta por cantores de coral e músicos amadores e profissionais que se apresentavam em casamentos, bodas, festas religiosas e sociais.
Ainda menina, aprendeu diversas Ave Marias em Latim, incentivada pelo naipe soprano. Em Itabira, sem se imaginar na Itália, estudou canto lírico, tendo a renomada professora de técnica vocal e cantora lírica, Lúcia Brunoro.
O amor às letras levou Alzira Umbelino a se dedicar, também, à criação de obras e conta com três livros publicados: 2015 – Mona (literatura infanto-juvenil para todas as idades); 2019 – Interior de mim (poemas); 2020 – Histórias para mães dormirem (contos).
Em 2013, foi uma das 15 selecionadas do Prêmio Sesc Brasília de Literatura Infantil Monteiro Lobato com o conto Joana Joaninha, publicado na coleção de contos da instituição.
Recentemente, com os contos Prodígio, milagres e sinais e A gruta participa da coletânea Prêmio Off Flip 2021 – Prêmio Literário da Festa de Literatura de Parati.
No campo da música, muito há de se contar da trajetória cultural protagonizada por Alzira. Em 2002, nas comemorações do centenário de nascimento de Carlos Drummond de Andrade em Itabira, essa itabirana trabalhou com o cantor e compositor Belchior e foi convidada pelo artista a gravar suas composições de maior sucesso.
Daí, em 2004, o lançamento do CD Alzira Cardillo – uma Antologia de Belchior, cujo lançamento se deu em Campinas/SP, num show memorável, à altura do acontecimento.
Atualmente, residindo em Belo Horizonte, mas com um pé em Itabira, dedica-se ao canto erudito e se apresenta com clássicos do bel canto italiano, árias de óperas e canções populares brasileiras e italianas adaptadas para o lírico.
A próxima performance de Alzira Umbelino Romântica Itália, será no dia 18 de março, no Teatro Feluma, em Belo Horizonte, quando as composições do repertório do cancioneiro italiano (aqueles sucessos românticos explosivos que ultrapassaram décadas), ecoarão pela voz inconfundível de Alzira Umbelino Cardillo, uma artista itabirana que merece ser conhecida, reconhecida e respeitada como tal.
Ouça Alzira de Souza Umbelino Cardillo.
Meu carinho e agradecimento à Graça Lima, a quem devo tanto aprendizado, principalmente o respeito e gosto pela literatura, pelo encanto e canto dos textos. Minha sincera gratidão a Carlinhos Cruz. Abraço!
Graçaminhaquerida, que reportagem linda é muito mais belo é a voz da Alzira. Que alegria me deu te encontrar com notícia tão valiosa. Beijocaminhalinda
Alzira, pensei, quem…
e antes de escrever o “é”, me lembrei quem.
e muito bem.
conversamos muito por aí em Itabira.
e me lembro do seu sonho realizado de ir para a Itália.
quem bom ter notícias de Alzira e de Alzira de Souza Umbelino Cardillo.
viva você, viva a Itália que ganhou uma bela profissional
Marcelo!!!!! Que alegria ler vc aqui. Obrigada, abraços!
Alzira, parabéns por sua trajetória, digna e admirável.
Sou Jorge Hélio e gostaria de lhe entrevistar sobre seu álbum contemplando a obra de Belchior.
Assisti a um vídeo seu, inclusive com participação dele, numa performance que está hospedada no You Tube.
Estou, há mais de 20 anos, estudando a obra do cearense e daqueles que o gravaram.
Como poderíamos conversar?
um abraço e obrigado.
Jorge.