Lula tem encontro com presidente da Vale após sucessivas críticas à mineradora

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Kennedy Alencar

Gustavo Pimenta apresenta ao presidente projetos estratégicos e defende convergência com desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nessa terça-feira (28) com o novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, no Palácio do Planalto. A reunião ocorreu após críticas de Lula à mineradora e a nomeação de um jornalista e ex-assessor do petista para a diretoria de Relações Institucionais da empresa, o jornalista Kennedy Alencar, que é próximo do presidente.

Durante o encontro, Pimenta apresentou projetos da Vale em Carajás (PA) e de mineração circular, destacando a “enorme convergência” entre os projetos estratégicos da mineradora e a agenda de desenvolvimento do Brasil. Segundo ele, esses projetos contribuem para impulsionar o Brasil à liderança global na agenda de transição energética e descarbonização.

Relacionamentos 

Pimenta, que assumiu o comando da companhia em outubro passado, afirmou que uma de suas missões é melhorar o relacionamento da Vale com o governo federal e outros públicos.

“Desde que assumi a presidência, mantenho uma agenda regular de relacionamento institucional com diversos públicos, como comunidades, autoridades, investidores e demais agentes do setor”, salientou o presidente da Vale.

Uma fonte do governo informou que Lula enfatizou a necessidade de colaboração entre o governo e a mineradora, mencionando que houve “ruídos” no passado, mas que não precisam continuar. O encontro durou cerca de uma hora.

A escolha de Pimenta pelo Conselho de Administração da Vale ocorreu após frequentes críticas do governo Lula sobre os rumos da mineradora e sinais públicos de que o governo gostaria de influenciar na escolha de um novo executivo. A mudança aconteceu com o fim do mandato do antecessor de Pimenta, Eduardo Bartolomeo.

O presidente do conselho da Vale, Daniel Stieler, afirmou em entrevista à Reuters que a companhia precisava aprimorar o processo de comunicação para que o governo percebesse o valor da empresa para a sociedade. Stieler defendeu que Pimenta possui as habilidades necessárias para guiar a companhia nesse rumo.

Privatizada na década de 1990, a Vale tornou-se nos últimos anos uma empresa com capital pulverizado, sem controle definido. Seu maior acionista é a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com outros acionistas relevantes como a Mitsui e a Blackrock.

A reunião entre Lula e Pimenta marca um novo capítulo na relação entre o governo federal e a Vale, com a expectativa de uma colaboração mais estreita e alinhada aos objetivos de desenvolvimento sustentável do país.

Críticas de Lula à Vale

Antes da reunião, Lula havia criticado a gestão anterior da Vale, afirmando que a mineradora era administrada de forma irresponsável.

Segundo o presidente, a mineradora não mantinha um diálogo próximo com o governo e não discutia projetos importantes, como a transição energética e a exploração de minerais críticos. “Eu tenho noção de que a Vale foi governada por um determinado período de uma forma muito, mas muito irresponsável”, declarou Lula.

O petista também mencionou que a falta de acordo sobre o desastre de Mariana gerou tensões, mas que agora há um esforço conjunto para garantir que os recursos cheguem às comunidades afetadas.

Ele expressou otimismo com a nova gestão de Pimenta e a possibilidade de a Vale voltar a ser uma das líderes no mercado internacional de mineração.

Essa nova fase de diálogo e cooperação entre a Vale e o governo federal é vista como essencial para enfrentar os desafios da mineração e promover o desenvolvimento sustentável no Brasil.

Que Itabira não fique à margem dessas novas perspectivas de desenvolvimento sustentável e relacionamento com as comunidades onde a empresa mantém os seus empreendimentos.

*Fontes: Infomoney, Poder 360 e Reuters

 

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