Lançado no mês da Consciência Negra, ‘Madame Durocher’ dá voz a personagens históricos afrodescendentes

O ator André Ramiro interpreta dr. Joaquim e Isabel Fillardis dá vida à Clara, mulher negra que acompanha a protagonista

São Paulo – Marie Josephine Mathilde Durocher, primeira mulher a obter o título de parteira no Brasil e a se tornar membro da Academia Nacional de Medicina no século XIX, é retratada no longa Madame Durocher, dirigido por Dida Andrade e Andradina Azevedo.

Com roteiro de Rita Buzzar e João Segall, que também assinam a produção, o filme também destaca a história personagens negros que, assim como Marie, enfrentam preconceitos no Brasil imperial.

Dentro do elenco destacam-se André Ramiro, que interpreta o Dr. Joaquim, fundador da Academia Nacional de Medicina, um personagem histórico pouco lembrado; e Isabel Fillardis, que dá vida a Clara, uma mulher negra que tem sua história entrelaçada com a da protagonista.

“Para mim, foi uma honra interpretar o Dr. Joaquim, um personagem importante para a história do nosso país, já que foi fundador da Academia Nacional de Medicina. Ele foi apagado pela história, tanto que temos poucos registros dele atualmente”, diz Ramiro.

“Clara é uma mulher profunda, complexa, poética e inteligente que acompanha a personagem principal e, paralelo à história dela, conta a sua própria. É impactante, forte e emocionante dar vida a ela. Espero que as pessoas possam se identificar com as personagens e vejam o universo feminino do filme, repleto de nuances e vivências que acompanham as mulheres ainda hoje”, comenta Isabel Fillardis.

Para trazer fidelidade à jornada de Madame Durocher e das outras figuras representadas no filme, o historiador Johnatan Raymundo trabalhou no desenvolvimento do longa junto aos roteiristas como consultor e pesquisador.

“São muitos os desafios para se fazer um filme de época baseado em história real, dificuldades que vão desde a busca por informações e a visitas de arquivos e documentos não organizados e guardados com o devido cuidado até o pouco registro da história da maioria da população brasileira”, comenta o historiador.

Segundo ele, isso revela o pouco apreço à nossa própria história, principalmente quando diz respeito às pessoas negras e mulheres, por exemplo. Ao mesmo tempo, diz, o trabalho também tem o seu prazer e satisfação.

“Poder contribuir para oferecer ao povo brasileiro a oportunidade de conhecer e se inspirar nas trajetórias que trazemos nesse filme, é cumprir um papel educativo e urgente. O longa nos convida a enfrentar os limites e realizar nossas vidas com autonomia e resiliência”, adianta.

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *