Acredite, é fato e não ficção: pássaro reincidente ataca subestação da Cemig em Itabira e provoca apagão na cidade e região nessa quarta-feira (24)
Foto: Carlos Cruz
Que os pássaros são capazes de ataques violentos e inexplicáveis, causando danos irreparáveis, isso os cinéfilos já sabem depois de assistir “The Birds”, filme de suspense de 1963, dirigido por Alfred Hitchcock, baseado em conto homônimo de Daphne Du Maurier, escritora britânica.
O filme/conto mostra uma série de ataques de pássaros que, repentinamente, se tornam violentos, atacando a pacata população de Bodega Bay, na Califórnia, inexplicavelmente.
Pois não é que fatos semelhantes têm acontecido em Itabira. É que pela segunda vez a Cemig informa que um curto-circuito, provocado por um pássaro (é preciso investigar melhor para saber se trata mesmo de um só pássaro, ou se é um bando que reveza no delito, para não se ter como identificar a autoria).
Em seu ato de vandalismo, esse pássaro (ou serão vários?) detonou um equipamento da subestação Itabira 2, por volta das 12h30 dessa quarta-feira (24/1), o que ocasionou corte de energia nas cidades de Santa Maria de Itabira, Itambé do Mato Dentro, Passabém, São Sebastião do Rio Preto e em parte do município de Itabira.
Diz ainda a concessionária, em nota distribuída à imprensa, que “imediatamente, após o início da ocorrência, as equipes da Cemig começaram a atuar no restabelecimento da energia aos clientes afetados no menor tempo possível”.
E que, em cinco minutos, a maioria dos clientes atingidos já estava com a energia restabelecida. Mas isso não ocorreu, por exemplo, no bairro Pará e adjacências, quando a energia somente foi restabelecida após mais de duas horas de blecaute.
Entretanto, a Cemig assegura que “por volta das 15h, 90% dos clientes tiveram o fornecimento restabelecido, permanecendo ainda afetadas as cidades de Itambé do Mato Dentro e Passabém, além de parte do centro da cidade de Itabira”, esclarece.
E que às 16h16, os clientes afetados em Itabira foram restabelecidos e, por volta de 17h, todos os clientes das cidades vizinhas que sofreram com o corte de energia tiveram o serviço normalizado.
Prevenção e investigação
A empresa esclarece que já estuda a instalação de um dispositivo de proteção em diversas estruturas da subestação Itabira 2, para evitar que esse tipo de ocorrência com pássaros volte a acontecer.
Informa ainda que está analisando a melhor forma de fazer esse serviço, com o menor impacto possível para os clientes, “haja vista a necessidade de desenergizar a estrutura para realizar o trabalho com segurança”. A previsão é que esse serviço seja feito ainda neste trimestre.
É preciso investigar também o que está motivando esses pássaros malfeitores que recorrentemente têm causado danos à subestação da Cemig em Itabira.
É que eles podem estar agindo como uma quadrilha organizada, provocando blecaute também em outras cidades mineiras, a exemplo de Belo Horizonte, onde moradores de diferentes bairros têm reclamado dos recorrentes cortes de energia.
Será uma ação orquestrada, como ocorreu com os violentos pássaros que atacaram a pacata população de Bodega Bay, na Califórnia. É preciso investigar melhor toda essa história.
Ressarcimento
Questionada pela reportagem como se dará o ressarcimento de prejuízos causados a moradores com perda de equipamentos modernos e aos comerciantes das cidades afetadas, a Cemig encaminhou a seguinte nota à redação da Vila de Utopia:
“O cliente que tiver algum equipamento eletrônico danificado devido à problemas de energia pode fazer uma solicitação de ressarcimento, acionando a empresa pelo telefone 116, por meio de seu portal na internet (https://www.cemig.com.br/) ou presencialmente em uma das agências de atendimento.
Caso a solicitação seja feita em até 90 dias da data do dano, o cliente precisa informar o número do cliente ou da instalação, documento de identidade e CPF, número de um telefone para contato e informar os dados do equipamento que foi danificado (nome, marca, modelo e tempo de uso do produto), bem como a data e a hora do ocorrido.
Mesmo se os equipamentos já tiverem sido reparados, o cliente também deverá apresentar dois orçamentos detalhados para o conserto.
A reclamação pode ser feita em até cinco anos da data do dano, contudo, serão exigidos mais documentos na solicitação.”