Heraldo Noronha cobra valorização dos trabalhadores da Vale e critica demissões por “pequenas falhas”
Foto: Reprodução/ Ascom/Metabase
Regra de Ouro divide opiniões, mas é a baixa remuneração que gera maior indignação entre vereadores
Durante a reunião da Câmara Municipal de Itabira, nessa terça-feira (11), o vereador Heraldo Noronha Rodrigues (PRB) criticou a rigidez da mineradora Vale ao aplicar a chamada Regra de Ouro, norma interna de segurança que pode levar à demissão de empregados por descumprimentos considerados graves de medidas de segurança, como é o caso do não uso de equipamentos de proteção individual, mas também por falhas simples.
Noronha classificou a política como “covarde”. Segundo ele denunciou, além da demissão, os trabalhadores ficam impedidos de acessar áreas da empresa por até dois anos, mesmo quando contratados por empreiteiras.
“É uma punição desproporcional. A Vale sabe da dependência que Itabira tem dela e ainda exclui trabalhadores por falhas pequenas”, afirmou.

Segurança é defendida, mas salários são alvo de críticas
O vereador Carlos Henrique de Oliveira (PDT), que é empregado da Vale e diretor do Sindicato Metabase, reconheceu a importância da Regra de Ouro para preservar vidas, destacando que os treinamentos são constantes e que os colaboradores são orientados sobre os procedimentos.
“O empregado sabe o que pode ou não fazer. A regra existe para evitar acidentes graves”, defendeu.

No entanto, Carlos Henrique fez críticas à política salarial da empresa. “Hoje, muitos empregados pedem desligamento voluntário para trabalhar em empreiteiras, que chegam a pagar duas ou até três vezes mais. O que ainda segura o trabalhador na Vale são os benefícios, como o plano de saúde”, afirmou.
Segundo ele, essa disparidade salarial tem gerado evasão de mão de obra qualificada e desmotivação entre os empregados diretos da mineradora. “É inadmissível que uma empresa do porte da Vale pague menos que suas terceirizadas. Isso precisa ser revisto com urgência”, completou.
Bernardo Rosa reforça cobrança por valorização

O vereador Bernardo de Souza Rosa (PSB) também se posicionou sobre o tema, reforçando a necessidade de valorização dos trabalhadores.
“A Vale precisa rever sua política salarial. A desvalorização da mão de obra direta é evidente e injusta. O trabalhador da empreiteira, que muitas vezes faz o mesmo serviço, recebe muito mais”, pontuou, reforçando a crítica do pedetista.
Rosa lembrou que a empresa é a principal empregadora da cidade e que essa disparidade afeta diretamente a economia local.
“A valorização do trabalhador é uma questão de justiça e também de desenvolvimento. A cidade depende da Vale, mas os trabalhadores não podem continuar sendo penalizados”, salientou.









