Ainda na onda amarela, cresce a taxa de transmissão do vírus em Itabira e prefeito adverte para o risco de retrocesso na próxima semana

Com as novas cepas circulando pelo país, e agora com mais 24 novos tipos de coronavírus identificados em morcegos, e que podem se espalhar para humanos e que até então eram desconhecidos pela ciência, confirmam os prognósticos de que o fim da pandemia ainda está distante.

Esses novos coronavírus foram identificados pelas equipes de pesquisa da Universidade de Shandong, na província de Yunnan, no sudoeste da China. Outros coronavírus mais infectantes e letais, ainda não identificados, podem ser encontrados em outras partes do mundo.

É o caso da variante P.1, identificada em Manaus (AM), e que também já assusta o país e o mundo. Cientistas de dez instituições, dentre elas o Imperial College London, a Universidade de Oxford, na Inglaterra, e o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, depois de analisaram amostras de pacientes infectados pela variante P.1, descobriram que 42% dos novos casos na capital amazonense, no início do ano, foram provocados por essa cepa que se espalhou rapidamente.

Em Minas Gerais a P.1  já foi identificada em Uberlândia (Triângulo),  Montes Claros (Norte de Minas) e na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com certeza já circula em Itabira, o que explica o aumento vertiginoso de novos casos e óbitos no município no início do ano, só amenizado depois que idosos foram vacinados.

Perigo iminente

Marco Antônio Lage vê risco de retrocesso caso a taxa de transmissão continue subindo com as pessoas saindo às ruas e sem uso de máscaras (Fotos: Reprodução e Carlos Cruz)

“A pandemia continua forte no país, matando milhares de pessoas. Em Itabira estamos em estado de alerta absoluta”, disse o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), no seu encontro semanal, nessa quinta-feira (10), com seguidores na rede social.

“A pandemia está instalada em Itabira e ainda sem controle, com a Rt (taxa de transmissão) subindo. Só vamos ter a pandemia controlada e estabilizada com a imunização entre 50% e 70% da população itabirana”, acredita o prefeito, que volta a insistir:

“Continuem evitando aglomerações e usando máscara sempre que saírem de casa, com uso de álcool em gel para higienizar as mãos, mesmo quem já está imunizado”, é o apelo que tem feito com insistência.

Segundo o último vacinômetro, divulgado pelo prefeito em sua live, somente 25.470 itabiranos receberam a primeira dose, enquanto apenas 13.644 tomaram a segunda.

Ou seja, pouco mais de 11% dos moradores de Itabira já estão imunizados ou a caminho de adquirir anticorpos para se defenderem do vírus que tem se revelado letal não poucas vezes, com 482 mil mortes no país.

Se é verdade que as pessoas imunizadas correm menos risco de desenvolver a doença, por neutralizar a ação do vírus ou mesmo minimizando as consequências no caso de ainda contrair a doença, mesmo que assintomáticas elas podem transmitir o vírus a quem está próximo.

Portanto, todos os cuidados preventivos e cautelares devem permanecer entre as pessoas que já receberam a segunda dose, em nome da preservação da saúde de quem está próximo. Daí que devem continuar fazendo uso de máscaras quando saem de casa.

Jovens vulneráveis

Fonte: SMS/PMI

Depois da imunização dos idosos, a disseminação do coronavírus tem ocorrido em maior número entre as pessoas mais jovens, ainda não vacinadas – e que saem mais às ruas para o trabalho e para o lazer.

Desde o início da pandemia, em março do ano passado, Itabira registra 17.891 casos confirmados, com 334 mortes por Covid-19. Tem ainda o registro de 10.805 casos suspeitos, o que indica uma forte subnotificação.

O maior percentual entre os infectados está na faixa entre 20 e 59 anos, embora o número de óbitos é maior entre os idosos, percentual que vem caindo com a imunização.

Com a onda amarela que Itabira se encontra desde 8 de maio, depois de amargar um longo período na onda roxa, quando a taxa de transmissão (Rt) caiu para 0.76, agora com a liberalização quase geral já subiu perigosamente para 0.98, acendendo o sinal de alerta.

“Só não regredimos para a onda vermelha por não haver risco de colapso no sistema de saúde em Itabira, graças a abertura de novos leitos de UTIs e nas enfermarias”, disse o prefeito. “Não há sinais de colapso, mas podemos ver isso voltar a acontecer se a Rt passar de 1.0”, alertou.

A taxa de ocupação de leitos de UTIs está em 68% e das enfermarias em 18% nos hospitais Nossa Senhora das Dores e Carlos Chagas, que atendem à população da microrregião de Itabira. Saiba mais no portal Itabira no Monitoramento da Covid-19.

Medidas restritivas

Segundo adiantou o prefeito, na próxima semana a comissão Intersetorial, criada para avaliar a abertura e as medidas restritivas para o comércio, se reúne para avaliar novas ações para conter o avanço do coronavírus no município, devendo ser adotadas medidas mais restritivas.

Sem isso, na próxima quinta-feira o Comitê Extraordinário Covid-19, que monitora a pandemia e determina as diretrizes com mudanças de onda pelo programa Minas Consciente, pode determinar o retrocesso de Itabira e da microrregião para a onda vermelha ou mesmo para a roxa, ainda mais restritiva.

Isso vai depender da evolução da Rt e da taxa de ocupação de leitos nos dois hospitais regionais instalados na cidade.  Para isso, todos devem se cuidar e adotar as medidas necessárias para impedir a propagação do vírus na velocidade que hoje está ocorrendo em Itabira.

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