No aniversário de Itabira, é hora de festejar, mas também de refletir sobre os desafios atuais e futuros para sua sustentabilidade
Um editorial em forma de oferenda crítica para pensar o presente e o futuro de Itabira conhecendo o passado
Fotos: Carlos Cruz
O município de Itabira completa 177 anos de emancipação política e mais de três séculos de história. Para celebrar e refletir sobre a efeméride, a Vila de Utopia apresenta conquistas que nasceram da provocação jornalística — e aponta alguns dos entraves que ainda impedem a cidade de ser plenamente habitável, diversa e com qualidade de vida para todos que nela vivem e trabalham.
São também 320 anos de história desde que, em 1705, foi erguida a capela dedicada à Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, como bem acentua a historiadora Maura Britto, aqui mesmo neste site.
É uma trajetória marcada pela mineração, pelas forjas que produziam implementos agrícolas e até armas de fogo, como também pela resistência e pela busca de alternativas que ainda não se consolidaram depois de ter sido totalmente desestruturada a sua economia diversificada antes do advento da mineração em larga escala, com a criação da Companhia Vale do Rio Doce, em 1942.
Neste aniversário, a Vila de Utopia não se limita à comemoração. Apresenta, com firmeza e sem ufanismo, algumas conquistas que foram obtidas com persistência, jornalismo e provocação.
Pautar essas matérias desde que o site foi lançado, em 3 de maio de 2017, não é favor – é obrigação jornalística. E se isso contribui para uma Itabira melhor para se viver, trabalhar – e quiçá, curtir o ócio criativo, que seja por mérito da crítica, não da exaltação.
Jornalismo que pauta e muda a realidade
Para fazer esse balanço, partimos de uma hipótese teórica bem estabelecida nas ciências da comunicação: a agenda setting. Formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw nos anos 1970, essa teoria afirma que os meios de comunicação não dizem às pessoas o que pensar, mas sobre o que pensar.
Ou seja, ao selecionar temas, dar visibilidade a certos problemas e silenciar outros, o jornalismo define a pauta pública e influencia diretamente o debate social.
Ao denunciar o que está por trás da crise hídrica, cobrar transparência da Vale, revelar a frustração com o legado dos aquíferos que não aconteceu, expor a ausência de áreas verdes na cidade, questionar o futuro pós-mineração, resgatar vozes esquecidas e alertar para o apagão na formação de professores, o site não apenas informa, mas também provoca para que Itabira saia da letargia, aquela que faz o itabirano “cruzar os braços e deixar a vida passar devagar”.
TAC do rio Tanque: o que parecia utopia está para virar realidade
A transposição de parte da água do rio Tanque, hoje com as obras em andamento, é resultado direto da atuação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), mas também da pressão jornalística. Como reconheceu a promotora Giuliana Talamoni Fonoff, em entrevista ao site, as reportagens publicadas pela Vila de Utopia foram fundamentais para instruir o procedimento que resultou no TAC firmado com a Vale em 2020.
Esse acordo obrigou a mineradora a arcar com os custos das obras, revertendo a proposta anterior de uma parceria público-provada (PPP) que transferiria a conta da transposição para a população. A promotora baseou-se no Código das Águas, que prioriza o consumo humano, e na constatação de que a Vale detinha o monopólio das outorgas, enquanto a cidade sofria com a escassez provocada pela própria atividade mineradora.
O que parecia utópico, com a responsabilização e solução por conta da Vale pela crise hídrica, finalmente está para virar realidade, espera-se, no máximo até 2027. As obras para a transposição de água do rio Tanque estão em construção. Mas essa conquista não veio por decreto. Veio por denúncia, por insistência, por jornalismo e firme atuação do MPMG.
Isso a exemplo do que ocorreu também em 1985, quando denúncias no jornal O Cometa provocaram a abertura dos primeiros inquéritos ambientais pela poluição da poeira carregada de partículas de minério de ferro e a descaracterização paisagística da Serra do Esmeril, pelo então promotor José Adilson Marques Bevilácqua, com base na Lei Federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
É essa lei que dispõe sobre a ação civil pública, também utilizada pela promotora Giuliana Fonoff para abrir o procedimento que resultou no TAC do rio Tanque.
Foi instituída e promulgada pelo ex-presidente José Sarney para proteger interesses difusos e coletivos da sociedade. E precisa ser mais utilizada em Itabira, pois muitas violações de direitos pela mineração continuam presentes, a exemplo da não compensação pela descaracterização paisagística da Serra do Esmeril, em meados da década de 1980, que resultou no corte de toda vegetação remanescente da Mata Atlântica.

Falta transparência sobre o descomissionamento das minas em Itabira
Em maio de 2025, após diversas cobranças públicas feitas por este site, a Vale finalmente apresentou ao Codema o Plano de Fechamento das Minas de Itabira (PFMI). Até então, o documento era mantido sob sigilo, apesar de sua obrigatoriedade legal.
O plano revela impactos ambientais e técnicos, mas ignora completamente a necessidade de alternativas econômicas para o pós-mineração. A empresa trata o Complexo Itabira como uma estrutura única, sem considerar as minas individualmente. E omite informações cruciais, como foi a própria exaustão da mina Cauê, ocorrida em 2003, mas sem que fosse comunicada oficialmente à sociedade itabirana.
Este site também cobrou que sejam tornadas públicas as respostas da Vale à Agência Nacional de Mineração (ANM) sobre a expansão das minas, a possível remoção de moradores, como também questiona sobre a existência de ouro no Pontal.
São informações que embasaram a aprovação do novo plano de aproveitamento econômico do minério de ferro. Até hoje, esses dados seguem inacessíveis à sociedade itabirana, mesmo com recorrentes cobranças aqui neste portal de notícias.
Geologia invisível: o futuro que não se planeja
Em reportagens exclusivas, a Vila de Utopia revelou que a Vale realiza sondagens geológicas e sobrevoos com helicópteros equipados com sensores, mas não divulga os resultados à sociedade itabirana. A população vê os voos, ouve os ruídos, mas não recebe explicações.
A reportagem Itabira precisa cobrar da Vale os dados das últimas pesquisas geológicas realizadas em seu território para planejar o futuro reivindica que esses dados sejam tornados públicos, para que o município possa planejar o seu presente e o futuro diante da exaustão oficialmente anunciada para 2041, mas que pode se estender até 2060.
Monitoramento do ar: o que era escondido, tornou-se público
Outra contribuição deste site foi a cobrança persistente para que os dados sobre a qualidade do ar em Itabira, especificamente os índices de poeira carregada de fino de minério de ferro, tornassem públicos em tempo real.
Esses dados são gerados pela própria Vale, por meio de uma rede automática de automonitoramento ambiental, e enviados aos órgãos ambientais (Feam/Semad, Semapa/Codema) após validação pela própria empresa.
No entanto, até recentemente, a sociedade não tinha acesso direto a essas informações, mesmo durante episódios críticos de poluição atmosférica. A divulgação ocorria apenas nas reuniões mensais do Codema, o que impedia o acompanhamento imediato dos impactos respiratórios e ambientais causados pela dispersão de partículas de minério na cidade.
Desde 2017, a Vila de Utopia cobrou, em sucessivas reuniões no Codema, que esses dados fossem disponibilizados em portal público da Prefeitura. A então secretária Priscila Martins da Costa se opôs à proposta, alegando dificuldades técnicas que nunca se confirmaram, e que serviram apenas para adiar uma medida óbvia de transparência ambiental.
A situação só foi resolvida em 2021, com a criação do portal ItabiraAR, por iniciativa do ex-secretário Denes Lott, com apoio da advogada Flávia Alvim e da professora Ana Carolina Vasques Freitas, doutora em Ciências Atmosféricas pela Unifei. Atualmente, a professora participa, por meio de convênio da Unifei com a Prefeitura, da análise dos dados e da divulgação pública dos índices de poluição atmosférica.
Apesar do avanço representado pela criação do portal, persistem dúvidas sobre a confiabilidade dos dados gerados pelo automonitoramento da qualidade do ar realizado pela Vale. Essas dúvidas têm sido reiteradamente levantadas por este site – e também por especialistas.
Durante palestra na Semana do Ar, promovida pela Prefeitura em parceria com a Unifei, a professora Ana Carolina Vasques Freitas, em palestra em 8 de agosto deste ano, apontou falhas no modelo de automonitoramento adotado pela mineradora.
Segundo a pesquisadora, esse tipo de monitoramento, que é operado, validado e divulgado pela própria empresa, não é suficiente para revelar a real dimensão da poluição atmosférica em Itabira. Ela defendeu a implantação de uma rede independente, com equipamentos de referência e controle externo, capaz de produzir dados confiáveis e representativos da exposição da população.
Na palestra, mais grave ainda foi o alerta feito pela professora sobre possíveis estratégias de camuflagem dos dados, com as redes instaladas, por exemplo, em locais arborizados, que retêm nas folhas das árvores boa parte da poeira, servindo para suavizar os índices.
“É preciso garantir que os dados reflitam a realidade, e não uma versão atenuada dela”, afirmou a professora, conforme foi registrado na reportagem Pesquisadora da Unifei revela impactos na saúde e falhas no automonitoramento da qualidade do ar em Itabira pela Vale.
Licença ambiental vencida, riscos em curso
A sociedade itabirana precisa se organizar para cobrar a revalidação da licença ambiental da Vale, vencida desde 2016.
Essa tem sido outra pauta recorrente neste site – e que segue sem resposta efetiva, que é a cobrança para que o órgão ambiental estadual dê prosseguimento ao pedido de revalidação da licença ambiental necessária para que a Vale opere legalmente no Complexo Minerador de Itabira.
Essa licença está vencida desde 16 de outubro de 2016. Embora a mineradora tenha solicitado sua revalidação em março de 2017, o processo segue inconcluso na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
A continuidade das operações mesmo com a licença ambiental vencida tem amparo jurídico no Decreto Estadual nº 47.474/2018, que permite a prorrogação automática da licença até que o órgão ambiental se manifeste. Mas esse prazo não é indefinido: a permissão expira em 2026, quando a revalidação se torna obrigatória.
A ausência de definição preocupa lideranças locais e especialistas, sobretudo diante da adoção de novas tecnologias de empilhamento de rejeitos e material estéril, cujos impactos ambientais e sociais ainda não foram plenamente avaliados.
A reportagem Licença ambiental da Vale em Itabira está vencida desde 2016 e lideranças cobram providências da Semad-MG enfatiza a importância de mobilizar a sociedade itabirana para exigir, desde já, a realização de uma audiência pública ampla e participativa, a exemplo do que foi a histórica audiência de 1988, cujas manifestações populares resultaram em boa parte das condicionantes da LOC 2000.
Remoções silenciosas e insegurança coletiva no Pontal

Outra revelação importante publicada em primeira mão por este site Vila de Utopia foi a existência de planos da Vale para remover moradias nos bairros Bela Vista e Nova Vista, em Itabira. O objetivo seria viabilizar a construção de uma segunda estrutura de contenção a jusante (ECJ), apontada pela empresa como sendo necessária para dar continuidade ao processo de descomissionamento de diques e cordões internos da barragem do Pontal.
A informação foi tornada pública pelo então secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Denes Martins da Costa Lott, durante reunião realizada em 10 de fevereiro de 2021 no gabinete do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), com representantes do Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração de Itabira e Região.
Segundo Lott, a Vale havia informado à secretaria, em janeiro daquele ano, que iniciaria um recenseamento de moradores nos bairros afetados, com o objetivo de avaliar o número de atingidos pelas obras de descaracterização da barragem.
No entanto, o secretário fez uma ressalva preocupante naquela ocasião, que se confirmou posteriormente: “Desde então, a Secretaria de Meio Ambiente de Itabira não teve mais informações da Vale sobre a conclusão desse recenseamento, nem sobre o andamento das obras, tampouco sobre os impactos na comunidade.”
Essa falta de transparência ainda persiste entre os moradores dos bairros Bela Vista, Nova Vista, Jardim das Oliveiras e Praia. Essas incertezas impactam não apenas os que terão de deixar suas casas para a construção da ECJ. Afetam a todos os que vivem nas proximidades da barragem do Pontal, uma megaestrutura de contenção de rejeitos de minério de ferro. Todos estão expostos aos riscos e às consequências das obras, mesmo que não sejam removidos.
O número exato de famílias que serão desalojadas continua desconhecido. E essa indefinição tem gerado angústia coletiva, como mostra a reportagem Sem transparência, Vale mantém moradores atingidos pelas obras de descaracterização da barragem do Pontal angustiados e inseguros.
A barragem do Pontal foi construída pelo método de alteamento a jusante, considerado mais seguro. No entanto, estruturas alteadas a montante foram instaladas internamente, o que aumenta a complexidade e os riscos do processo de descaracterização.
A dívida verde e o desafio urbano
Itabira é uma das cidades menos arborizadas do Brasil. Segundo o IBGE, apenas 25,2% das vias públicas urbanas possuem cobertura vegetal. Isso apesar de estar cercada por minas a céu aberto, que despejam poeira, ruído e tremores sobre o perímetro urbano.
O site tem denunciado recorrentemente a ausência de cortinas verdes entre as minas, a ferrovia e a cidade. Mostrou como o projeto Verde Novo, lançado pela Vale nos anos 1980, fracassou por falta de diálogo e execução técnica apropriada, com mudas refugadas vindas da reserva de Linhares (ES).
E mais recentemente, acompanhou o lançamento do programa Itabira Mais Verde, elaborado e em execução pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Animal (Semapa) que busca reverter esse quadro com planejamento técnico e escuta popular.
O programa é de longo prazo, mas precisa ser incrementado com maior intensidade nos períodos chuvosos, é o que se espera para que apresente resultados reais e tire Itabira do rol das cidades brasileiras com menos áreas verdes em seu perímetro urbano.
Drummond, a mineração e a crítica esquecida
O site também resgatou, por obra de pesquisa de Cristina Silveira, a versão mais crítica de Carlos Drummond de Andrade, especialmente suas crônicas publicadas no Correio da Manhã, nas quais ele cobra diretamente da Companhia Vale do Rio Doce reparações e dívidas da mineradora com a cidade de Itabira.
Reunidas neste site por meio do link Drummond e a mineração, essas crônicas mostram a visão crítica do poeta em relação à atividade minerária em sua cidade natal, inclusive cobrando o cumprimento do estatuto de fundação da então estatal para que instalasse o seu escritório-sede em Itabira.
Nessas crônicas, Drummond denuncia a mineração como “indústria ladra”, chamando a Vale de A Gulosa, que “tira e não põe, abre cavernas e não deixa raízes, devasta e emigra para outro ponto”. Talvez esteja aí a “pedra no caminho”, que Drummond via como entrave ao desenvolvimento de sua terra natal.
Além dessas crônicas drummondianas, inúmeras publicações neste site reportaram outras manifestações poéticas do vate itabirano, reproduzindo os poemas Lira Itabirana e O maior trem do mundo, originalmente publicados no jornal O Cometa Itabirano.
É assim que o poeta nunca teve desavença com a sua cidade natal, conforme registrou esse site na publicação Drummond nunca brigou com Itabira. Sua crítica sempre foi à mineradora, à ausência de contrapartida, à devastação ambiental sem reparo e compensações à cidade que “fica o vazio do tempo perdido”, a poeira, os abalos com as detonações nas minas vizinhas.
Ao resgatar essa história de luta, a Vila de Utopia não apenas honra o poeta e a sua memória, mas também convoca a cidade a agir, a sair da letargia que paralisa e sucumbe pela força da inércia.
Cultura como política pública: um jardim para Cornélio Penna

Outro exemplo da força da agenda setting praticada por este site é o resgate da vida e obra do escritor Cornélio Penna, realizado pela colaboradora e pesquisadora Cristina Silveira. Em reportagens, artigos e crônicas, ela revelou que o autor viveu em duas ocasiões em Itabira e que dedicou à cidade palavras de exaltação.
“Dedico este livro à minha melhor amiga – Itabira do Mato Dentro”, escreveu Cornélio Penna, na primeira página de Dois romances de Nico Horta, conforme registro neste site, por meio da crônica Imagens da terra, Itabira e romance, originalmente publicada por Carlos Drummond de Andrade, em 1958, no Correio da Manhã.
“Não sei se Itabira prestou ou prestará qualquer homenagem ao romancista falecido há pouco, mas se alguém já mereceu de uma cidade um busto no jardim ou pelo menos dar nome a uma rua, esse é Cornélio Penna”, escreveu e sugeriu o poeta itabirano.
A sugestão de Drummond, por meio da mobilização neste site, culminou com o atendimento, por parte do prefeito Marco Antônio Lage, desse antigo pedido do poeta: que Itabira cultivasse um jardim para Cornélio Penna.
A homenagem se concretizou em 9 de outubro de 2023, com a inauguração de um busto, de autoria do artista e escultor Genin – e de um jardim na praça que fica atrás do Museu de Itabira, na rua Major Paulo, como mostra a reportagem Cornélio Penna ganha busto e jardim em Itabira.
Educação e o apagão de professores
Em setembro de 2025, a Vila de Utopia trouxe à tona uma pauta urgente: o colapso na formação de novos professores em Itabira.
A reportagem Itabira vive o apagão de professores registrou o pronunciamento do professor Fabrício Oliveira, diretor da escola estadual Antônio Linhares Guerra, em pronunciamento na Tribuna da Câmara, em 30 de setembro deste ano. Na ocasião, ele alertou para a escassez de docentes e convocou os vereadores a pressionarem a Unifei pela abertura de cursos presenciais de licenciatura no campus local.
Antes, na coletiva de imprensa após a assinatura da nova pactuação para conclusão dos prédios da Unifei, o reitor Marcel Parentoni descartou a abertura de cursos de Medicina e não sinalizou intenção de implantar licenciaturas. sobretudo na área de Humanas.
“Nosso foco de expansão neste momento é na área tecnológica”, afirmou. A resposta do reitor frustrou expectativas e reforçou a crítica feita pelo site: a universidade pública instalada em Itabira não responde às urgências sociais e educacionais da cidade — e precisa ser reinventada, o que continuaremos cobrando.
O que se celebra e o que ainda é preciso cobrar
Portanto, neste aniversário, o que se celebra não é apenas a história, mas a possibilidade de futuro. E esse futuro só será possível se for construído com memória, crítica e ação.
A água do rio Tanque ainda não jorra nas torneiras, mas já caminha para deixar de ser projeto, para deixar de ser utopia e virar realidade.
A poeira carregada de partículas de minério ainda assenta sobre os telhados, paisagens e impregna o ar, agravando doenças respiratórias. Essa é uma realidade que ainda não conseguimos alterar.
Assim como os aquíferos não viraram legados da mineração para assegurar o futuro da cidade com água em abundância e da melhor qualidade, mas agora tem o projeto Rio Tanque.
Os cursos de licenciatura da Unifei podem não acontecer, se o itabirano continuar de braços cruzados. E a diversificação econômica ainda é promessa, uma utopia que ainda está longe de virar realidade.
Persistiremos. Afinal, continuar pautando esses temas não é apenas uma “prenda diversa” que oferecemos a Itabira. É função, é obrigação. E se isso contribui para uma Itabira melhor para se viver, que seja para todos.
Como bem acentuou Drummond na crônica Vila de Utopia, é preciso abandonar a letargia. E como reafirma este site homônimo, é preciso seguir cobrando. Sempre.
Para saber mais, acesse:
- Crônica “Vila de Utopia” – Carlos Drummond de Andrade
- Itabira precisa cobrar da Vale os dados das últimas pesquisas geológicas realizadas em seu território para planejar o futuro
- Vale apresenta ao Codema plano de fechamento das minas de Itabira sem alternativas econômicas para o pós-mineração
- O que faz a Vale arcar, após anos de reivindicação, com os custos da captação, adução e tratamento da água do rio Tanque
- Licença ambiental da Vale em Itabira está vencida desde 2016 e lideranças cobram providências da Semad-MG
- Prefeito de Itabira recebe ativistas do Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração
- Sem transparência, Vale mantém moradores atingidos pelas obras de descaracterização da barragem do Pontal angustiados e inseguros
- Itabira vive o apagão de professores: Câmara se une a diretor escolar por licenciaturas presenciais na Unifei
- Cornélio Penna ganha busto e jardim em Itabira
- Drummond e a mineração
- Drummond nunca brigou com Itabira