Mais de 1,6 milhão de crianças e adolescentes vivem o trabalho infantil no Brasil
Fotos: Marcelo Martins/ Divulgação
Childfund Brasil atua há cerca de 60 anos na proteção de crianças, jovens e adolescentes; conduz iniciativas que incentivam o desenvolvimento integral e previnem o trabalho infantil
Entre os direitos fundamentais garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estão o brincar e o estudar. No entanto, esses direitos seguem sendo negados a milhares de crianças e adolescentes no Brasil.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), em 2023, 1,607 milhão de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos estavam em situação de trabalho infantil, sendo 586 mil submetidos às formas mais graves — aquelas que representam risco à saúde, ao desenvolvimento e à moral.
Nesta quinta-feira (12), celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, instituído em 2002 para conscientizar sobre essa forma de exploração e seus impactos devastadores.
“Quando crianças passam grande parte do dia trabalhando, perdem a oportunidade de estudar, brincar e interagir. No longo prazo, essa privação afeta diretamente o desenvolvimento motor, cognitivo, social e físico” alerta o diretor do ChildFund Brasil, Mauricio Cunha, diretor, para as consequências do trabalho infantil.
“O impacto de um ano de trabalho na infância pode durar toda a vida. A evasão escolar, o cansaço mental e físico, a exclusão social e até a redução de salários na vida adulta são apenas alguns dos prejuízos. Quando o desenvolvimento pleno é comprometido, o futuro dessas crianças também é afetado.”
Falta de oportunidades agrava o problema
Uma das principais estratégias para enfrentar o trabalho infantil é criar oportunidades de desenvolvimento. Atividades no contraturno escolar, brincadeiras, esportes e rodas de conversa sobre cidadania, política e saúde ajudam a fortalecer autonomia, autoestima e habilidades sociais, mantendo crianças longe de trabalhos informais e da exposição precoce a telas ou conteúdos nocivos.
Em comunidades com altos índices de pobreza, muitas crianças veem o trabalho como forma de complementar a renda familiar. A ausência de escolas em tempo integral, de proteção social e de espaços lúdicos torna a entrada precoce no mercado de trabalho ainda mais comum.
ChildFund Brasil fortalece a proteção infantil
O ChildFund Brasil atua há décadas na raiz do problema, desenvolvendo programas voltados à infância, juventude e fortalecimento comunitário. Presente em regiões de alta vulnerabilidade social, a ONG trabalha com organizações parceiras para oferecer atividades educativas, culturais e esportivas a diferentes faixas etárias.
Só em 2024, mais de 30 mil crianças, jovens e adolescentes participaram de projetos voltados à promoção de seus direitos, fortalecendo vínculos familiares e comunitários.
“Proteger crianças e adolescentes significa garantir acesso a direitos básicos, como alimentação, higiene, estudo e lazer. Mas enfrentar o trabalho infantil é uma responsabilidade coletiva. Quando a comunidade se engaja, cria oportunidades reais para que crianças sonhem e construam seus próprios futuros”, reforça Mauricio Cunha.
Entre os programas da organização, destacam-se o Crescendo com Você, de apoio ao desenvolvimento seguro de crianças de 0 a 6 anos, por meio da parentalidade positiva.
Outro é o Eu Me Amo, Eu Me Cuido, voltado a crianças e adolescentes de 7 a 14 anos, com foco no bem-estar e acesso a serviços de saúde.
Destaque também para o Pacto – Participação Cívica, Transformação e Oportunidades, com capacitações e desenvolvimento profissional para jovens de 15 a 24 anos, incentivando a participação comunitária.
Com essas iniciativas, o ChildFund Brasil contribui para um futuro onde crianças e adolescentes possam crescer livres do trabalho infantil e com acesso pleno ao seu direito de sonhar.
Sobre o ChildFund Brasil
Fundado em 1966, o ChildFund Brasil é uma organização com sede em Belo Horizonte (MG) que integra a rede internacional do ChildFund International, presente em mais de 70 países e responsável por impactar positivamente a vida de mais de 24,3 milhões de crianças e suas famílias.
No Brasil, a organização atua no desenvolvimento integral e na promoção dos direitos de crianças, adolescentes e jovens, especialmente em contextos de privação, exclusão e vulnerabilidade.
A atuação se estende a sete estados brasileiros — Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba e Piauí — com programas que, em 2024, alcançaram 1,3 milhão de pessoas. Dessas, mais de 189 mil foram impactadas diretamente, sendo 83 mil crianças, adolescentes e jovens beneficiados por projetos educativos, culturais, esportivos e de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
O trabalho é viabilizado com o apoio de pessoas físicas, por meio do apadrinhamento de crianças e campanhas como o Guardião da Infância, além de parcerias com empresas, institutos e fundações.
Em reconhecimento à sua atuação, o ChildFund Brasil foi eleito uma das 25 melhores ONGs do país pela certificadora internacional The Dot Good em 2024 e já recebeu premiações como a de melhor ONG de assistência social do Brasil (2022) e melhor ONG para crianças e adolescentes em três edições do Prêmio Melhores ONGs (2018, 2019 e 2021).
Para saber mais, acesse: http://www.childfundbrasil.org.br.
