Esquema bilionário de mineração ilegal em Minas vai ao STF após suspeitas contra parlamentares
Agentes da CGU e da Polícia Federal em diligência em área de mineração em Minas Gerais
Foto: Divulgação/PF
Investigações revelam corrupção na Agência Nacional de Mineração e órgãos ambientais e possível envolvimento de políticos com foro privilegiado
A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal em setembro, continua a revelar os desdobramentos de um dos maiores esquemas de corrupção já identificados no setor mineral brasileiro.
O caso envolve fraudes em licenciamento ambiental e autorizações irregulares concedidas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e órgãos estaduais de Minas Gerais.
Com a identificação de suspeitas contra parlamentares, os inquéritos foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quarta-feira (15), devido ao foro privilegiado de alguns dos envolvidos.
Segundo a PF, o esquema utilizava de forma abusiva as chamadas Guias de Utilização, um instrumento da ANM que deveria ser excepcional para liberar rapidamente a exploração de minério de ferro sem licenciamento ambiental adequado.
Mais de 40 empresas estão sob investigação, com movimentações que ultrapassam R$ 18 bilhões. A operação já resultou em 22 prisões preventivas, incluindo a do diretor da ANM, Caio Seabra, e o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens.
Transporte e exportação do minério
Ainda não há confirmação oficial de qual ferrovia era usada para o transporte do minério destinado ao mercado externo.
No entanto, fontes ligadas à investigação indicam que a PF está apurando possíveis rotas logísticas utilizadas pelas empresas envolvidas, incluindo conexões com ferrovias que ligam o interior de Minas Gerais aos portos do Espírito Santo e Rio de Janeiro.
A suspeita é que o minério extraído ilegalmente era escoado por meio de corredores logísticos já utilizados por grandes mineradoras, o que pode ter facilitado a camuflagem das operações.
Desdobramentos políticos e resistência à CPI
A investigação também provocou tensão na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A oposição tenta instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar as apurações, mas enfrenta resistência da base governista.
A deputada Lohanna França (PV), que lidera o movimento, afirma que o governo estadual tem atuado para enterrar a CPI, embora ainda haja tempo para reunir as assinaturas necessárias.
A PF segue investigando o destino do minério, os mecanismos de lavagem de dinheiro e o envolvimento de autoridades públicas.
A expectativa é que, com o avanço das apurações no STF, novas denúncias venham à tona, ampliando o alcance da operação e revelando o impacto da corrupção sobre o meio ambiente e a economia mineral do país.
*Com informações da Folha de S.Paulo, Brasil Mineral, G1 e Observatório da Mineração










O estado, que já foi a joia da coroa do ciclo do ouro, transforma-se progressivamente em um epicentro da pilhagem organizada. Enquanto comunidades sofrem com o passivo ambiental de rompimentos de barragens e a população carece de serviços básicos, uma elite criminosa drena bilhões através de esquemas sofisticados. A imagem do estado como pilar do desenvolvimento nacional é substituída pela realidade de um território saqueado por dentro.O mais grave é a participação de parlamentares. Isso revela que o problema não está apenas na base, mas no topo do sistema político. Enquanto legisladores deveriam criar leis para coibir esses crimes, estão justamente liderando a quadrilha. VERGONHA!! JÁ BASTA A VALE.