A pandemia oculta: crianças e adolescentes órfãos

Rafael Jasovich*

A política nefasta e irresponsável do desgoverno brasileiro produz consequências aterradoras entre crianças e adolescentes que ficam órfãos.

No Brasil, mais de 130 mil crianças de até 17 anos ficaram órfãs por causa da Covid-19, entre março do ano passado e o final de abril deste ano, número que contradiz a idéia de que os mais novos são menos afetados pelo coronavírus.

“É uma pandemia oculta”, dizem os autores britânicos da estimativa, publicada na revista científica Lancet e divulgada pela Folha de São Paulo. “Essas crianças não identificadas são a consequência trágica esquecida dos milhões de mortos na pandemia”, diz o levantamento.

O número de menores brasileiros que ficaram órfãos multiplica por 180 os cerca de 1.200 óbitos na faixa etária até 19 anos desde o começo da pandemia, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Colocado em proporção, ele corresponde a uma taxa de 2,4 órfãos para cada mil brasileiros menores de idade, a quarta maior entre 21 países incluídos no estudo.

Em termos absolutos, o número do Brasil só não é pior que o do México, que registra pouco mais de 141 mil órfãos, ou 3,5 por mil.

Considerando crianças que perderam algum parente responsável por sua criação, mesmo que não o principal, os números sobem para mais de 1,2 milhão nos 21 países analisados e mais de 1,5 milhão na estimativa global.

É urgente e necessário criar políticas públicas adequadas para atender essas crianças. Sem isso, o futuro delas é assustador e trará consequências gravíssimas nas suas vidas e com reflexos em toda a sociedade.

Mas o que esperar desse desgoverno e seus sequazes hoje controlados pelo centrão, que obviamente nada fará ao respeito.

Triste e desolador panorama, por isso o povo deve cada vez mais sair às ruas pedindo o impeachment de Bolsonaro e Mourão.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado.

Foto: Reprodução

 

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