Em agosto tem início programa de mestrado profissional em recursos hídricos no campus da Unifei de Itabira

O campus da Unifei em Itabira foi credenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, para ministrar, a partir de agosto, um programa de mestrado profissional em rede nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, o ProfÁgua.

Serão disponibilizadas 20 vagas para o campus de Itabira, de um total 296 existentes para todo o país, distribuídas em 14 universidades públicas (federais e estaduais). Em Minas Gerais só o campus da Unifei de Itabira terá essa pós-graduação (mestrado profissional)  stricto sensu voltada para a gestão de recursos hídricos.

Professor José Augusto, coordenador do ProfÁgua no campus da Unifei de Itabira

As inscrições serão abertas nos meses de abril e maio. Podem se inscrever profissionais de diferentes áreas do conhecimento, desde que estejam atuando com gestão de recursos hídricos e meio ambiente.

O curso terá duração de dois anos, com aulas presenciais nos fins de semana – o primeiro ano para fazer as disciplinas obrigatórias e eletivas. O seguinte para trabalhar e concluir a dissertação.

Edital com mais detalhes sobre o curso, inscrição e seleção será publicado durante a realização do 8º Fórum Mundial da Água, que acontece entre 18 e 23 de março, em Brasília (DF).

Com o tema Compartilhando Água, o fórum em Brasília irá reunir representantes de cem países para debater assuntos relacionados aos recursos hídricos e promover a maior conscientização coletiva a respeito do uso racional desse precioso insumo para a sustentabilidade do planeta. É a primeira vez que esse fórum ocorre no hemisfério Sul.

Para o professor José Augusto Costa Gonçalves, geólogo, coordenador local do ProfÁgua, a escolha do campus da Unifei de Itabira para ministrar o programa de mestrado profissional é um marco em sua história. Afinal, trata-se do primeiro mestrado a ser totalmente gerido e ministrado no campus local.

Entre os fatores que pesaram a favor da escolha do campus da Unifei-Itabira, destaca-se a existência entre os seus docentes de profissionais multidisciplinares (geólogos, biólogos, engenheiros, administradores de empresa, químicos, agrimensores).

Pesou também a localização geográfica de Itabira, situada na bacia do rio Piracicaba, importante sub-bacia do rio Doce – e ainda por estar dentro de um dos maiores polos de mineração e siderurgia do pais. “Aqui temos reunidas as condições aplicáveis ao curso. E fizemos também muito bem o dever de casa.”

Conhecimentos específicos

O ProfÁgua surgiu como demanda da Agência Nacional da Água (ANA), que, assim como o Instituto Mineiro de Gestão da Água (Igan-MG), têm dificuldades em recrutar profissionais com formação específica em recursos hídricos para os seus quadros.

“Existem muitos gestores nessas instituições e também em empresas públicas e privadas, que trabalham com a gestão de recursos hídricos mas sem formação específica”, conta o professor José Augusto. O ProfÁgua é implantado em 2016 para preencher essa lacuna.

Conforme explica o professor da Unifei, o ProfÁgua tem duas áreas que chama de concentração (instrumentos de Política de Recursos Hídricos e Regulação e Governança de Recursos Hídricos), com linhas de pesquisas que dispõem de ferramentas aplicadas e metodologia para implementação dos instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.

Entre as disciplinas eletivas constam climatologia e meteorologia aplicadas a recursos hídricos, indicadores de sustentabilidade, qualidade de água em rios e reservatórios, modelagem de dispersão de poluentes, gestão participativa das águas nas áreas urbanas e rurais, interiores e costeiras, desastres naturais e quantificação de risco, hidrogeologia ambiental, recuperação de áreas degradadas.

“Itabira tem tudo para virar polo de conhecimentos ambientais”, defendia o ex-bispo Marcos Noronha

Com o ProfÁgua, dá-se mais um importante passo para consolidar Itabira como polo educacional da região. É também a realização de um antigo sonho do ex-bispo Marcos Antônio Noronha (1924-98), o primeiro a assumir a Diocese de Itabira, na década de 1960 – e também o primeiro a lançar a ideia do projeto universitário como meio de o município diversificar a sua economia e tornar-se independente da mineração.

Marcos Noronha defendia Itabira como polo em ensino de ciências ambientais (Foto: acervo de O Cometa)

Como parte desse projeto universitário, Noronha defendia dar ênfase a cursos ligados ao meio ambiente. Isso pelo fato de Itabira dispor da maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, sendo por excelência um grande laboratório de más e boas experiências ambientais – e que devem ser estudadas cientificamente, propondo soluções desde já, antes que ocorra o descomissionamento (exaustão) de suas minas.

Além disso, ele dizia que a existência dos biomas Mata Atlântica e Cerrado, assim como a profusão de águas no município, sobretudo na serra do Esmeril, precisam ser melhor estudados em benefício do desenvolvimento ambiental, econômico e social do município e da região.

E não é para menos. Afinal, em seu subsolo estão dois importantes aquíferos, Cauê e Piracicaba. Sabe-se que esses aquíferos não se comunicam, tanto que mesmo após o rebaixamento do aquífero Cauê, para exploração do minério nas Minas do Meio, o Piracicaba não foi afetado.

Se isso ocorresse, o córrego e o poço Água Santa, que correm a jusante da mina, poderiam secar ou ter a sua vazão comprometida. E isso não ocorreu. Com certeza, a configuração dessas águas subterrâneas, e também das superficiais dos afluentes dos rios de Peixe e Tanque, podem ser objetos de estudo dos mestrandos do ProfÁgua.

Serviço

Para saber mais sobre o ProfÁgua acesse: http://www.feis.unesp.br/#!/pos-graduacao/profagua/programa/

Ou se informe diretamente com o professor José Augusto, pelos telefones: (32) 999460304 e (31) 38390855

 

 

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