A sangue frio, réu confessa feminicídio na Serra dos Alves

O assassinato a sangue frio da adolescente N.M.S, 14 anos, no povoado da Serra dos Alves, distrito de Senhora do Carmo, Itabira (MG), já não mais tem dois suspeitos, mas um réu confesso, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais.

Chama-se André Rosa dos Santos, 32 anos, que foi preso em flagrante.  O segundo suspeito foi liberado pela polícia, pois “não fora, neste momento, demonstrada a sua participação no crime de feminicídio”.

André Rosa dos Santos, 32 anos, autor confesso do feminicídio (Foto: Divulgação/PMMG). No destaque, o povoado de Serra dos Alves (Foto: Carlos Cruz)

Santos foi detido pela Polícia Militar de Minas Gerais em sua residência, no povoado. Foi preso em flagrante no mesmo dia em que teria cometido o assassinato, no sábado (9), à noite, por volta de 23h40, conforme está registrado no boletim de ocorrência.

O corpo da menor só foi encontrado no domingo, por volta de 17h, em um córrego próximo de uma pousada.

Não foi difícil para os policiais chegarem ao suspeito, agora réu confesso. É que o circuito de monitoramento da pousada registrou a passagem da vítima seguindo com o acusado em direção à sua residência. Em sua casa, foi encontrada uma calça com sangue. André disse que era decorrente de um ferimento que tivera, mas sem apresentar evidência de que isso tenha ocorrido.

Foi quando confessou aos policiais ter assassinado a menor, por “desavenças” pessoais. Disse ter perdido a cabeça e a asfixiou, jogando o seu corpo em um córrego próximo.  Antes, testemunhas disseram aos policiais terem ouvido uma discussão entre a vítima e o seu algoz em um bar do povoado.

Segundo boletim da Polícia Civil, a necropsia comprovou que a causa da morte foi mesmo por asfixia.  E que “exame de necropsia não constatou elementos no corpo da vítima para afirmar a existência de crime sexual”. Entretanto, materiais foram colhidos e serão analisados no transcorrer do inquérito policial.

Diante das evidências, da confissão e das provas recolhidas, a autoridade policial plantonista ratificou a prisão do réu pela prática de homicídio (art. 121 do Código Penal), com as qualificadoras previstas nos incisos III (asfixia) e VI (feminicídio), além da ocultação do cadáver (art. 211 do Código Penal).

Tristeza e revolta

O assassinato da menor N.M.S deixa uma tristeza imensa, um sentimento de revolta e comoção no pacato, bucólico e turístico povoado da Serra dos Alves, um dos pontos turísticos mais procurado de Itabira por visitantes de todas as partes do país e do exterior.

A adolescente era conhecida e querida não só pelos moradores, mas também pelos turistas assíduos do lugar. Ela era a filha caçula de Rosângela e Zé da Vargem, casal também muito querido em Serra dos Alves.

Embora tímida, era participativa na comunidade, nos mutirões, nas festas religiosas e em todas as atividades culturais. Tocava pandeiro no grupo de Marujada.

Mas como dizia o poeta, de tudo fica um pouco: fica a boa lembrança de uma menina que foi feliz em Serra dos Alves. E que não merecia tamanha crueldade, como ninguém merece.

 

 

 

 

 

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2 Comentários

  1. Está no momento de repensarmos algumas questões importantes sobre este fato na Serra dos Alves; como as pessoas ali continuarão as suas vidas, com todo este trauma? Como as adolescentes que moram no Alves vivem? Qual a assistência psicológica que a família da vítima terá?
    Não pode cair no esquecimento um fato tão grave e não se fazer nada.

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