Turismo ecológico e esportivo nas trilhas de bike deste lado do Mato Dentro, na Cordilheira do Espinhaço
Fotos: Ticorico/ Divulgação
Antônio “Ticorico” Duarte Gonçalves*
A viagem começa em Nova União, onde recebi os amigos Luiz Campelo e Maurin. A proposta era passar o feriado de Carnaval desbravando os Caminhos do Mato Dentro de bicicleta, pedalando todos os dias lá pelos fundos do Vale do Travessão.
De Nova União, seguimos para Bom Jesus do Amparo, onde fomos à Fazenda Bom Jardim comprar as quitandas da D. Irene e suas irmãs: biscoito polvilho, pães de alho e rosquinhas feitas na hora e no forno a lenha. Havíamos feito uma compra maior em BH, mas quando esquecíamos algo, tínhamos opções de comprar o que estava faltando pelo caminho.

Em seguida, uma parada no Empório Estiva, onde compramos carvão e parmesão com o casal D. Elza e Sr. Altair, anfitriões queridos. Novamente no trecho, seguimos por Ipoema, Senhora do Carmo e resolvi passar pela Mata Grande, tamanha a exuberância de montanha a ser observada nesse trecho.
Uma passada rápida pela vila de Santana do Rio Preto (Cabeça de Boi) e seguimos para a travessia do rio, sentido estrada do Baltazar. Trecho lindíssimo, quintais de fazendas e, enfim, chegamos ao fundo do Vale do Travessão, onde acampamos.

Barracas armadas e aventura de bike
Barracas armadas, noite estrelada e já deixamos preparadas as tralhas para partir na manhã seguinte, agora de bike. A proposta era fazer uma volta longa, saindo de um lugar e chegando a outro.

Eu já conhecia o trajeto, realizei em 2018 o Cipó Cup, uma prova de mountain bike na modalidade de ultramaratona de cinco dias, passando nesses trechos.
Saímos pela casa do falecido amigo Sr. Cutica, pegamos o trecho para o Sobrado, uma baixada incrível margeando o rio, as Zareias e o Rio Preto.

Comunidades pertencentes a Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro. Que lugar sensacional para rodar de bike, com visuais muito bonitos e muitas montanhas. Uma paradinha rápida na venda da D. Zizinha, onde tomamos um refresco gelado e seguimos.
Outra visita importante foi na fazenda do Sr. Antônio do Nêgo, que me recebeu com um grupo grande no passado, em um evento Trans Espinhaço.

Fim da primeira pernada, ducha, jantar e pernoite com céu lotado de estrelas. A proposta do dia seguinte era conhecer o Lijiado, o Lajeado, e assim fomos. Uma parada na casinha da D. Conceição, viúva do Sr. Dico, um cafezinho e altos papos com os familiares.
Conheço eles faz muito tempo, já organizei o Trans Espinhaço, quando nos receberam com bananas dependuradas na cerca e água gelada. O Lajeado estava com um movimento diferente, famílias, tendas e, como era carnaval, a turma desfrutando de um belo dia de sol com um céu azul de brigadeiro.
Trilha desafiadora e companheirismo

A próxima pernada e última do feriado era desafiadora. Partimos do nosso Campo Base de carro, levando as bikes na caçamba, e estacionamos em uma fazenda depois de Santana do Rio Preto. A proposta agora era fazer as trilhas dos Borges até a Serra dos Alves. Um trecho de inúmeras subidas, belíssimos visuais e muita trilha técnica.
Esse deslocamento fez com que iniciássemos a aventura no horário de sol a pino, fustigando o lombo e, após a Reserva dos Borges, optamos por contemplar uma beira de riacho com pedras, sombra e vários banhos.
Na volta, uma parada no Bar do Sr. Agostinho, um clássico em Santana do Rio Preto, com pastelzinho, cervejinha bem gelada e ótimas lembranças dos giros. Foram dias intensos, dias de muito suor, muito sol, muita aventura, companheirismo e o gostinho de querer voltar em breve.

Considerações finais
Importante: Pedalar por essas bandas requer profundo conhecimento geográfico, senso de direção e habilidades técnicas extracurriculares para percorrer trechos de erosão, trilhas de gado castigadas pelas chuvas e subidas intercaladas.
Entretanto, o tipo de terreno, a vegetação ao redor, as várias descidas rápidas e todo o visual compensam muito a empreitada. Afinal, esse lado do Mato Dentro na Cordilheira do Espinhaço é perfeito para se praticar mountain bike. Fica a sugestão e o convite.
Se você, caro leitor e leitora, gostou dessa trilha e gostaria de percorrê-la um dia, junte seu grupo e vamos pedalar juntos nessa incrível região do Mato Dentro.

O Ticorico realmente é uma fera, profundo conhecedor desses rincões mineiros. Guiados por ele, os grupos estarão em muito boa companhia, desfrutando de seu conhecimento técnico no esporte de aventura, que poucos possuem em Minas e no Brasil. Então, sebo nas canelas! 🍀⛺ 🚲 📸
Antonio Duarte, Vulgo Ticorico o cara dispensa comentários! Mas, é sempre bom registrar o reconhecimento………
O Ticorico começou a frequentar Nova União, a muito anos atrás e depois de algum tempo apaixou pelo lugar, local onde reside já algum tempo e dessa forma influênciou a pratica do sporte na cidade.
A influência foi tão forte que hoje temos uma associação de Ciclismo e Ecotorismo de Nova União.
Obrigado Parceiro!!